Capítulo 5

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Gabriel Barbosa

Esgotamento físico e mental estavam sendo os meus principais companheiros nessa temporada, treinávamos como loucos e o rendimento continuava baixo, resultados de uma má organização.

Sai de casa às sete e meia, a caminho de onde Giovanna morava, espero que a noite compense, estou cansado e preciso relaxar.

Parei o carro na entrada do prédio, não foi difícil de achar, Giovanna morava em um dos condomínios mais requisitados do Rio de Janeiro, eu acharia só pelo nome. Enviei mensagem para ela, que logo estava parada na porta do passageiro, destravei o carro para ela entrar.

- Oi -me cumprimentou com beijo na bochecha.

Seu cheiro doce logo tomou conta do interior do carro, ela exalava sensualidade e segurança, ao mesmo tempo que me matava com esse jeito inocente.

- Oi -dei um selinho nela. - Ta linda.

que sainha do caralho essa dela em.

- Você nem se fala -ela se ajeitou e sorriu pra mim enquanto colocando cinto. - Vamos para onde?

- Ta com fome?

- Bastante.

- Eu também, do que você gosta?

- Eu como de tudo, não tenho preferência! -assenti concordando com a resposta e levei ela a um lugar onde já estava acostumado a ir.

Estacionei o carro e descemos juntos, dei a volta para ir ao seu encontro e a observei enquanto ajeitava a bolsinha no ombro, estendi a mão pra ela que aceitou e entramos no local.

Giovanna narrando

Gabriel estava lindo, o boné pra trás, a barba cheia e os olhos que pareciam estar sempre semicerrados.

Me levou para um lugar tão lindo e aconchegante. A pouca luz deixava tudo mais legal, os diversos discos enfeitando as paredes rústicas e a música que começou a tocar assim que sentamos um de frente para o outro.

Menina veneno. Uau.

Eu estava simplesmente encantada, e provavelmente ele percebeu o meu contentamento, a julgar pelo olhar que ele está me lançando agora.

- Você gostou? -me perguntou com um meio sorriso.

- Tá brincando? é lindo, Gabriel. Olha esse lugar, olha essa música. Meu Deus!

- Curte música mais antiga?

- São as minhas favoritas. -e realmente eram.

- Venho mais pela comida, não curto muito as músicas, mas dessa eu gosto.

A garçonete chegou e nos entregou o cardápio, um pra cada.

- O que você costumar pedir? Diz o seu favorito!

- Esse aqui -ele apontou pra um hambúrguer. - A cebola caramelizada dar um sabor surreal. -fiz que sim com a cabeça e continuei olhando o cardápio.

- Agora eu escolho o seu, conforme o que eu gosto -ele concordou. - Nada da minha região.

- Podemos resolver isso, com você me levando pra sua casa -ele me olhou sugestivo, olha só, atacante dentro e fora. - Eu sou apaixonado pelo nordeste, mesmo tendo ido poucas vezes.

- Você vai amar, eu prometo -sorri, eu me empolgava quando o assunto era o meu lugar e as coisas que eu gostava. - Achei, você vai pedir esse. -Apontei para um que tinha carne seca e queijo.

- Acredita que esse é o único que eu nunca comi? -Olhei pra ele duvidando, mas sem questionamentos.

- Como foi o treino hoje? -puxei assunto, não queria que ficasse algo constrangedor, era normal não ter tanto assunto assim, mas eu sou hiperativa, raramente consigo ficar quieta. Ele me olhou como quem não acreditava na pergunta que eu estava fazendo. Algo do tipo "é sério que você quer falar sobre o meu treino?" não sei exatamente.

Ele é jogador, como assim é estranho perguntar sobre o treino?

- Cansativo, estamos em uma fase péssima! -bati o pé e tentei segurar a língua, ele estava triste ao falar do rendimento do time, não iria despejar todo o ódio que sinto pelo seu técnico.

- A fase ruim vai passar, é o Flamengo, cara! -bati no seu ombro.

- Flamenguista, Giovanna? -olhei pra ele como se fosse óbvio.

- Nem tinha como não ser, meu pai é alucinado, sempre vem em todos os jogos quando pode, se soubesse que estou aqui agora, falando com você, ia me pedir pra fazer uma chamada de vídeo, ele só falta tatuar na testa "Sou sogro do Éverton Ribeiro" -Gabriel gargalhou quase alto demais.

- Éverton fala bastante dele!

- Você precisa ver os dois bebendo juntos, é um mundo de declaração. -Gabriel pareceu imaginar a cena.

Nossos pedidos chegaram e eu salivei vendo a coca cola gelada na minha frente.

- Qual tua idade? -ele perguntou enquanto desenrolava o hambúrguer do plástico, sendo que eu já havia até mordido o meu, fiz menção para ele esperar eu terminar de mastigar.

- Tenho dezoito! -o observei  arregalar os olhos e quis sorrir, mas me segurei. - Você tá bem?

- Quando Éverton disse que você era nova, eu imaginei uns vinte anos, mesmo tendo essa carinha de adolescente, não pensei que realmente fosse uma.

- Isso é ruim? -perguntei um pouco constrangida.

- Pelo contrário, só me faz querer saber mais sobre você. -me encarou.

Alguém avisa pra ele que adolescente é o tipo de pessoa com a mente mais fértil do mundo, acho que vou ter um colapso.

ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟOnde histórias criam vida. Descubra agora