Conexões Do Destino

Capítulo 24

Elisa

Depois que Malee foi tomar banho, segui para a cozinha, tentando em vão organizar meus pensamentos. Meu corpo estava quente, como se uma corrente elétrica corresse por ele, implorando para que eu me juntasse a ela. Mas a razão gritava que ela precisava descansar. Era um grande conflito interno. Talvez fosse mais fácil se ela não se parecesse com o proprio pecado da luxúria sobre pernas.

Abro a geladeira, passo os olhos pelos armários, procurando ingredientes para preparar algo. Talvez um jantar rápido ou um lanche, mas minha mente se recusava a colaborar. Ela insistia em voltar àquela cena. Malee, semi nua, no meio da sala, tirando as roupas com aquele ar provocador. O sutiã de renda preta quase transparente, a calcinha perfeitamente combinada, o sorriso travesso que dizia mais do que palavras.

A cada movimento que eu fazia, a lembrança do convite dela para o banho se tornava mais vívida. Era como se a imagem dela estivesse gravada na minha mente, insistindo em não sair. Suspirei profundamente, tentando focar na tarefa à minha frente, mas a ideia de aceitar sua proposta e pedir o jantar parecia cada vez mais tentadora.

"Um banho e depois pedir comida" eu murmurei para mim mesma, quase como uma desculpa.

Poderia ser tão simples... Mas nunca era. Um banho com Malee nunca seria só um banho. Havia algo no jeito que ela transformava até os gestos mais corriqueiros em pura sedução. A água quente escorrendo sobre sua pele, o vapor subindo ao redor de seu corpo perfeito, os cabelos molhados caindo desleixadamente sobre os ombros. Seria impossível não sucumbir à tentação.

Mas a quem estou querendo enganar? Por quanto tempo mais eu poderia resistir? Cada toque, cada olhar, cada sorriso malicioso que ela lançava na minha direção era uma batalha perdida. E a verdade era que, no fundo, eu nem queria vencer. Uma hora ou outra, Malee ia me vencer. Ela sempre vence.

Senti uma onda de calor subir pelo meu corpo, seguida de um suspiro. Resolvi deixar tudo pra lá e ir atrás dela. O desejo já estava no controle, e quanto mais eu tentava resistir, mais forte ele se tornava.

Caminhei lentamente pelo corredor até o quarto dela, sentindo meu coração bater rápido. A porta do banheiro estava entreaberta, e uma luz suave escapava por entre as frestas. Cheguei mais perto e olhei discretamente para dentro, observando a cena que quase me tirou o fôlego.

Malee estava imersa em uma banheira cheia de espuma, sua pele brilhava sob a luz suave das velas aromáticas que cercavam o ambiente. Seus longos cabelos estavam presos de forma desleixada, algumas mechas caíam soltas, dando um ar ainda mais provocante. Ela estava de olhos fechados, completamente relaxada, com a cabeça apoiada na borda da banheira. A água morna deslizava sobre seu corpo, apenas sugerindo as curvas que o sabão encobria. A visão era perturbadoramente sexy.

Fiquei ali parada por alguns segundos, admirando-a, quase hipnotizada. O ambiente tinha um ar íntimo, o perfume das velas misturado ao vapor criava uma atmosfera que despertava todos os meus sentidos. A cada segundo, o desejo de estar mais perto dela só aumentava.

Tomei uma decisão. Antes de entrar, retirei minhas roupas lentamente, uma peça de cada vez, sentindo o frescor da noite tocar minha pele nua. Deixei minhas roupas caírem suavemente no chão e caminhei em direção à banheira, ainda tentando manter o silêncio, torcendo para que ela não percebesse minha aproximação tão cedo.

Coloquei um pé dentro da banheira, sentindo a água quente envolver minha pele, um contraste delicioso com o ar fresco da noite. Foi nesse momento que Malee abriu os olhos, seus lábios se curvaram em um sorriso que misturava surpresa e provocação.

- Você veio... - ela disse, sua voz baixa e sedutora, seus olhos brilhando com um misto de satisfação e desejo.

Eu não respondi de imediato, apenas entrei completamente na banheira, sentindo a água abraçar meu corpo. Sentei-me a frente dela, minhas pernas roçando levemente nas suas. O calor da água misturava-se ao calor que sentia em cada célula do meu corpo, e tudo o que eu conseguia pensar era em como aquele momento parecia inevitável, como se tivéssemos sido atraídas, como ímãs, para essa situação.