Assim que cheguei em casa, fui tomar um banho porque ninguém aguenta esse calor do Rio.
Depois almocei e fui estudar. Tirei a tarde pra isso.
– Oi filha, já chegamos - A minha mãe falou batendo e abrindo a porta do meu quarto
– Oi, mãe. Nem vi a hora passando e você já chegou - Falei com ela
– Larga isso aí, já estudou demais - Falou e eu concordei desligando o meu notebook e fechando o meu caderno
– O pai veio junto? Preciso falar com ele - Eu disse
– O que você aprontou, mocinha? - Perguntou
– Nada, mãe. Pelo amor de Deus - Falei e ri
– Então, o que é? - Perguntou curiosa
– Vou sair com o Gustavo e prefiro falar com o papai - Eu disse
– Não era você que preferia não falar? - Ela perguntou
– Sim, mas sei lá - Eu disse confusa
– Vocês se vendo todos os dias. Estou gostando, Gustavo é um menino maneiro - Ela falou
– Ah, mãe. Somos amigos - Eu falei
– Amigos que se pegam e tá tudo bem - Ela falou e eu ri do jeito dela
– É. Isso - Falei
– Se caso venha a se tornar algo mais sério eu quero ser a primeira a saber - Falou e eu concordei
– Óbvio que eu vou te falar, mas acho difícil se tornar algo mais sério. A gente só se curte, mas nenhum dos dois quer namorar - Eu falei
– Já conversaram sobre isso? - Perguntou
– Não, claro que não. É muito cedo pra falar sobre - Eu disse
– Então de onde você tirou que nenhum dos dois quer namorar? Tá se baseando em você mesma, né? Mas deixa rolar, filha. Não se priva de viver nada por causa de traumas do passado - Ela falou
– Não vou me privar nada, tenho conversado muito com a minha psicóloga. Você sabe - Eu falei e ela concordou
– Amo você, meu amor - Ela disse e me abraçou
– Eu te amo, mãe - Falei em meio ao nosso abraço
– As mulheres da minha vida juntinhas. Eu amo ver vocês assim - O meu pai falou chegando no meu quarto
– E sempre estamos juntinhas - A minha mãe falou sorrindo e eu retribui
– Pai, que bom que você veio aqui. Queria falar mesmo contigo - Eu disse pra ele
– Vou lá fazer algo. Até porque eu já sei o assunto - Ela falou e saiu do meu quarto
– O que você quer me falar, filha? - Ele perguntou
– Olha, eu nem sei como falar isso - Eu falei enrolando
– Não vai me dizer que tá grávida - Ele disse
– Não, pai. Tá maluco. Bate na madeira - Eu falei e ele riu
– Então, o que seria? - Ele perguntou
– EueoGustavoEstamosFicando - Falei tudo rápido e enrolado
– Que? Não entendi nada. Fala devagar - Ele falou e eu respirei fundo
– Assim, pai, eu e o Gustavo meio que estamos ficando e tal - Falei sem jeito
Que situação ter que contar isso para o próprio pai.
– E? - Ele perguntou e eu olhei confusa
– E o que, pai? Estou te falando porque eu vou sair com ele daqui a pouco e não quero mais mentir dizendo que é com as minhas amigas. Mentir pra você estava me sufocando - Eu falei explicando
– Acho ótimo você ter vindo me falar, embora eu já desconfiasse e soubesse - Ele falou dando de ombros
– Como assim você sabia? - Perguntei
– Ah, Antonella, aquele dia eu estava bêbado mas não burro. Era óbvio que vocês estavam trancados naquele banheiro sabe lá fazendo o que, mas eu deixei de lado porque o meu surto não tinha nem motivo. Eu gosto do Gustavo - Ele falou e eu fiquei surpresa
– Bem que eu achei estranho você ter desistido fácil e não ter aberto aquela porta - Eu falei e ele riu
– Você deve ter esquecido que o teu pai era delegado e saca tudo de longe, mas acho ótimo que você tenha vindo me falar logo porque eu estava ligado em tudo - Ele falou
– Você não tá bravo pela mentira? - Perguntei
– Não. Conversei muito com a tua mãe e alguma hora ou outra isso aconteceria novamente - Ele falou
– Isso o que aconteceria? - Perguntei
– Ué, você ficando sério com alguém - Ele falou
– A gente não tá ficando sério. Não faz nem uma semana desse nosso lance - Falei
– Bom, se você pensa assim não posso te contradizer, mas o Gustavo ter vindo me falar que tinha te chamado pra sair hoje achei respeitoso e aprovo seja lá o que vocês tenham - Ele falou
– Como assim o Gustavo conversou com você? Ele é doido - Eu disse em choque
– Depois você se resolve com ele, mas é isso. Te amo, filha. A tua felicidade é a minha - Ele falou e eu sorri
– Te amo, pai. Muito - Eu disse e ele sorriu me abraçando em seguida
Ter contado pra ele parece que saiu um peso das minhas costas. Eu odeio mentir, ainda mais pra quem eu amo.
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Minha Paixão
Teen FictionAntonella é estudante de Medicina e tem uma base familiar muito boa. Ela sempre recebeu carinho, amor e proteção. Dona de uma personalidade forte, é decidida no que quer e está totalmente fechada para o amor, nem busca por isso. Do outro lado, Gusta...