𝑺𝘦𝘤𝘳𝘦𝘵 𝑺𝘦𝘤𝘳𝘦𝘵 | 𝑴𝘪𝘯𝘴𝘶𝘯𝘨 ★

Epílogo.

Secret

Segredo

substantivo masculino

1. aquilo que a ninguém deve ser revelado; o que é secreto, sigiloso.

2. o que há de mais escondido; o que se oculta à vista e ao conhecimento.

(Seis anos depois)

Quando se conheceram, tudo era um segredo. Han Jisung tentava esconder que o admirava, que o cobiçava, que o imaginava ao seu lado, que o necessitava, que o benqueria¹. Ele quase conseguia. Só quase, pois o olhar o entregava, todos sabiam, mas, mesmo assim, ele continuou com o seu doce segredo. Era bom gostar de Lee, ele gostava de sentir-se bem ao lado de Lee Minho, e gostou de forma intensa de quando se tornaram um segredo juntos. Tempo juntos, toques, risadas, segurança e conforto, gostavam de compartilhar e sentir um com o outro, sozinhos e em segredo.

Ambos se escondiam da verdade. Achavam que tudo que era bom, tinha a necessidade de ficar protegido, e por isso protegeram a relação tão aprazível² como puderam. Todos se cansam de se esconder, eles também cansaram. Hoje eles escolhem mostrar o quanto se apreciam, o quanto podem viver em harmonia, o quanto podem ser felizes juntos.

Os anos lhes trouxeram sabedoria e compreensão, eles cresceram, não são mais as crianças de quando se conheceram.

Relacionamentos acabam ou se intensificam, e lá estão eles, se amando mais do que nunca, depois de anos.

Lee adora tudo sobre Jisung, acha que parece exagerado quando diz que admira absolutamente tudo. Soa como um apaixonado, mas amor e ternura é tudo o que lhe resta. Amar seu cônjuge³ é quase tudo o que sobra. Seu coração é todo de Han e de...

— Papai! — a garotinha, de nome Yeoleum Bi, chama Minho, entrando correndo no quarto que Lee e Han compartilham. O mais velho tira os óculos do rosto, abaixa a mão que segura um livro e a olha com um pequeno sorriso nos lábios.

— Oi, pequena! — ele fecha o livro e o coloca em cima da cama — o papai Hannie está dormindo. Não fale tão alto, para não acordá-lo — a filha de Minho assente com a cabeça e ele a pega no colo.

— Está chovendo — ela sussurra, perto do ouvido dele.

— Sim, você está com medo? — ele sussurra de volta, tentando entender onde a menina quer chegar com isso.

— Vamos brincar lá fora? — ela sussurra, animada e sorri para Minho.

— Brincar? Você pode ficar doente. Por que não espera a chuva passar? Podemos brincar lá fora quando o sol estiver mais aparente.

— É que eu queria muito brincar na chuva! — ainda em sussuros, ela fala. Para uma criança de apenas quatro curtos aninhos, sua fala é muito boa, deixa os seus pais bobos de orgulho.

Lee já está a um passo de aceitar, ele não consegue negar quase nada a menina, só o necessário, para que não cresça bajulada e desrespeitosa, mas brincar na chuva parece convidativo até para um adulto como ele.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos acordar ele, para brincar com nós dois — Bi sai do colo de Minho e toca Jisung diversas vezes.

— Pai... — ela chama enquanto tenta acordar o garoto adormecido, que resmunga se remexendo na cama — vamos brincar!

— Oi, Bibi — Han senta na cama e coça os olhos — quanta animação — ele ri soprado.

— Ela quer ir brincar lá fora, vamos lá — Lee diz, saindo de cima da cama e se colocando de pé na frente de Jisung.