Capítulo 3

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Rick Grimes



Abri meus olhos, minha visão estava confusa e embaçada, mas vi cabelos ruivos passando pelo quarto, a dor nas minhas costelas me fizeram lembrar do tiro que levei, minha garganta estava seca e meu corpo dolorido, queria avisar a mulher que eu estava acordado mas, a voz dela era linda e eu aguentaria ficar com sede mais um pouco para ouvi-la cantar mais um pouco.

Ela colocou algumas flores na mesa ao lado da cama e falou algo sobre lírios, disse ser as flores preferidas dela, soltei um sorriso e me forcei a falar alguma coisa.

- Lírios estão bons doutora ruiva - Falei o mais alto que eu conseguia e ela não me respondeu, olhei em volta para o quarto e não vi ninguém. Não era possível, eu tinha acabado de ver seus cabelos ruivos e sua voz doce e gentil, eu podia jurar que senti as mãos dela no meu ferimento. Me virei até a mesa que a vi colocando as flores e as vi mortas, estavam todas secas.

O quarto estava escuro e silencioso tentei chamar alguém mas não adiantou. Com muito esforço e levantei da cama, meu corpo inteiro dói e minha garganta implora por água, andei até o banheiro e me olhei no espelho, minha barba está crescendo e tenho olheiras fundas, me abaixei e bebi um pouco de água. Eu precisava sair do quarto e entender porque ninguém veio quando chamei, onde está a mulher ruiva que estava aqui, cadê a Lori e o meu filho?

Quando abri a porta do quarto me deparei com um corredor todo escuro, tinha uma maca em frente a porta, empurrei ela e fui andando pelo hospital

Tinha marcas de sangue nas paredes, tiros, o teto estava aos pedaços, e por um momento eu achei que ainda estivesse na cama do hospital dormindo, acho que isso é um sonho porque não pode ser real. Em frente a mim tem uma porta escrito " Mortos aqui, não abra ", vi umas mãos pretas saindo da porta e um cheiro podre atingiu meu nariz, tinha pessoa lá dentro mas elas não falavam, soltavam sons parecidos com gemidos. Quando mais eu me aproximava da porta mais os gemidos ficavam altos, me assustei quando eles começaram a forçar a porta como se quisessem sair de lá e a minha reação na hora foi me afastar, o mais rápido que eu pude.

Passei meus olhos por todo lugar procurando por alguma pista, alguém que pudesse me ajudar, estava procurando uma doutora de cabelos ruivos, ela falou comigo eu tenho certeza disso, escutei sua voz calma me falando sobre os lírios, eu vi seus cabelos ruivos, eu não estava sonhando, eu espero que não.

Eu não fazia ideia de que dia era hoje, não sabia a quanto tempo estava naquela cama mas, vendo tudo a minha volta posso dizer que se passou muito tempo. Quando eu saí do hospital me dei de cara com vários corpos enrolados, minha cabeça doía e eu me sentia tonto, eu preciso achar o Carl, preciso achar alguém que me diga o que merda aconteceu aqui.

Quando me afastei do hospital, sai em direção a minha casa, precisava achar a Lori e o meu filho, vi uma bicicleta jogada no chão acho que não faria mal pegar emprestado, quando ia subindo na bicicleta eu vi metade de um corpo deitado no chão. Imediatamente me afastei e acabei caindo no chão, senti uma dor muito grande e olhei pra o curativo que estava no meu ferimento e tinha sangue encharcando a gase. A mulher estirada no chão veio se aproximando de mim, seu rosto estava disfigurado e ela não tinha pernas, metade do seu corpo foi arrancado, ela gemia pra mim e tentava me alcançar, ignorei a dor e subi na bicicleta pedalando o mais rápido possível.

Quando cheguei em frente a minha casa, a porta estava aberta, corri e gritei o nome do Carl e da Lori, ninguém respondeu, a casa estava revirada e os armários estavam abertos. Fui até o meu quarto e não tinha roupas nas gavetas e todos os álbuns de família sumiram, isso me deu esperança, sabia que eles estavam bem e vivos, nenhum ladrão levaria fotos de família, o quarto do Carl estava todos bagunçado, suas revistas e quadrinho sumiram também, ainda tinha algumas roupas penduradas no cabide, peguei seu casaco e gritei por ele novamente.

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