Capítulo 10

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P.O.V JOSH

O banho gelado não tinha apenas acalmado meu corpo; era uma tentativa de dissipar os pensamentos incômodos que vinham me assombrando. Estava quase completando um mês como segurança. Cuidar de um garoto rebelde como Noah era uma tarefa mais difícil do que eu imaginava.

Questionava se deveria ter aceitado esse emprego ou não. Foi uma escolha difícil, mas as opções eram limitadas. Aceitar isso ou enfrentar anos na cadeia. Noah era um quebra-cabeça complicado e eu estava determinado a entendê-lo. Anos de trabalho na polícia me condicionaram a buscar respostas, a compreender o que estava por trás das ações das pessoas.

Sai do banho e me dirigi ao meu quarto para me vestir. A toalha envolvia meu corpo enquanto eu me questionava se estava fazendo a coisa certa.

Eu tinha acabado de vestir minha calça moletom quando ouvi uma gritaria. Sem pensar duas vezes, saí do quarto às pressas, ainda sem vestir a camisa, para ver o que estava acontecendo. Noah estava aos berros, ele estava saindo do escritório do pai.

"Você só pensa em você mesmo!", Noah exclamava com uma mistura de raiva e frustração.

Logo depois, vi Noah sair correndo, uma expressão de dor em seu rosto. Marco, me olhou bravo.

— Está esperando o que para ir atrás dele? — gritou.

Acenei positivamente, não precisava de mais incentivo. Saí correndo atrás de Noah, mas quando cheguei do lado de fora, já era tarde demais. Ele saía com o carro em alta velocidade.

— Merda, Noah. — praguejei.

Voltei correndo para dentro, indo até meu quarto para colocar uma camisa, pegar meu celular e as chave do carro. Precisava alcançá-lo. Ativei o GPS e comecei a rastrear Noah pelo sinal no carro.

Minha mente estava uma bagunça. Sentia uma mistura de frustração, preocupação e irritação. Dirigi o mais rápido que pude, seguindo o rastro de Noah através do GPS. Encontrei o carro que ele havia pego, parado no alto de uma colina. Estacionei e fui até ele, que estava no chão, olhando fixamente as luzes distantes da cidade. O vento soprava suavemente, fazendo uma brisa gelada e calma. Noah ignorava minha presença, caminho a passos firmes só precisava levá-lo de volta.

Estava cansado do comportamento dele, das brigas constantes e da resistência. Era hora de colocar um fim nisso.

— Noah, vamos embora, agora. — falei, tentando impor autoridade.

— Me deixa em paz, Josh. — ele disse, com a voz trêmula.

— Anda, moleque. Seu pai mandou eu te levar, facilita meu trabalho. — pressionei.

— Vou voltar quando quiser, agora vai cuidar da sua vida, Josh. — Noah levantou relutantemente, e respondeu, com a voz meio embargada.

Revirei os olhos, irritado, e puxei Noah pelo braço. Ele resistiu e gritou para que eu o soltasse.

— Me solta! Me solta!. — gritou Noah, lutando para se soltar.

Me virei para olhá-lo, e Noah acabou acertando um soco que, apesar de não ter muito efeito, me deixou irritado. Empurrei-o com força contra o carro.

— Grite o quanto quiser. — gritei de volta, perdendo minha paciência. — Agora pare de ser um moleque mimado de merda!

Olhei para Noah, que tremia, lágrimas escorrendo pelo seu rosto, ele parecia está em pânico, com medo. Soltei sua mão e ele se afastou, voltando para onde estava. Chutei o pneu do carro, frustrado comigo mesmo.

Uma onda de culpa me atingiu, algo que nunca senti. Não queria magoar Noah, não entendia o porquê de me importar. Meu coração apertou inexplicavelmente. Eu não era de me importar com os sentimentos dos outros. Mas estava me sentindo um babaca com ele.

O Rebelde e o Segurança - Nosh, +18Onde histórias criam vida. Descubra agora