Flamengo X Vasco📍Maracanã, Rio de Janeiro.
Giovanna Echols
- Você vai usar a camisa com o nome do Gabriel, sim! -meu pai estava falando isso a um tempo, tentando me convencer e eu simplesmente não aguentava mais.
- Não, pai, não vou usar a camisa com o nome dele!
- Gislane, fala que ela vai usar sim!
- Se vocês não entrarem em consenso, eu vou sozinha e deixo as duas crianças brigando. Eduardo, para de ser infantil e deixa nossa filha usar o que ela quiser.
- O que ele vai pensar? Que não apoiamos ele? Não, pior, que não sou fã o suficiente. -papai choramingou, estou desacreditada.
- Claro que não, você usando a camisa dele, deixa mais que claro que você o apoia. -eu disse.
- Eu e você iríamos na camisa dele e sua mãe e a Marília na do Éverton, todo mundo concorda, menos você.
- E pra que isso? -perguntei.
- Temos que apoiar a família, meu genro e meu ex genro
- Seu ex o quê?
- Não me julgue -ele fez sinal com a mão para que eu parasse.
- Pai, me entenda, eu não fico mais com ele, se eu usasse..... -ele me interrompeu
- Sem continuações, esse assunto me dói -que figura.
- Sem drama, papai, não vou com a camisa, isso iria inflar demais o ego dele.
- Tudo bem -falou derrotado. - alguém pega o aparelho para medir minha pressão -fechou os olhos com a mão na testa, como era ator, meu Deus.
- Se não estiver se sentindo bem, podemos ficar -mamãe entrou na onda dele.
- Farei um esforço -levantou, como melhora rápido.
Eu estava de shorts, Melissa e uma blusa do meu time, sem nome e sem número nenhum.
Meu cabelo estava com ondas e eu só passei protetor solar e um uma manteiga de cacau, minha sobrancelha e meu cabelo estando feitos, não me importo com maquiagem.
Fomos o caminho todo do Maracanã, com meu pai escutando vídeos de filhos desobedientes no volume máximo, eu posso com isso?
Iríamos para o camarote do meu cunhado, na verdade, eu só iria lá ficar um pouco, quando o jogo começasse, eu iria descer para a arquibancada, o jogo é bem mais animado no meio da galera.
Quando chegamos, Marília já nos esperava, com Totoi nos braços e guto segurando em sua mão.
- Por que demoraram tanto? -ela perguntou quando nos aproximamos, Totoi pulou dos seus braços e correu me abraçando pelas pernas, Guto se soltou dela e agarrou a mão do meu pai e da minha mãe, ficando no meio dos dois.
- Papai querendo me obrigar a vestir uma camisa com o número e o nome do Gabriel!
- Pai, por favor, o que conversamos sobre isso?
- Eu nunca concordei com nada que vocês falaram. -deu de ombros, a birra eu puxei dele.
- Vamos subir -minha irmã chamou, peguei meu sobrinho no colo e seguimos para o camarote, que era um ao lado do outro.
Júlia disse que estava chegando, eu acho que era em casa para depois vir para cá, porque não é possível essa demora.
- Tem cerveja gelada? -mas ele não tava se sentindo mal, agorinha? Não me segurei, tive que sorrir.
- Verdade que você e meu padrinho estão namorando? -Totoi perguntou, até a criança.
- Quem te falou isso? -perguntei rápido.
- O vovô!
- Ele se confundiu, eu e seu padrinho não namoramos, tudo bem? -ele concordou e me deu um beijo antes de descer do colo e ir brincar.
O estádio já estava quase todo cheio, as duas torcidas cantavam sem parar, a do Flamengo sempre com mais barulho, por estar todas às vezes em maior quantidade, mas o Vasco não ficava tão atrás por aqui, pelo fato de também ser do Rio, entretanto, a nação rubro-negra é incomparável.
Peguei uma água e passei a observar tudo, vi o filho do Tite passar em um corredor, distante de onde estávamos, eu iria me aventurar demais se ele me quisesse e não fosse casado.
Olhei para o lado e vi alguém acenando em minha direção. Dhiovana e Fabinho.
- Passa pra cá -ela gritou.
- Vem -Fabinho chamou com as mãos.
Levantei, passando de um camarote para o outro. Me dei super bem com esses dois, a maioria das vezes que eu ia à casa do Gabriel ela estava e o Fabinho, não é segredo pra ninguém que esse morava com ele.
- Você tá sumida! -Fábio falou.
- É Gi, nunca mais apareceu lá em casa!
- Eu e Gabriel não ficamos mais, seria estranho eu andar na casa dele do nada. -sorri.
- Eu realmente não sei o que eu fiz, quando meu irmão começa finalmente a ficar com alguém que eu gosto, vocês param.
- Mas a gente não deixou de ter contato por isso. Eu e você.
- Eu te chamo para ir à minha casa em Santos e você sempre dar uma desculpa.
- Não são desculpas, é sempre uma justifica plausível, tanto é que eu tinha que estudar para um seminário e mesmo assim fui naquele aniversário que você me chamou.
- Isso é verdade, mas sinto saudades de você, já havia me acostumado, meu irmão também sente saudades suas, só é orgulhoso demais para admitir. -percebi que ela falou rápido demais e sem pensar.
Se sentisse mesmo, não teria parado de falar sem um motivo aparente.
- Prometo que a partir de agora, vou sempre fazer de tudo para sair quando você me ligar e vou começar a viajar para sua cidade. -ignorei sua última fala. Ela esticou o dedinho para eu juntar. - E você, Fabinho, ta calado, nem me abraçou! -encostei no ombro dele e ele abriu os braços.
- Rose fala sempre de você -ele disse.
- Como ela está?
- Bem, preocupada com todos, como sempre! -sorrimos.
- Começaram a entrar -me referi aos jogadores. -Eu vou descer, vocês vêm? -Fábio negou, mas Dhiovana se agarrou em mim e saímos.
Júlia chegou ao final do hino. O Juiz apitou e a bola começou a rolar.
Estavam frenéticos, com sede de vitória. A torcida cantando sem cessar.
A fumaça vermelha e preta não sumia um segundo sequer, mosaicos carregados de histórias enfeitavam o estádio. Era bom demais ser Flamengo.
Quinze minutos, REPITO, quinze minutos do primeiro tempo, Matheuzinho fez o primeiro gol, a gritaria começou, loucura.
- GOSTOSO -gritei e Dhiovana me deu um peteleco.
- Nem se anima, você vai casar com o meu irmão -ela e Júlia se olharam cúmplices. Todos contra Giovana????
O jogo continuou, mas só estavam brincando com a bola, segurando para não ter um empate. Fim de primeiro tempo.
Vasco não estava mal, mas convenhamos, eles estavam jogando contra o maior, já entraram sabendo que iriam perder, só queriam saber por quanto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ᴛᴀᴋᴇ ᴍʏ ʙʀᴇᴀᴛʜ ᴀᴡᴀʏ | ɢᴀʙɪɢᴏʟ
ФанфикGiovanna Echols se vê deixando sua vida para trás, quando é obrigada a mudar de estado por conta dos estudos. Só não contava que seu caminho iria se cruzar ao de um certo jogador de futebol, camisa dez do Flamengo. Egos gigantes, sentimentos indecif...