Enid Sinclair cresceu ouvindo de seus pais o quanto vampiros eram seres traiçoeiros e perigosos, nunca abaixando a guarda ao lado dessa raça tão peculiar.
Já (S/n) Tanaka era de fato traiçoeira, mas em anos de vida nunca se imaginou presa nas garras...
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Nevermore
Narrador
- Inadmissível!- Katherine dava voltas pelo enorme salão, os olhos das irmãs já cansados de acompanha-la.
- Você tinha um único trabalho, que era manter essa boca fechada.- (S/n) sussurra para a garota ao seu lado, a vendo prender o riso.
- Eu gosto do caos.- Yoko dá de ombros, não temendo nem um pouco os olhos assassinos da irmã.- Além do mais, estou dando o troco por ter me tirado do armário na última reunião de família.
A boca da mais nova se abre em um perfeito "O".
- Tá brincando?- Resmunga em meio a um rosnado frustado.- Eu já disse que foi sem querer!
A tradicional reunião familiar dos Tanaka era semelhante a um jantar que congregava todos os membros da família, inclusive os primos mais distantes. Realizava-se a cada década na casa do patriarca, o Vovô Tanaka.
Durante o período em que ainda frequentava o internato na Suíça, ela e a irmã mantinham contato regular através de ligações ou mensagens, sendo assim como Yoko compartilhou sobre sua nova namorada em Nevermore.
Durante o jantar, a curiosidade falou um pouco mais alto e involuntariamente questionou a irmã sobre quando conheceria sua tal namorada, só não contava com o fato de ter falado alto demais. O silêncio repentino que ficou naquela mesa e em meio ao jantar, com todos os parentes reunidos e de olhos arregalados para as duas irmãs foi um pouco ensurdecedor.
Caótico para ser mais exata.
- Como isso foi acontecer?- A mãe de Yoko pergunta e aponta o dedo em direção a mais nova entre elas, tirando sua atenção de Yoko.
- A gente enfiou a língua na boca uma da outra.- Responde, ouvindo a risada que a irmã segurava soar.
- Engraçadinha.- A mulher massageia as têmporas em busca de paciência.
- Sei lá, acho que tenho um charme.- Se gaba enquanto joga seus fios de cabelo para trás, recebendo uma cotovelada de Yoko.- Se me der outra cotovelada, se considere morta.
A mais velha apenas dá de ombros e volta para sua mãe, ignorando a ameaça.
- O melhor você não sabe.- Yoko começa, vendo a mulher levantar uma de suas sobrancelhas confusa.- Elas se pegam enquanto se odeiam, é uma loucura.
