Temp. 2 Cap. 6

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não revisado

[15/05/2024]
03:47 PM

𝑴inho entra em sua casa, joga a bolsa – que ele carregava com alguns documentos e objetos importantes – no sofá, logo se jogando nele também. Ele se ajeita no móvel, sentindo-se fundir com o estofado off white. Fica assim por alguns segundos, apenas olhando para o teto, observando todos os mínimos detalhes do gesso talhado a mão.

Absolutamente qualquer coisa, nesse momento, é mais interessante do que o patético velório de Yuqi. Ele praticamente fugiu de lá, estava cansado de todas aquelas lamentações sem sentimentos, as lágrimas falsas que escorriam pela bochecha dos familiares e amigos de Yuqi, irritava Minho, era até necessário que forçasse o choro, era ridículo, era de mais para si, fugiu de tudo aquilo.

Então, ele suspira. Seu peito se enche de ar e o solta lentamente, em uma tentativa de se acalmar. Há pequenas lágrimas em seus olhos, elas expressam a raiva e o descontentamento que Lee sente. A maior porcentagem das pessoas que se encontravam no velório, fizeram piadas e comentários sobre a orientação sexual de Minho. As brincadeiras estavam tirando o garoto alto de sua sanidade, não aceitaria tais comentários sobre si, e foi por isso que deixou um local, com um pequeno sorriso falso nos lábios, mascarando o seu desprazer.

Tudo o que Lee escutou, durante três longas horas, foi: "uma pena, vocês foram um ótimo casal" – se referiam a ele e Song –, "você não tem vergonha de namorar um homem?", "você não parece 'viado, que desperdício", "você nasceu errado, nasceu doente", "você nem deveria poder colocar os pés aqui, é uma desonra", "você não é merecedor nem de respirar o mesmo ar que eu, é nojento", entre inúmeros outros comentários preconceituosos.

Lee tinha total ciência de que nada do que faz ou fez com a própria vida cabe a outras pessoas, então ele apenas rejeitou todos os comentários, mas não deixou se sentir irritado e desgostoso com toda a situação. Além de que Jisung, infelizmente, foi alvo do preconceito nojento que os familiares e amigos de Yuqi carregavam em si.

Jisung – para a sorte de Minho – também se encontrava no velório, consolando a mãe, que era amiga da família há anos. Andaram juntos feito imãs, estão bem um com o outro. Durante o tempo em que Lee ficou no velório, Han sempre o abraçava e falava coisas reconfortantes, mesmo que Minho se sentisse indiferente com o tal acontecimento, mas era apenas uma desculpa, apenas uma desculpa para estar mais perto.

Estar mais perto de algo que um dia foi seu. Se confortou nos braços de Lee, não pelo falecimento de Song, mas sim por sentir saudades, saudades de tudo que já teve com Minho. O peito de Jisung carregava uma angustia enorme, sua voz mal saia, a única coisa que tampava aquilo, eram os toques e carícias de Lee.

Quando conversavam, incontáveis vezes, Jisung pensou em ter Minho de volta e sorriu ao fantasiar seu futuro ao lado dele, parecia o Jisung apaixonado de alguns anos atrás.



No momento, Minho e Han se encontram em suas respectivas casas, a tela do celular de ambos se acende, notificando um e-mail da corporação onde trabalham. Eles leem o tal e-mail, nele dizia que teriam que participar de uma reunião hoje, todos os membros do Stray Kids e Jinyoung estarão lá. Ambos não dão total atenção a isso, apenas desligam os celulares e vão se arrumar para encontrar os outros membros e J.Y.P.

Lee sobe as escadas de sua casa, separa algumas peças de roupas que irá usar, e entra no banheiro. Ele se despe de suas roupas e liga o chuveiro, a água morna cai sobre o seu corpo desnudo, causando uma sensação de relaxamento. Durante o banho, Minho pensa sobre a tal reunião, tem receio de que seja, mais uma vez, sobre ele e Jisung, pois eles se reaproximaram e já trocavam abraços e carícias em frente as câmeras novamente. Em nenhum momento ultrapassou o limite como fez na vez em que beijou Han num de seus shows, mas Lee tem ciência de que Jinyoung é mal amado a ponto de isso ser motivo para uma advertência. Lee apenas tenta não sofrer com antecedência, espera não ser nada de mais.

