Conexões Do Destino

Prólogo

Eram 4 da manhã no Espírito Santo, Brasil, quando o telefone de Elisa tocou, despertando-a repentinamente. Com um misto de preocupação e curiosidade, ela pegou o telefone ao lado da cama e viu que era uma chamada de vídeo de seu filho, Eduardo. O coração de Elisa deu um salto. Por que ele estaria ligando a essa hora? Será que aconteceu alguma coisa?

- Oi, Edu, tudo bem? Aconteceu algo? Alice está bem? - perguntou Elisa, tentando manter a voz calma enquanto seu cérebro tentava processar a situação.

- Mãe, calma, está tudo bem, mas a gente tem uma bomba pra te contar! - disse Eduardo, com um sorriso largo estampado no rosto. - Espera só um minuto que vou chamar a Alice.

Elisa sentou-se na cama, sentindo a adrenalina da surpresa e a antecipação de ouvir o que seus filhos tinham a dizer. Ela olhou para o relógio digital ao lado da cama. 4:02 da manhã. Nunca fora acordada tão cedo por seus filhos, e a expectativa e a preocupação estavam começando a deixá-la inquieta.

Poucos segundos depois, Alice apareceu na tela.

- Edu, você ligou para a mamãe? Eu disse para esperar até mais tarde, ainda são 4 da manhã no Brasil, não tinha necessidade nenhuma de acordá-la a essa hora. - Alice repreendeu o irmão.

- Oi, mamãe! - disse Alice, mudando seu rosto de indignação para completa empolgação. - O Edu já te contou?

Elisa franziu a testa.

- Contou o quê? O que está acontecendo?- Elisa perguntou completamente confusa.

Eduardo tomou a frente, como sempre.

- Me desculpe, mas não consegui esperar - disse Eduardo, tentando se defender da repreensão da irmã. - Mãe, lembra do nosso amigo tailandês, um dos monitores do intercâmbio? Aquele cara super gente boa que conhecemos no centro cultural?

- Claro que sim - respondeu Elisa, começando a se lembrar das histórias que os filhos contavam sobre suas aventuras na Tailândia.

- Pois é, descobrimos hoje que a tia dele é a Malee Wong! - exclamou Eduardo, seus olhos brilhando com excitação.

Elisa sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Malee Wong, a renomada atriz tailandesa que ela admirava desde que assistira a uma de suas séries. Seus olhos se arregalaram.

Malee Wong era uma mulher de beleza marcante, alta e com cabelos castanhos escuros que caíam um pouco além dos ombros. Seu corpo era lindo e ela tinha uma presença naturalmente sedutora. Seu estilo despojado equilibrava o feminino e o masculino, refletindo sua personalidade e carisma magnético. Malee encantava não apenas pela beleza, mas também pela maneira como capturava a essência de seus personagens com autenticidade e profundidade emocional. Desde a primeira vez que Elisa a viu na tela, sentiu-se profundamente atraída pela intensidade e vulnerabilidade que Malee transmitia em cada papel.

Para Elisa, Malee Wong era uma fonte de admiração pessoal. A capacidade de Malee em mostrar culturas e idiomas através de suas performances gerava um impacto profundo em Elisa, que encontrou na atuação de Malee uma conexão emocional com a cultura tailandesa e uma motivação para explorar mais sobre o país e sua rica tradição artística.

Além de sua habilidade excepcional na atuação, Malee também tinha outros talentos como; cantar e dominar diversos instrumentos musicais. Sua voz linda e suas habilidades enriqueciam ainda mais seu perfil como artista completa, capaz de cativar não apenas visualmente, mas também auditivamente.

Para Elisa, a descoberta dos talentos musicais de Malee ampliou ainda mais sua admiração pela atriz. A capacidade de Malee de transitar tão naturalmente entre diferentes formas de expressão artística a tornava uma figura inspiradora para Elisa, que valorizava profundamente a dedicação de Malee em aprimorar seus talentos ao longo de sua carreira.

- Espera, o quê? Vocês querem dizer que conheceram a Malee Wong? - perguntou Elisa, mal acreditando no que ouvia.

- Ainda não, mas nosso amigo nos convidou para jantar em na casa dele amanhã à noite. Acho iremos conhecê-la! - disse Alice, um sorriso largo em seu rosto.

Eduardo não pôde deixar de acrescentar, com um brilho travesso no olhar: - E Alice está mais animada porque ela tem uma queda por esse nosso amigo.

Alice imediatamente ficou vermelha e deu um leve tapa no ombro do irmão. - Edu! É mentira mãe! Eu não tenho queda por ele coisa nenhuma.

Eduardo riu, ignorando o protesto da irmã. - Ah! você tem sim! você precisa ver sua cara quando olha pra ele. Mãe, você deveria ver como ela fica quando ele está por perto. Toda tímida e nervosa. É hilário!

Alice revirou os olhos, tentando defender-se. - Isso não é verdade! Eu só acho ele... interessante.

Elisa riu, surpresa. - Sério, Alice? - Elisa perguntou com um sorriso malicioso, entrando na provocação.

Alice balançou a cabeça, rindo timidamente. - Ele é muito legal. Mas não é nada disso que o Edu está falando.

Eduardo continuou a provocá-la. - Claro, claro. 'Interessante' é o novo termo para 'paixonite', pelo visto.

Elisa não conseguia conter a emoção que começava a crescer dentro dela. Era uma oportunidade única para seus filhos e uma realização de um sonho para ela mesma.

Ao longo dos anos, Elisa acompanhou de perto a carreira de Malee, desde assistir suas séries até seguir suas atividades e projetos pelas redes sociais. Para ela, a oportunidade de seus filhos conhecerem pessoalmente Malee é não apenas uma realização para eles, mas também um momento emocionante que permite a Elisa vivenciar indiretamente um pouco dessa conquista. Era gratificante poder proporcionar momentos como esses para eles.

Depois de uma animada conversa, Elisa desligou o telefone, mas ainda estava eufórica. Deitada novamente na cama, ela tentou voltar a dormir, mas não conseguiu

Estava genuinamente feliz por seus filhos, mas também não pôde deixar de sentir um pingo de inveja saudável. Afinal, era Malee era uma figura que ela admirava. No entanto, a alegria que sentia por seus filhos superava qualquer outro sentimento. Eles estavam crescendo tão rápido, explorando o mundo e fazendo suas próprias descobertas.

Com esses pensamentos, Elisa fechou os olhos, pronta para tentar, novamente, sem sucesso, pegar no sono. Pois sua mente continuava repleta de expectativas pelo que o dia seguinte traria para seus filhos.