Capítulo 22

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P.O.V JOSH

Enquanto abraço Noah com cuidado, sinto o peso da sua preocupação se dissipar aos poucos. Seus braços ao redor de mim são um refúgio seguro, um lembrete reconfortante de que ele está aqui, são e salvo. Ainda consigo sentir a tensão em seu corpo, mas suas lágrimas molhando minha camisa são um alívio silencioso, uma forma de liberação de toda a angústia que ele carregou.

Com cuidado, deslizo minha mão pelos seus cabelo, acariciando-os suavemente enquanto sinto sua respiração se acalmar aos poucos. Cada movimento é delicado, como se eu estivesse tentando afastar qualquer vestígio de medo que ainda possa assombrá-lo. Meus dedos encontram conforto na maciez de seus cabelos, traçando caminhos reconfortantes em meio aos fios bagunçados.

Noah funga ao se afastar do abraço, limpando as lágrimas com as palmas das mãos. Seus olhos ainda marejados me encaram, carregados de apreensão. Provavelmente Marco deve ter contado sobre minha demissão e sua tentativa de nos separar.

— Imagino o motivo de você estar nesse estado, mas primeiro preciso me deitar antes de explicar tudo. — Dou um leve sorriso para tranquilizá-lo.

— Claro.

Vamos até o quarto, onde me acomodo com a ajuda de Noah. Meu corpo apresenta alguns hematomas dos socos que levei. Ele dá a volta na cama e se deita ao meu lado, trazendo-o para mais perto e colocando sua cabeça sobre meu peito.

— O que aconteceu, Josh? Eu fiquei tão preocupado. — A voz de Noah é quase um sussurro. — Foi o meu pai que fez isso.

Ele passa suavemente a mão por um hematoma no lado direito da minha barriga, fazendo-me expressar dor e soltar um gemido.

— Desculpa.

— Tá tudo bem. Seu pai não sujaria as mãos para isso, ele contratou alguns caras para me darem uma surra.

Noah retira rapidamente a mão da minha barriga. Seus olhos mostram incredulidade e raiva misturadas.

— Ele fez o quê?! — Sua voz soa surpresa, e posso ver o quanto ele está lutando para conter a explosão de emoções que ameaça transbordar.

Respiro fundo, tentando manter a calma diante da situação tensa.

— Sim, Noah. Seu pai armou isso. Ele queria nos separar e fez isso contratando esses capangas. Eu sei que até parece loucura, mas você mais do que ninguém conhece o Marco. — Minhas palavras saem lentamente, cada uma carregada com o peso da realidade sombria que nos ronda.

Noah parece irritado, suas mãos tremem ligeiramente ao seu lado. Ele olha para mim, os olhos cheios de uma mistura tumultuada de raiva e rancor.

— Eu sinto muito, Josh. Nunca cogitei que meu pai fosse capaz de ser tão cruel a esse ponto. — Noah murmura, sua voz embargada pela tristeza e pela raiva. — Ele nunca demonstrou amor por mim, principalmente depois que me assumi bissexual. Foi quando tudo piorou. Ele nunca me aceitou, sempre fez de tudo para acabar com minha felicidade. E é por estarmos juntos que você está nessa situação.

— Não é sua culpa, Noah. Você não podia saber. O importante é que estamos juntos agora, e vai ficar tudo bem. — Tento transmitir conforto e esperança em minhas palavras, apesar do turbilhão de sentimentos que nos rodeia. — Posso garantir que os capangas que seu pai contratou estão piores que eu.

Digo e dou um leve riso nasal, arrancando um leve sorriso de canto dele.

— E onde estão eles?

— Estão todos no hospital, sendo vigiados pela polícia. Eu fiz uma denúncia contra o Marco, não posso mais deixar ele controlar minha vida, nossas vidas. Ele já foi longe demais com isso.

O Rebelde e o Segurança - Nosh, +18Onde histórias criam vida. Descubra agora