Já na sala de Jinyoung, todos os membros se cumprimentaram e trocaram algumas palavras descontraídas e casuais. Estão sozinhos, pois J.Y.P pediu para que aguardassem alguns minutos em sua sala e que logo chegaria. Jisung, Seungmin e Felix não tardaram a bisbilhotar e julgar os objetos decorativos que há na enorme sala. Bang negou com a cabeça, rindo enquanto os observa.

— Que mal gosto — Jisung diz, se referindo a estampa do sofá que há no canto da sala — até eu fiz um trabalho melhor como decorador.

— Nada aqui combina, ele tem o estilo igual ao da minha tia, aquela que é velhaca, enferma — Seungmin ri de sua própria fala.

— Tem coisa aqui que só pode ser dívida de jogo — Changbin diz enquanto olha por toda sala.

— Acho que nem dívida de jogo justifica isso — Felix levanta uma pequena estátua de uma mulher, parece que sua face está derretida, por ser mal produzida.

— Se eu vejo isso de madrugada, eu me assusto — Jeongin fala.

— Olha — o Hwang aponta para um dos quadros que há na sala — parece trabalho de escola que criança faz e o pai guarda para não chatear o filho — ele olha para a pintura, com os lábios franzidos, em uma expressão de julgamento.

Eles permaneceram comparando, bisbilhotando e julgando os objetos durante alguns minutos, Bang e Minho apenas riam de suas crianças. Lee se mantém em silêncio, pois está ansioso com a reunião, não quer que Jisung vá embora de novo, não agora que está tudo bem.

Todos se olham quando Felix derruba algo de cristal no chão, parecia ser caro, ele arregalou os seus olhos e olhou para Christopher, em um pedido silencioso de que o ajudasse a limpar.

— Se fudeu — Seungmin diz entre risos, apontando para Felix.

— Seungmin! — Felix exclama em reprovação — foi sem querer — ele ri, em desespero.

— Como você vai limpar isso? — Bang pergunta — quer ajuda? — Felix assente com a cabeça e se abaixa no chão, pegando os cacos de cristal, tendo cuidado para não se cortar. Bang se levanta e vai até o loiro, o ajudando.

— Boa noite, meninos — J.Y.P diz ao entrar na sala, Felix se assusta e tenta levantar, mas bate a cabeça na mesa.

— Boa noite — eles se levantam de seus lugares e dizem em uníssono¹.

— Merda — Felix sussurra, passando a mão onde a mesa havia batido.

— Tudo bem, Felix? — Jinyoung pergunta.

— Sim, desculpe — Felix diz e empurra os cacos que não teve tempo de recolher, para embaixo da mesa.

— Podem se sentar, fiquem à vontade — ele anda para atrás de sua mesa e senta na cadeira, os oito meninos se dividem entre o sofá e algumas poltronas que lá há.

— Sobre o que é a reunião? — Bang inicia — é algo ruim?

— Talvez — ele se ajeita na cadeira. — Vocês são um sucesso, o suprassumo² dessa empresa, mas decidimos que está na hora de encerrar as atividades, não iremos renovar o contrato.

Vocabulário

1. Uníssono: que tem o mesmo som (p.ex., que outro som, voz, termo, palavra etc.).

2. Suprassumo: grau mais elevado de (algo); máximo, quinta-essência, cúmulo.

Ooi gente! Como vocês estão?? Se eu tiver ânimo, sai outro capítulo ainda hoje, um pouco – muito – menor que esse, mas enfim

Esse capítulo foi bem chato, não sei. Engraçado que a escrita foi decaindo no decorrer do capítulo 🥰😍

Quando terminar, vocês vão querer um bônus?? Eu já até pensei exatamente no que escrever

Estão gostando?? Ansiosos para o próximo??

Beijão do Yuri para todos vocês! (Parem de me confundir com a Yuqi, me sinto ofendido KAKAKAK)

𝑺𝘦𝘤𝘳𝘦𝘵 𝑺𝘦𝘤𝘳𝘦𝘵 | 𝑴𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨 ★Onde histórias criam vida. Descubra agora