Capítulo 35

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Gabriel Barbosa

Passei o braço ao redor do seu pescoço no instante em que descemos do carro, Giovanna colocou o óculos escuro que antes estava preso na parte do vestido que ficava no vão dos seus seios, sem sutiã mais uma vez.

Preto, colado e sem alças. Pelo visto, a morte lenta e dolorosa vai ser a minha.

-Tá pensando em que? -perguntei para ela, que parecia estar alheia demais.

-Não vai inventar de cantar, né?

-Já te falaram o quanto você é chata? -mexi no nariz dela, os cabelos desprendidos da orelha, caído nas laterais, emoldurando seu rosto.

-Não, por que seria uma mentira, agora que você canta mal, é fato.

-Tem como te desconvidar? -ela negou sorrindo.

-Você ama minha companhia.

Fabinho se identificou para os seguranças, que liberaram nossa entrada.

Casa cheia, música alta e uma quantidade significativa de pessoas já alteradas, pulando freneticamente.

-Sobe na frente, fico atrás de você. -falei.

-Primeiro as damas, Gabi, pode vir -olhou pra mim por cima do ombro com aquela cara de criança encapetada.

-Você ta no fundamental ainda?

-Sabe as fases da escola? Pensei que não havia estudado. -imagina namorar com ela? implicância vinte e quatro horas.

-Seu vestido é curto, pode ser que apareça alguma coisa. -tentei explicar.

-Não vai aparecer coisa nenhuma, nunca sobe. -desconheço alguém com mais birra.

-Vai logo, Giovanna. -segurei no quadril dela, sorte a minha que ela escolheu ceder, se não ficaríamos a noite toda nessa escada, discutindo quem iria subir primeiro.

-Você não manda em mim -me olhou com um risinho minimalista. -eu subi por que não ia ficar no meio, empatando quem quer subir ou descer.

-Ah, não mando? -negou, seus olhos eram expressivos demais. -engraçado que, quando eu digo pra você ficar caladinha quando eu tô te comendo, você até que me respeita bem. -a boca entreabriu e o de sempre aconteceu, Giovanna mordeu o lábio, não tinha outra mania? foi uma das coisas mais obscenas que eu já presenciei, mesmo que sem pretensão nenhuma.

-Giovanna? -fomos interrompidos, virando ara ver quem era.

-João -se abraçaram-o que tá fazendo pelo Rio? -a mão dele descendo até a demarcação, quase encostando na bunda dela. Filho da puta.

João Guilherme Ávila, o pai dele parece ser legal.

-Gravando, lembra da série que eu falei? -ela concordou. -Tudo bem, cara? -me estendeu a mão e nos cumprimentamos. -vou passar um tempo por aqui, podemos marcar de sair, eu você e a galera de sempre.

-É só me mandar mensagem. -ela falou antes dele a abraçar novamente e voltar para onde estava.

-De onde conhece ele?

-Lembra do garoto do meu primeiro beijo? que eu disse que puxei, por que ele estava muito tímido. -balancei a cabeça positivamente. -então, é ele.

-Já ficaram outras vezes?

-Toda vez que a gente se encontrava, acontecia, temos amigos em comum e é sempre cômodo ficar com alguém que você já conhece, do que com alguém novo.

-E ele costuma dar em cima de você mesmo quando tem alguém contigo?

-Não, até por que, nunca fico assim com ninguém.

-Mas no momento, está comigo e ele claramente deu em cima de você, te olhando de cima a baixo quando ficaram de frente um para o outro.

-Preciso te lembrar que, eu e você só ficamos, nada sério.

-Oxe, tô ligado nisso.

-Mas não parece. Então, vamos supor que ele realmente estava dando em cima de mim

-Sem suposições -cortei ela. -ele estava.

-Quando eu estiver falando, me deixa terminar -gesticulou com as mãos. -como você disse, ele deu em cima de mim, ótimo

-ótimo só se for pra você -cortei ela mais uma vez.

-Se você não parar de me atrapalhar, eu juro que passo as unhas no seu carro.

-Para de graça, Giovanna.

-Então cala a boca -falou impaciente. -primeiro, você me viu dando em cima dele?-neguei enquanto tinha a atenção fixa em qualquer lugar, menos nela. -segundo... -se aproximou mais e cruzou os braços. -larga de ser metido e olha pra mim. -senti sua mão em meu queixo enquanto virava calmamente meu rosto para encarar seus olhos. -responde, me viu dar em cima dele?

-Não -falei sem tirar sua mão do meu rosto, adorava nosso contato.

-Justamente, posso controlar o que eu faço, agora o que os outros fazem, meio complicado, não acha?

-Pô, tá certo, já entendi.

-Ta certo nada, você é bonzinho pra falar, agora quando é minha vez fica de doce. Na verdade, até compreendo, pra você é humanamente impossível conversar com uma garota sem segundas intenções, sinto muito, mas não sou igual a você.

-Não tenta reverter a situação como se estivéssemos falando sobre mim.

-Eu deveria ter ido com ele, assim você teria motivos pra falar alguma coisa.

-Então vai lá Giovanna, tá esperando o que? ele ta olhando pra cá, só te esperando. -Ela não proferiu palavra alguma, simplesmente voltou-se para sair, foi quando segurei seu pulso, de maneira suave, apenas instando-a a parar, e a coloquei mais uma vez em frente a mim -Mentira, não vai não. -sorriu antes de dizer qualquer coisa.

-Eu não ia -falou levando uma mão para cada lado do meu rosto. -só queria saber se você me pediria pra ficar. -as mãos subiram para virar meu boné.

-Gosta quando correm atrás de você? -ela juntou os dedos "um pouquinho"

-Preciso que me escute -o semblante mudou, ficando séria novamente. -não posso cobrar nada de você e nem vou -Giovanna nunca alterava o tom de voz, independentemente situação. -só quero um pouquinho de compreensão da sua parte, se eu te ver ficando com alguém, pode ser na minha frente, sabe que eu não falo e nem faço nada, posso sentir o que for, mas fico quieta e na minha e isso já aconteceu. -me olhou como quem diz "lembra?"

-E por que você não fala e nem faz nada? -interrompi ela, mas dessa vez não aconteceu nada. -minha prioridade com relação a isso, é você, posso estar com quem for, mas se você chegar e me quiser, não penso duas vezes.

-Isso de pedir consideração não é comigo, até por que, não existe um rótulo de como agir nisso que temos, ou melhor, não temos.

-Não temos? -negou. -você é minha ficante premium. -sorrimos. -mas vem cá -puxei ela pela cintura -amaria te ver brigando por mim.

-Dorme, mas dorme muito, quem sabe você sonha com isso.

-Para de me maltratar. -brinquei com ela.

-Coitadinho de você -debochou.

-Sou diferente de você -beijei perto do seu ouvido. -se eu te ver com alguém, vou falar ou fazer alguma coisa, por que não gosto da ideia de outro alguém te tocando. -acho que nunca fui tão sincero.

-Recomendo um psicólogo -que garota irritante.

-Ta arrepiada por que?

-Medo dessa sua cara feia.

-você é má, princesa. -acariciei a parte desnuda da sua cintura.

-não me chama assim, Gabi. -manhosa demais.

tudo nela me tira o fôlego, mas mesmo assim, consigo respirar.

Giovanna sabe que temos algo, ninguém age assim quando o outro não significa nada, sei por que conheço muito bem o corpo dela e todas as suas reações.

ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟOnde histórias criam vida. Descubra agora