ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟ

Capítulo 1

Gabriel Barbosa

Eu estava quase no limite quando cheguei em casa.

A tensão pós-treino estava prestes a me enlouquecer, exatamente, tensão pós-treino, ultimamente coisas simples tem me deixado assim. Tudo o que eu desejava era tomar um banho, deitar e dormir, mas infelizmente isso não seria possível naquele momento.

Não quando se tinha o compromisso de ir à festa de aniversário do filho de um dos meus meus melhores amigos.

Eu diria um não facilmente se fosse outra situação, mas era o Totoi cara, eu nunca faria isso.

Depois eu mato o Éverton.

Certo que meu afilhado não merece tamanha atrocidade, que culpa ele tem de ter um pai que não pensa?

Isso com certeza é coisa da Marília, mas eu coloco a culpa nele por deixar ela mandar, que homem é esse não sabe contrariar uma coisinha da mulher?

- Gabriel, está se maquiando? - Fabinho perguntou abrindo a porta do meu quarto. - Não é possível, quanta demora.

- Cara, como você é chato! -me virei após passar perfume e joguei a chave do carro pra ele.

- Você já se resolveu com a Rafaella? -Fabinho perguntava enquanto saíamos do prédio. -não aguento mais ser pombo correio -revirou os olhos. -ela mal fala comigo quando estão juntos e toda vez que se distanciam vira isso, "ai Fábio, diz pro Gabi me atender".

Terminamos recentemente e o motivo foi o mesmo, eu não podia fazer nada que estivesse fora dos parâmetros do que ela achasse certo.

O percurso até a casa do meu amigo, não era longe, menos de dez minutos de carro.

- Não temos nem o que resolver -arrastei a palmas da mão na nuca. - esse vai e vem está acabando comigo, ou fica de uma vez ou vai e não volta mais, estou cansado de joguinhos psicológicos.

- É complicado, você sabe o que eu penso sobre isso, uma relação não vai pra frente quando só um quer. -concordei e descemos do carro quando ele estacionou.

Dei batidinhas na camisa com o intuito de tirar algum amassado e caminhei até a entrada da casa, que estava cheia de seguranças.

- Padrinhooo -Totói correu até mim de forma desengonçada e me abraçou pela cintura.

- Amor do padrinho, você está um gatão -baixei até sua altura e entreguei seu presente, retribuindo o abraço. - Feliz aniversário, príncipe, Cadê seu papai? -ele apontou com a cabeça para onde Éverton e Marília estavam, peguei sua mão e seguimos até seus pais.

- Que bom que chegou! -Éverton me puxou pra um abraço.

- Totói não parava de perguntar por você! -Marília sorriu.

Balancei a garrafa de cerveja em minha mão, o garçom havia acabado de passar servindo.

Eu já estava há bastante tempo observando alguém que nem mesmo me notava, de costas, não muito distante de onde eu estava.

- Quem é aquela? -cutuquei o braço do Éverton e ele passou a mão na cabeça sorrindo.

- Giovanna  -apontou discretamente pra garota. -Ela  é irmã da Marília.

- E como eu não conhecia?

- Porque ela não é daqui, mudou essa semana!

- Vamos lá, faça seu papel de amigo e nos apresente.

- A menina é bem mais nova que você, Gabriel!

- Era pra eu desanimar com essa informação? -meu amigo balançou a cabeça negativamente enquanto nos aproximávamos, tocou o ombro da garota que rapidamente virou-se.

Olhos azuis me encararam, profundos e cheios de vida.

Desci o olhar pelo seu corpo, a saia curta demais para minha sanidade, o cabelo quase dourado.

- Giovanna! -apresentou-se antes mesmo que alguém dissesse uma palavra e se apressou em estender a mão, voltei para o seu rosto e notei um sorriso quase tímido.

olhos inocentes, mas o corpo emanava um calor quase letal.

Intocável pra caralho.