Enid Sinclair cresceu ouvindo de seus pais o quanto vampiros eram seres traiçoeiros e perigosos, nunca abaixando a guarda ao lado dessa raça tão peculiar.
Já (S/n) Tanaka era de fato traiçoeira, mas em anos de vida nunca se imaginou presa nas garras...
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Nevermore
Narrador
(S/n) arremessou com uma força considerável a pequena pedra arredondada em direção ao lago. Ela assistiu a rocha quicar sobre a água algumas vezes antes de se afundar completamente, submergindo até o fundo. Os poucos raios de sol que atravessavam os galhos das enormes árvores pareciam fracos agora, mostrando que o fim do dia estava logo ali.
Sua cabeça girava ferozmente em busca de qualquer mísero tipo de distração no momento. Não sabia exatamente a quanto tempo estava assim, muito menos sabia como havia parado naquele lugar. Quando deixou Enid para trás, convencida de que não estava afetada pela rejeição, deixou que seus pés a levassem para onde bem entendessem, não se importando com as aulas cabuladas ou com as ligações eminentes de sua irmã.
Seu corpo fervia em um desconforto incomum pela raiva que sentia. Sua mandíbula doía por continuar com os dentes cerrados duramente por tanto tempo. Dentro de si uma vontade grotesca de gritar em plenos pulmões, mas o silêncio sufocante parecia ter se tornado seu melhor amigo em meio a aquela floresta.
Aquele lago, junto a aquela floresta, lhe guardavam memórias no qual gostaria de esquecer por agora, mas não queria correr o risco de permanecer em Nevermore sabendo que as chances de cometer alguma maluquice era maior que qualquer outra coisa. Ali era seu único lugar de fuga.
(S/n) bufava frustrada, chutando com os sapatos pretos típicos do uniforme as pedrinhas do chão, procurando alguma boa o suficiente para que voltasse a arremessar por mais várias horas seguidas.
- Essa floresta é perigosa, senhorita.- Os pelos de sua nuca se atiçaram imediatamente em alarde pela voz conhecida.
A vampira se virou em abrupto, analisando o rapaz dos pés a cabeça em busca de qualquer tipo de ameaça, mas como sempre parecia inofensivo, e isso era definitivamente o que mais lhe preocupava.
Ele usava suas roupas típicas de corrida, os cabelos longos presos em um coque baixo, em uma mão uma garrafa de água transparente vazia e na outra o celular conectado ao fones de ouvido.
- Então acho que você não deveria estar aqui.- Resmunga de volta, se virando para continuar a arremessar pedras.
Ela ouviu o barulho dos passos se aproximando, aquelas pedrinhas minúsculas misturadas em meio a areia rala rangiam a cada passo. Revirou os olhos ao senti-lo do seu lado tão acomodado. Ele fez um simples movimento, abandonando sua garrafa ao lado dos próprios pés e caçando uma pedra, imitando os movimentos da vampira.