Capítulo 22

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Gabriel Barbosa

Recessos eram amostras grátis de férias e férias pareciam com Santos, pois bem, cá estou eu, de volta para casa por três dias, comida da minha mãe, recaídas da adolescência e minha família perto. Paraíso.

- Rafaella está subindo, tente não ser tão frio! -Dhiô olhou para um ponto específico e eu acompanhei.

Meus seguranças nos cercavam um pouco distante, não era seguro estar sozinho em um camarote que todos poderiam ter acesso.

Havíamos acabado de chegar em um festival, onde eu sabia desde o princípio que minha ex estaria, minha irmã me comunicou para evitar qualquer tipo de desconforto ou surpresas desagradáveis, mas não há com o que se preocupar, em outros tempos eu estaria ansioso, sedento para vê-la, hoje não sinto absolutamente nada, nem um pouco balançado, nadinha. Estava mais preocupado em colocar água de coco dentro do copo de Whisky em minha mão.

Não vou dizer que não rolaria um remember, a carne é fraca, mas nada além disso.

Aos poucos meus amigos e os amigos da minha irmã foram chegando, enchendo o espaço perto da gente.

- Quanto tempo, Gabriel! -Rafaella veio até mim. - Você se sumiu!

- Nós terminamos! -falei o óbvio

- Nunca ouviu falar em amizade?

- Isso nunca funcionou com a gente. -ela estava mais bonita do que antes.

- Está de férias? vou ficar aqui por um tempo. -sei como isso termina.

- Sai um pouco do Rio, peguei três dias! -ela balançou a cabeça concordando.

Costumávamos passar todas as minhas folgas juntos, independente de qualquer coisa, estávamos sempre grudados. Ou ela ia até mim, ou eu ia parar onde ela estava, não importava onde fosse.

- Por que está tão distante? -o tom de voz calmo, eu sempre cedia a todos os seus caprichos. Ela chegava assim, mansinha, como se eu tivesse culpa de algo.

- Coisa da sua cabeça, só estamos em fases diferentes, não dar para ser como era e você sabe disso. -balançou a cabeça vagarosamente e relutou um pouco antes de sair.

Soltei o ar que estava preso desde o momento em que ela se aproximou.

- Pensei que você ia descer e entrar no seu carro com ela, assim como todas a vezes. -Fabinho disse quando parou ao meu lado.

- Eu avisei que se terminasse mais uma vez, ia ser pra valer. -bati meu copo com o dele e tomei um gole.

- Já viu quem está aqui? -fiquei confuso, não era Rafaella? Pelo menos eu não tinha outra ex maluca. - A loirinha. -ele apontou com o queixo e eu segui o gesto com o olhar.

Os cabelos dourados, o vestido vermelho, curto demais para o meu gosto, fiquei surpreso.

Giovanna estava ali, perto dos compartimentos de ferro que rodeavam o camarote, estava lá dando a vida em uma música, enquanto um cara falava alguma coisa no ouvido dela.

- O que ela está fazendo aqui? -perguntei como se ele soubesse a resposta.

- O mesmo que você, é um show Gabriel!

- Ela saiu do Rio por isso? Por um show?

- A juventude é viciada em viver -gargalhei, parecia um velho falando. - Por que não vai até ela?

- Não quero, acho que já curti o suficiente. -neguei, sabendo que era a mentira mais deslavada

- Está certo, se você for, ela vai perder a oportunidade de ficar com vários. -apertei os lábios e olhei na direção dela mais uma vez.

Observei ela sorrir, alerta de sinal verde.

- Eu vou lá! -estava me contradizendo.

- É claro que vai. -deu batidinhas em meu ombro.

Me aproximei, depressa demais, se ela fosse beijar alguma boca essa noite, seria a minha.

- Nãooo para de chover -ouvi ela cantar quando me aproximei. - e eu preciso do sol pra lembrar seu calorr -apontou para a prima que percebi agora que estava ao seu lado esquerdo, tão eufórica quanto.

- Da pra sentir seu cheiro de longe -cheguei e falei baixo no ouvido dela, Giovanna virou.

Os óculos escuros, mais a cara dela impossível.

- Gabiii -a expressão mudou e ela levantou a mão para eu bater. Fizemos um toque.

- Oi, princesa -coloquei as mãos em seu rosto e levantei o óculos para sua cabeça. - Imaginei encontrar qualquer pessoa aqui, menos você. -passei os polegares embaixo dos seus olhos que estavam úmidos de suor, havia muita gente e o calor ultrapassava os limites.

- Reconheci sua voz, mas achei muito improvável ser você -ela sorriu. - Era pra estar treinando e não em festas, Gabriel -ficou séria.

- Primeiro, Improvável? Eu sou daqui, você que é a agregada -ela era de longe a garota mais bonita do lugar. - Segundo, estou de folga. Quando chegou?

- Hoje, terminei minhas provas e chamei minha prima, não queria vir sozinha -falou rápido. - Quem foi o doido que te deu folga? -apertei o nariz dela.

- Costuma vir para outro estado assim? Do nada? -perguntei brincando e ela assentiu.

- Se eu te contar, você nem acredita!

- Gih, estou indo lá embaixo -a prima dela avisou, vindo até nós com um menino ao seu lado, Giovanna piscou para ela, com certeza já tinham costume de fazer isso - Tudo bem, Gabriel? -assenti e cumprimentei ela com beijo na bochecha que saiu seguidamente.

- Ou sua ex quer me pegar ou ela, quer me bater, qual das opções? -falou olhando por cima do meu ombro.

- A segunda -contornei a boca dela. - Esquece ela, foca em mim.

- Você é carente de atenção, né? -tocou na minha barba.

- Da sua atenção especificamente -demos um, dois, três selinhos. - Odeio que não se joga aos meus pés -admiti e ela franziu a testa, puxei seu lábio com os dentes. - E odeio que sou sempre eu que venho atrás!

- Mas eu nem tinha visto você aqui, se eu não teria falado, sabe que sim!

- Vem pra Santos comigo, chama sua prima, vocês passam o final de semana lá em casa!

- Não é estranho? Seus pais vão estar lá! -tirou o cabelo dos ombros e os jogou para trás

- Eles não moram na minha casa, só ficamos eu e minha irmã, ela você já conhece! -apertei a cintura dela.

- Posso falar com a Júlia! -murmurou e estremeceu minimamente quando minha mão tocou uma pequena parte da sua barriga que aparecia através de um recorte na roupa.

- Esse vestido está me maltratando. -Giovanna passou os braços um por cada lado do meu pescoço.

Os olhos azuis, acesos como uma fogueira, e estão queimando sobre mim.

Não esperou que eu tomasse iniciativa dessa vez e me beijou, do jeitinho que eu me amarrava.

Ela era cativante antes de provar e depois se tornava um vício.

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bastante.
Imaginaram que eles iriam
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ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟOnde histórias criam vida. Descubra agora