Capítulo 24: Laços Forjados pela Dor e Amizade

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A visão do corpo morto de sua mãe, foi o suficiente para o paralisar por um momento.

— Já estávamos indo a sua procura — disse o homem com a faca ensanguentada, se aproximando cada vez mais de Hikari.

— Mas que bom que você se propôs a aparecer por conta própria.

Ele abriu um sorriso ao parar de frente para Hikari.

Hikari continuou a observar o corpo morto de sua mãe, ainda incrédulo, até que o homem parou em sua frente, e tampou a visão do corpo.

O homem encarou Hikari. Ele permaneceu de cabeça baixa a todo momento, sem tentar fazer contato visual.

Até que o homem falou: — Olha eu não sou um monstro, você sabe não é? Vocês são os monstros! É uma pena que eu tenha que mata-los, mas se eu não fizer, então essa doença continuará a se proliferar. Você entende, não é?

O sorriso nos lábios do homem se tornou mais largo.

Apos um breve momento de observação, o homem continuou: — Pois bem.

Ele ergueu a faca ensanguentada.

— Morra!

— !?

Os olhos do homem se reviraram em transe, ele sentiu sua boca sendo perfurada por algo, o que o impossibilitou de gritar. Ao abaixar seus olhos, ele viu uma estaca negra como a sombra da noite, que acabara de atravessar sua boca.

As sombras por todo o seu corpo também se moldaram em estacas atravessaram seu corpo de fora a fora, lentamente. Ao terminarem de atravessar, o corpo morto do homem caiu ao chão, totalmente esburacado e sem vida.

As estacas que perfuraram seu corpo, agora estavam flutuando ao redor de Hikari.

— O-o que? — um dos outros dois homens, que também estavam ali, gaguejou aterrorizado.

Hikari fez apenas um movimento de mão, que foi o suficiente para as estacas de sombras que estavam voando ao seu redor, fossem em direção a esses homens, os perfurando e matando em segundos.

— O que está acontecendo lá dentro? — se perguntou uma das pessoas que estavam do lado de fora, ao ouvir os gritos.

Ele se moveu para a frente da porta, para tentar observar o que estava acontecendo, mas também sem conseguir reagir, ele teve sua cabeça atravessada por uma das estacas das sombras.

— Nãooo!

Os gritos, dessa vez, aconteciam do lado de fora, Hikari inconscientemente coordenou as estacas, para que matassem todos ali, elas perfuraram os corpos das pessoas, incessantemente.

Ele não se importou com os gritos que se tornaram frequentes, ele apenas caminhou para próximo do corpo morto de sua mãe, caindo de joelhos em seguida. Hikari pegou o corpo de sua mãe e o abraçou.

— Ma-mãe. — ele pronunciou antes de desabar em lágrimas, as lágrimas grossas e pesadas desceram por seu rosto como a água de uma cachoeira.

●●●

— Eu chorei e chorei, por dias e noites — disse Hikari.

— Como eu tenho quase um século de vida, eu já presenciei inúmeros eventos traumáticos, mas a morte de minha mãe foi com certeza a pior coisa que eu já passei.

Após um instante, ele em fim terminou: — E então, isso foi tudo.

— Que terrível — Arthur murmurou.

Arthur ouviu atentamente toda a história de Hikari, mas enquanto estava imerso em alguns pensamentos, uma dúvida se acendeu em sua mente

— Hikari.

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