Capítulo 23

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Giovanna narrando

- Vamos naquelas barraquinhas de comida lá embaixo? -Chamei quando o último cantor já estava encerrando, Gabriel pegou minha mão.

- De lá já vamos para casa? -perguntou enquanto eu o guiava.

- Se você quiser, podemos ir!

- Sua prima não vai mesmo? -me fitou por debaixo dos cílios e eu apreciei ele, por tempo demais, os olhos baixinhos, nitidamente com sono, era muito lindo.

Estou começando a gostar bastante da companhia dele e não sei se isso é bom.

Gabriel já estava na minha rotina, quando não nos víamos, ele mandava mensagem perguntando como eu estava ou um áudio, dando mil e um motivos para eu ir até a casa dele e quando eu não ia, ele aparecia na minha, inventando qualquer desculpa.

Não sei se posso me apegar a isso, porque a qualquer momento ele pode sair e fingir que nunca nos vimos na vida.

Quando eu havia ficado tão atraída assim?

- Não, ela vai para casa do menino que ela saiu! -entrei na fila para comprar um cachorro-quente e uma coca. - Já falou com a sua irmã? -recebi meu lanche, enchi de molho e pedi para ele abrir o refri.

- Ela só vai voltar amanhã, está com os amigos! -assenti. - Vamos passar no hotel para pegar suas coisas. -concordei e estendi a comida em minhas mãos para ele, que tirou um pedaço.

- Ficou com alguém no show? -Perguntou e eu fiz que sim.

Se eu fico com o Gabriel às vezes e ele age assim, imagina com as namoradas que já teve.

- Com você! -respondi.

- Muito engraçadinha! - chegamos onde o carro dele estava.

- Outro motivo que me fez achar estranho você estar aqui -apontei para o som, que ele já havia ligado. - esse seu gosto musical horrível! -ele fez uma cara de ofendido.

- Minhas músicas são muito boas!

- Boas de prestar, só se for -ele virou rápido para me encarar por alguns segundos, não podia tirar os olhos do trânsito, sentei de lado no banco, encarando seu perfil. - Já que estamos falando de coisas ruins, por que colocou esse metal no seu dente?

- Não gostou? -neguei.

- Isso é feio, e você é bonito demais para usar coisas feias, parece que está com um papel alumínio na boca! -ele sorriu.

Me acomodei no banco, quando senti um incômodo na barriga, era final do mês, eu estava perto de menstruar.

Quando chegamos no hotel, desci sozinha, peguei minhas coisas e quando voltei, coloquei no banco de trás, aproveitando que não iria ninguém.

- Como é a relação com sua ex, vocês se tratam bem ou apenas se suportam?

- Não tem como apagar tudo que a gente viveu e eu também não quero isso, porque não tivemos só momentos ruins, mas nosso tempo juntos também me fez muito mal -ele fez uma pausa. - Rafaella foi difícil, ela queria mudar o meu jeito de ser, como eu me comportava nos lugares, um conjunto de fatores fizeram nosso relacionamento chegar ao fim.

Pelo jeito a única parte boa dela, era o irmão.

- Não posso dizer que entendo, nunca namorei, mas sei que você está se saindo bem nisso de esquecer, ficar bem, superar, ou seja lá como chama.

- Ficar bem -ele sorriu. - Não tenho mais o que superar ou esquecer, mas são traumas.

- Como foi sua semana? -baixei o espelho que ficava ao lado do passageiro, para ver se tinha algum borrado do rímel no meu rosto.

- Muito treino, nutricionista mudou a minha dieta, colocou alimentos horríveis e ainda disse para eu diminuir o álcool, resumindo, só passei raiva, mas sobrevivi e a sua?

- Prova, dormia tarde e acordava às cinco da manhã, tinha que chegar na universidade as sete, muita dor de cabeça, senti mais saudades ainda de casa, não tive tempo nem para chorar!

- Você ganhou -sorrimos. - estudos não são para amadores.

Conversamos tanto que quando dei por mim, já estávamos na entrada da cidade dele.

- Sente falta daqui? Ou para morar você prefere o Rio?

- O Rio é ilusório, você se encanta porque é muito bonito, mas meu lugar é aqui, minha família está aqui!

Paramos em frente a uma casa enorme e um carro parou atrás da gente.

- Sabe quem são? -perguntei olhando para trás.

- Seguranças, estão vindo atrás da gente desde quando saímos, agora que você percebeu? -assenti.

Eu seria facilmente sequestrada.

Gabriel entrou com o carro, desci para pegar minhas coisas enquanto ele esperava parado ao meu lado, eles nos conduziu até a porta, a casa tão bonita quanto a outra, só que mais moderna ainda, simplesmente um elevador no meio da sala. Pronto, agora quero um elevador na minha casa.

Entramos para ir até o andar dos quartos. Um corredor enorme, ele abriu uma das portas. Peguei meu celular e ainda eram três e meia.

- Posso usar sua toalha? -perguntei sentando na cama e tirando minha sandália.

- Claro que pode, mas, se quiser outra, tem no armário! -Gabriel falou tirando a camisa e deitando.

- Uso a sua, a não ser que não goste de compartilhar toalha!

- Com você? Problema nenhum! -veio para perto de mim e me deu um beijinho mixuruca. - Você não curte muito se sutiã, não é? -o quarto estava um gelo, e os bicos dos meus seios rijos.

- Aperta e incomoda -levantei para pegar meu pijama e fui para o banheiro.

- Não vai me convidar? -estreitei o olhar para ele

- Banhos com você são sempre demorados!

- Não acredito que não vai me deixar tirar esse vestido! -falou.

- Tenho outros, depois você tira eles! -amarrei o cabelo para não molhar e relaxei com a água quentinha.

Não esqueçam de deixar a
estrelinha e comentem,
comentários me motivam
bastante.

Desculpem o sumiço, minhas
provas acabaram ontem e eu
estava cansada demais.

ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟOnde histórias criam vida. Descubra agora