Capítulo 49

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Penúltimo capítulo.
Leiam escutando "I do it for you"
por que eu escrevi escutando ela.
Espero que gostem do capítulo e desde
já, quero agradecer por todo mundo que
acompanhou.

Boa leitura ❤️‍🩹

Gabriel Barbosa

Passei o polegar nas bordas do copo antes de levá-lo até a boca, tomando um pouco do whisk, que estava fraco pela quantidade da água de coco. Fim de festa, a maioria das pessoas já haviam ido embora.

De longe, eu e seu Valdemir, mais conhecido como meu pai, assistíamos minha mãe e Giovanna dançando.

A pista vazia, a não ser pelas duas, senti algo que não consegui identificar, mas era bom, ver as duas se dando bem, minha namorada fazer questão de ter minha família por perto, coisas simples, que para mim, eram sensacionais, por que nunca existiu isso no meu antigo relacionamento.

-De onde essa menina saiu? -Meu pai questionou enquanto olhava na mesma direção.

-Acho que dos meus sonhos -Dei de ombros. Era a única justificativa.

Falar de Giovanna era falar de todas as expectativas que eu sempre tive, onde achei serem irreais demais e completamente inalcançáveis.

Mas ela realmente existe, com um cabelo loiro impecável, olhos enormes e azuis e um cheiro que só ela tem. Mais ninguém.

E o melhor, agora é minha.

-você precisava dela - continuou a falar, olhei de novo para a pista de dança, agora minha mãe segurava na ponta do dedo dela, para dar rodadinhas. -não por que estava incompleto, mas por que merecia alguém que te amasse e se entregasse, na mesma intensidade que você o faz. -meu pai era o cara mais carinhoso que eu conhecia e fazia de tudo pela família, isso eu com certeza herdei dele.

-Vou te dar uns cinco netos, pai, vai vendo.

-Ela é nova e você também, sem pressa. Mas, se quiserem, estou pronto para ser avô. -sorri. -e quanto ao presente? O que você comprou?

-Um colar, esse que ela tá usando e o pingente da pulseira, que na verdade não é esse o nome, Dhiovana disse que é outro, mas pra mim é um pingente.

-Mulheres são complicadas, só inventam nomes estranhos e ainda agem como se fosse o fim do mundo quando falamos em dar uma sandália de presente, viu aquele dia?

-Exato, eu adoraria ganhar um tênis.

-Eu ainda mais, vai entender -se colocou de pé. -agora vou tirar sua mãe pra dançar e deixar vocês a sós. -apontou para frente, notei Giovanna vindo em nossa direção.

As perninhas grossas prensadas na roupa curta e apertada, já se tornou um vicio falar dela, pensar nela, mas é que não consigo, não contemplar, admirar, parar de olhar.

Parou no meio do caminho pra abraçar o meu pai e depois continuou vindo até onde eu estava.

-Por que não veio dançar comigo? -sentou no meu colo.

-Sou um desastre, sempre piso no seu pé e fico todo desengonçado -ela tocou a ponta do meu nariz.

-Mentira, você nunca mais pisou -fez uma carinha, que neném.

Como vou meter uma criança dentro de outra criança? Fica o questionamento.

-No que está pensando? -raspou o nariz no meu pescoço.

-Quero que seja a mãe dos meus filhos -virei a cabeça para aproximar minha boca da dela.

-É? -me deu um selinho. -pensa em ter quantos?

-Acabei de falar para o meu pai que uns cinco já tava bom.

-Cinco? Pois você vai ter que procurar outra pra fazer mais três, por que de mim, sai no máximo dois.

-Ao menos já evoluímos, lembro que me falou uma vez sobre não ter certeza com relação a filhos.

-Eu quero tudo com você.

Minha mente fez uma pausa, quando estou perto dela, esqueço quem sou.

-Com quem mais eu faria filhos? Pode me dar uma sugestão?

-Eu te odeio -o tom era leve, descontraído. estávamos tão perto, que nossas bocas encostavam quando um dos dois falava. -quero que me responda uma coisa.

-Vai ficar chateada da resposta?

-Depende -deu de ombros.

-Então não vou responder.

-Não vou ficar, prometo.-assenti e pedi pra ela prosseguir.

-No tempo em que parou de falar comigo, em algum momento teve raiva de mim?

-Uma vez -veio tão rápido. -No clássico que você assistiu, desceu pra zona mista com a Dhiovanna, e teu amiguinho foi falar contigo.

-O Pec? -sorriu na minha cara.

-Ta vendo, nem preciso mencionar o nome -passei a palma da mão na bochecha dela. -você tava gostosa demais e era pra eu estar no lugar dele, sorrindo de tudo que você falava.

-Mas foi você quem caminhou ao meu lado e me ignorou como se eu fosse uma estranha.

-Acredite, te olhar de longe e não poder fazer nada, foi doloroso.

-Não podia? Era só me chamar, conversar e explicar toda a situação, não precisava ter deixado chegar aquele ponto. Gabriel, você precisa entender que é o único que eu deixaria fazer o que quisesse.

-Eu sou louco por você, ouviu? Louco.

Frio na barriga e coração acelerado, acho que são sensações que vão perdurar para sempre, por que elas se renovam toda vez que eu a vejo, toda vez que chego perto.

Lembro de todos os detalhes a respeito de nós, desde o momento em que a conheci. Distante, o jeito apressado que me estendeu a mão, como ela ficou desconcertada ao notar que eu não conseguia parar de olhar.

Me recordo do nosso primeiro beijo, da nossa primeira vez, tudo, os mínimos detalhes. Das vezes em que uma chuva de lembranças invadia a minha solidão, pela saudade de estar com ela e o medo de me aproximar.

O quanto eu me repreendi por sentir outra vez, por me apaixonar outra vez e por negar com todas as letras que não sentia absolutamente nada, mas paixão a gente não esconde e eu não sei fingir.

E agora estarmos aqui, agarradinhos, a cabeça dela apoiada no meu ombro, enquanto assistíamos nossa família reunida, sei que tudo valeu a pena.

ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟOnde histórias criam vida. Descubra agora