Capítulo 14: Aliados e Testes

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A voz que o chamava era a do cientista James. Ao reconhecer essa voz, Adam respondeu: — Olá James, vejo que se recuperou bem.

— Sim sim, estou ótimo! — James respondeu, gesticulando seu corpo. — mas isso não é importante agora, eu estava procurando o senhor.

— E você me encontrou, o que quer?

— Queria agradecê-lo, por ter me entregado as chaves anteriormente. Graças a elas eu consegui libertar aquele amaldiçoa‐... quero dizer, aquele super-humano jovem, e estou vivo agora. Então muito obrigado!

— Por nada. Tive um mal pressentimento e sabia que Arthur poderia ajudar. Por isso, creio, que não era pra mim que você deveria direcionar esses agradecimentos. Arthur chegará amanhã, porque não o agradece pessoalmente?

James soltou uma risada desconfortável, coçando sua cabeça ele respondeu: — Eu não me sinto tão confortável em falar com um amaldiçoado, mas agradeça-o por mim.

Adam o analisou por um instante, antes de falar: — Tudo bem, era só isso que você queria me dizer? Ou há algo mais?

— Era apenas isso mesmo, ah! — James lembrou de algo, colocando as mãos em um de seus bolsos, apenas para retirar as chaves que Adam lhe entregara. — também queria te devolver isso — disse ele, ao entregar as chaves para Adam.

— É, isso foi tudo, adeus senhor Adam.

Adam acenou para ele, com um sorriso falso nos lábios.

— Que perda de tempo. — ele murmurou para si, guardando as chaves em um de seus bolsos, e se retirando dali em seguida.

No outro dia, Adam, que fora para casa e tivera uma boa noite de sono, encontrou-se novamente na instalação militar. O laboratório e as celas dos super-humanos, agora destruídos, permaneceram como testemunhas do ocorrido. Adam aguardou o retorno de Arthur naquele local.

Observando um portão acoplado a uma das montanhas que envolviam essa instalação, ele viu alguns soldados militares abrindo-o. Logo depois, um carro de cor preta passou por ele.

Adam se aproximou do carro, deduzindo que era o veículo que havia preparado para trazer Arthur de volta. Logo em seguida, ao vê-lo descer do automóvel, teve certeza.

Ao se aproximar deles, Adam disse: — E então, como foi a viagem?

—*Foi bem amedrontadora se me permite dizer — Breier respondeu, em inglês, ao sair do carro. — Eu já não estava com muita coragem de viajar com um amaldiçoado, e ainda é um amaldiçoado quase mudo, alguém que não abre a boca para falar nada!

—*Você não tem ideia do cagaço que eu fiquei senhor Adam — Breier desabafou, lágrimas descendo pra seus olhos.

—*Tá legal Breier — Adam soltou um suspiro. — Meio que essa pergunta foi direcionada ao Arthur, mas agora que você desabafou tudo que tinha que desabafar, pode se retirar, vai tirar um dia de folga!

—*Mas Senhor Adam‐

—*Nada de senhor Adam, fora! — Adam empurrou-o novamente para dentro do carro e murmurou algumas palavras para o motorista levá-lo de volta.

Adam deixou escapar um suspiro pesado.

— Eu achei que ele era um cara mais reservado, mas parece que ele é bem emotivo — Arthur comentou.

— Haha — Adam riu, sua risada soando um pouco desconfortável.

Em seguida, ele direcionou seu olhar para o rosto de Arthur e o observou um pouco, então murmurou: — Seu olhar não mudou.

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