Maldito górgona

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Boa leitura.

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Nevermore

Narrador

Dias e mais dias haviam se passado, a situação entre as duas garotas se tornava algo difícil de se compreender, beijos eram um novo meio de se calarem em meio a uma discussão já tão comum, fugas entre às aulas até o quartinho de limpeza ou amassos fumegantes na varanda, onde apenas a lua se via de testemunha para tamanha vulgaridade, se tornaram algo próximo de uma rotina.

Enid se sentia suja apesar de ceder tão facilmente ao beijos excitantes da vampira.

A raiva eminente que nutria pela garota ainda fervia dentro de si a cada sorriso minimamente torto dado em sua direção, mas diferente das provocações ridiculamente infantis que a tiravam do sério no começo, agora o que lhe trazia esse sentimento perturbador e irritadiço era como se sentia tão necessitada dos toques gélidos da garota. Ela lhe tocava do jeito certo.

Era frustrante para ela ouvir a voz de sua mãe gritando em sua mente "Enid Sinclair, você está maluca?", mas ela pensava consigo mesma que quando quisesse acabar com tudo aquilo ela poderia, é claro que poderia não é? Estava apenas se divertindo e quando pensasse que tudo poderia dar errado ela colocaria um fim e ambas seguiriam seu caminho na perpétua rotina de intrigas, certo?

E era isso que ela queria provar. Sinclair se via viciada a cada beijo, a cada aperto de arrepiar os cabelos e a cada resvalar das presas afiadas sobre seu pescoço, um vício ameaçadoramente preocupante, do tipo que seria difícil de se livrar e que nem anos amordaçada em uma clínica de reabilitação seriam capazes de lhe manter sóbria.

Tinha certeza que todas as drogas do mundo não seriam o suficiente para limpar seu organismo da voz melodiosa que soprava em seu ouvido a cada segundo querendo mais.

- Posso comer seu pudim?- Yoko pergunta enquanto aponta com a colher em direção ao doce.

Enid a olha confusa, piscando rapidamente e quebrando uma conexão a minutos instalada naquele refeitório, puxando o doce para mais perto de si em um sinal de proteção.

- O que te faz pensar que pode comer meu pudim?- Rosna de maneira protetora.- Você nem pode comer comida humana.

- Ele está dando mole a um bom tempo.- Yoko ri de sua própria fala enquanto bate no doce por entre os braços de Enid com a colher, o vendo tremer como uma gelatina.- Meu estômago vai rejeita-lo em algumas horas, mas é um sacrifício bem aceito por essa coisa deliciosa.

GAC | Enid SinclairOnde histórias criam vida. Descubra agora