Capítulo 2

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P.O.V NOAH

O despertador ecoou no quarto, interrompendo o sono que eu estava, apesar de inquieto, ainda me agarrava às últimas sombras da noite. Com um suspiro, abri os olhos e me vi encarando o teto, onde os raios de sol da manhã começavam a dançar. Era hora de encarar um novo dia, com todas as suas incertezas e desafios.

Com um suspiro resignado, joguei as cobertas para o lado e me pus de pé. Sentindo o frio do chão contra meus pés descalços, era um lembrete incômodo de que a realidade não esperava por mim. Arrastando-me até o banheiro, comecei a rotina matinal. O banho matinal parecia um refúgio, um momento de tranquilidade em meio ao caos que parecia dominar minha vida. A água quente escorrendo pelo meu corpo me despertou, e eu aproveitei aqueles minutos para refletir sobre o que estava por vir. Olhar rápido no espelho para verificar se eu reconhecia a pessoa ali.

Após me secar e me vestir, peguei minha mochila que estava apoiada em uma cadeira, pronta para mais um dia de desafios, desci as escadas em direção à cozinha. O aroma do café recém-passado envolvia o ambiente, e eu sentia a fome começando a se manifestar.

Ao chegar à cozinha, cumprimentei a governanta, uma senhora de cabelos grisalhos que sempre me tratava com gentileza.

— Bom dia, Sra. Thompson. — disse com um sorriso sincero, um dos poucos sorrisos que eu reservava para ela.

— Bom dia, Noah. — ela cumprimentou com um sorriso gentil enquanto mexia o café na cozinha.

A atmosfera era tranquila naquela manhã, e a rotina se desenrolava como um roteiro conhecido. Mas algo estava estranho, meu pai não estava na mesa como eu esperava, já estava preparando para mais uma de suas lições.

— Onde está o meu querido pai? — perguntei com sarcasmo. A Sra. Thompson olhou para mim, com um misto de compreensão e preocupação em seu olhar.

— Seu pai saiu cedo hoje, Noah. Ele disse que tinha assuntos urgentes para resolver.

— Ah, os infindáveis assuntos urgentes, ele nunca acabam. — murmurei, mexendo o café de forma distraída.

— Ele vai voltar para o almoço e quer falar com você. — ela acrescentou, claramente sabendo do que aconteceu nesse final de semana.

— Claro, mal posso esperar para mais um de seus sermões, e saber qual é o próximo projeto grandioso que ele vai priorizar sobre a sua própria família. — disse, um toque de amargura em minha voz.

A Sra. Thompson suspirou, sua expressão refletindo a tristeza que ela sentia ao ver essa dinâmica entre meu pai e eu.

— Noah, seu pai se preocupa com você. Ele só tem uma maneira diferente de demonstrar.

— Preocupação é um termo interessante para o que ele sente. — murmurei, me levantando da mesa.

— Não vai terminar seu café?

— Como alguma coisa na universidade.

Eu já estava acostumado com a ausência de meu pai. O trabalho sempre vinha em primeiro lugar para ele, e eu tinha que me acostumar a ser uma mera nota de rodapé em sua lista de prioridades. Aquela era a nossa dinâmica, um jogo de gato e rato onde as palavras ficavam não ditas e as emoções eram escondidas sob uma camada de indiferença.

Assim, comecei meu dia, entre rotinas familiares e reflexões internas. O café quente nas mãos e a incerteza no coração eram meus companheiros constantes, enquanto eu me preparava para enfrentar mais um capítulo nessa história complexa que era minha vida.

                            *******

Eu e meus amigos estamos reunidos no pátio da universidade, aproveitando o intervalo até começar a próxima aula, proveito para comprar alguma coisa na lanchonete. Estamos no último semestre, e perto do ano acabar, falta pouco para estamos livres.

O Rebelde e o Segurança - Nosh, +18Onde histórias criam vida. Descubra agora