Capítulo 1

2.7K 149 100
                                    

P.O.V NOAH

Uma manhã cinzenta e sem graça, morta se posso dizer isso, e eu, estava trancado em uma cela fria e sombria, olhando para um raio de luz que entrava pela janela. Os sons do lado de fora se misturavam ao eco vazio da prisão enquanto eu permanecia sentado no banco de cimento desconfortável, enquanto me perdia em meus pensamentos,

A noite anterior foi uma sucessão de eventos embaçados. Eu havia bebido demais, sem pensar, apenas por diversão, assumi o volante do meu carro como se fosse invencível. Eu acabei batendo ele e fui pego. A adrenalina pulsava em minhas veias, recusando-se a aceitar limites e impondo uma sensação fugaz de liberdade.

Nem mesmo a lembrança de ter ligado para meu pai naquela noite me abalou. "Vou resolver isso amanhã. Deixarei você passa a noite aí, talvez crie juízo", ele disse, demonstrando uma mistura de indiferença e desapontamento que eu já conhecia bem. A verdade é que pouco me importava o que ele pensava. Minhas emoções eram intensas demais para serem contidas, e a fazer tudo que quero se tornou minha válvula de escape.

Enquanto eu permanecia distraído em meus pensamentos, pensava quando ele viria me tirar daquela situação, um policial apareceu na grade da cela. Seu semblante sério e impessoal denotava que era hora de seguir em frente.

— Você está livre. — ele anunciou, sem se deter em olhares ou palavras amistosas.

E assim, de forma abrupta, fui liberado da prisão. Sem qualquer sinal de arrependimento ou reconhecimento dos erros que havia cometido. Eu era um furacão de emoções selvagens, e aquele momento não mudou a minha perspectiva caótica sobre a vida.

Com passos pesados, deixei para trás o ambiente sombrio da cela e me vi diante da realidade implacável do mundo exterior. Não havia mudado, e não pretendia fazê-lo. Talvez esse gênio louco era parte de quem eu era, e eu abraçava essa essência sem reservas.

O policial me observava, talvez tentando decifrar algo em meu semblante indiferente. Mas eu não daria a ela a satisfação de explicar meus motivos. Eu era o protagonista de minha própria história, com todos os seus altos e baixos.

Assim, continuei meu caminho, sem dizer uma palavra. A vida seguia, implacável, e eu, não tinha intenção de ser domado por suas convenções. Era um ser livre em meio a uma sociedade que buscava aprisionar a essência de minha alma indomável.

Era isso que me definia, que me permitia ser quem eu era, mesmo que isso significasse desafiar a ordem estabelecida. Eu, dificilmente me arrependia dos meus atos, e estava pronto para enfrentar o que o destino reservava, sem pedir desculpas por ser quem eu era.

E lá estava ele, me esperando na recepção trajando um de seus ternos caros. Não seria um encontro fácil,  o clima rapidamente mudou, ficou carregado de tensão. O olhar furioso do meu pai refletia a profunda decepção que sentia em relação a mim, enquanto eu permanecia indiferente, com um sorriso irônico nos lábios, vou ao seu encontro.

— Papai, que prazer me vê-lo aqui. Você realmente consegue alegrar meu dia.

—Não há nada de engraçado nisso, Noah! — fala ele com uma voz enfurecida. — Vamos, no carro conversamos.

Reviro os olhos, sei que vem mais um sermão sobre responsabilidade. Sigo ele até o carro, ele se mantinha concentrado no trânsito, mas logo começa a falar. Começo um contagem na mente " 3, 2, 1.".

— Você realmente não tem limite, não é mesmo, Noah? Fico impressionado com a quantidade de confusões em que você se mete, sem nem ao menos considerar as consequências!

— Ah, pai, você sempre tão perspicaz! Eu realmente deveria ganhar um prêmio por minha incrível habilidade de encrenca. Desculpe por não viver de acordo com suas expectativas perfeitas e da sociedade. — falo sarcástico.

— Isso não é hora de fazer piadas, Noah! Sua rebeldia está passando dos limites! Você não se importa com nada, com ninguém! Seu comportamento é teimoso e inconsequente! Você precisa crescer, Noah! Não pensa nas consequências?

— Por que eu deveria? As consequências são apenas para os fracos que se preocupam. Eu não sigo regras, eu faço elas.

— Você precisa levar a vida a sério! Sua rebeldia está atrapalhando tudo. A vida não é uma festa sem fim, e suas atitudes têm consequências graves! — fala ele exaltado. — Não posso ficar perdendo tempo com bobagens.

— Sério? Nossa, estou chocado! Quer dizer que não posso sair e me divertir, e cometer erros. E claro, como eu ouso viver e trazer problemas para a sua vida perfeitamente organizada.

— Estou tentando criar você da melhor maneira possível, mas você não colabora! Não estou pedindo perfeição, estou pedindo responsabilidade!

— Ainda bem que você é tão bom nisso.— debocho, ele ignora e continua.

— Você precisa entender que suas atitudes podem arruinar seu futuro e todos a sua volta! — o todos era apenas ele, como sempre pensando na sua reputação.

— Meu futuro, seu futuro... desde quando você se importa com o meu futuro? Não sabia que tinha um pai tão dedicado, mas acho que isso não é mais problema seu, não é? Afinal, sou eu quem tem que lidar com as consequências, não é mesmo? Então faz o que você sabe sabe fazer melhor, que me deixar sozinho. — falo com raiva, e quando o carro para eu saiu batendo a porta. Escutou apenas ele me gritar, mas ignoro e entro em casa.

Eu caminhei pelo corredor estreito da casa e, ao chegar no meu quarto, me deparei com as lembranças de minha mãe. Sua presença ainda pairava no ar, mesmo que tivesse partido há tanto tempo. Senti um aperto no peito, um misto de saudade e tristeza que sempre me acompanhava.

Me joguei na cama e encarei o teto, buscando alguma resposta para a confusão que dominava minha mente. Pego meu celular e coloco uma música.

Enquanto lutava contra meus próprios demônios, meu olhar encontrou o retrato da minha mãe na estante. Seu sorriso caloroso parecia me confortar, como se ela estivesse ali ao meu lado, sussurrando palavras de sabedoria. Fecho os olhos e deixo a música me levarem para longe da realidade.

Se ele quer me transformar no vilão. Que assim seja, eu serei o vilão. 






Até o próximo...

Espero que tenha gostado. Esse foi um capítulo simples para apresentar o Noah, e um pouco da sua relação com seu pai.

Acham que devo continuar? Qual a impressão de vcs? Acreditam que vai ser uma história boa?

O Rebelde e o Segurança - Nosh, +18Onde histórias criam vida. Descubra agora