NOVA CHANCE • RICK GRIMES

Capítulo 1

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Liliana Denver

Me mudei para King Count faz um mês, sou enfermeira e trabalhava em Atlanta. Estava cansada da vida agitada e perigosa de lá e por isso me mudei pra cá. É uma cidadezinha linda, todos foram bem receptivos comigo e o pessoal do hospital fez eu me sentir em casa.

Minha mãe faleceu há 3 anos , ela era linda, tinha os mesmos cabelos ruivos que eu tenho, apesar de não ter sido a mãe perfeita, me fez muita falta. Minha relação com meu progenitor é complicada, ele não é um bom homem, e eu não o considero um pai, minha relação com ele se dá apenas por causa dos meus dois meios irmãos, se não fosse por eles eu teria sofrido muito mais. Eles são a única família que eu tenho e a única coisa boa que meu pai fez.

Minha rotina em King Count é bem tranquila, exatamente o que eu estava procurando, meus irmãos não ficaram contentes com a minha mudança pra cá mas, me apoiaram completamente, não sei o que eu faria sem eles.

Hoje quando acordei para trabalhar, senti um aperto no peito, como se algo ruim fosse acontecer. Por causa dessa sensação tomei mais cuidado no meu caminho até o hospital, meu dia seria tranquilo, algumas medicações para aplicar, alguns pacientes para dar alta, tudo em perfeita ordem.

Perto da hora do almoço um policial ferido deu entrada no hospital, um ferimento a bala, ele estava perdendo muito sangue, logo os médicos se aproximaram dele, assim que cheguei perto do homem deitado na maca pude ver seus olhos azuis, um azul que eu nunca tinha visto e não poderia descrever seu tom, não conseguia ver seu rosto todo por causa da máscara de oxigênio, ele estava pálido e abria e fechava seus olhos, na tentativa de não apagar.

- O que posso fazer doutor? - Eu e os médicos corríamos em direção ao centro cirúrgico. Tinha um enfermeiro em cima do homem baleado, pressionando o ferimento e evitando mais perda de sangue.

- Liliana, fale com o outro policial que veio com ele, informe que vamos levar ele para a cirurgia e depois se lave para entrar comigo - Doutor Greg passava as informações, concordei e fui até o outro policial que estava na recepção.

Ele andava de um lado para o outro com as mãos na cabeça, ele estava sujo de sangue e pelo que eu posso notar, ele e o outro policial são mais que colegas de trabalho, ele está muito preocupado com o homem baleado.

- Olá, me chamo Liliana, sou enfermeira, estou aqui para avisar ao senhor que o outro policial vai entrar em cirurgia, ele perdeu muito sangue mas, tem boas chances - Tentei soar o mais gentil possível, não posso imaginar o que ele está passando agora, ninguém que eu me importo o suficiente esteve em estado de vida ou morte, meu irmão mais velho vive se metendo em encrenca e as vezes vai preso mas, nada tão grave - Você pode informar a recepcionista o número de algum familiar do paciente para que eles possam entrar em contato com eles, venho avisar assim que tiver mais notícias.

- Tá tá, está certo - Ele concordou comigo, seu estado era preocupante ele estava clareamente desnorteado.

- Sheila, fique de olho nesse homem, ele está a ponto de ter um colapso nervoso - Falei baixinho para a outra enfermeira que estava ao meu lado.

Fui até o centro cirúrgico e o doutor Greg estava retirando a bala do abdômen do homem, o doutor me atualizou do seu estado e pediu para que eu o auxiliasse no restante da operação, o homem precisou de algumas bolsas de sangue e teve uma parada cardíaca, logo fizemos o protocolo e ele voltou. Em seu estado e com a quantidade de sangue que esse homem perdeu, me deixou surpresa o fato do coração dele só ter parado uma vez. O homem que eu agora descobri se chamar Rick Grimes, era o xerife de King Count, ele tinha uma esposa e um filho, assim que a operação acabou fui até a recepção avisar ao amigo do policial que ele estava fora de perigo e em algumas horas ele poderia vê-lo. Quando eu cheguei na recepção, tinha um garotinho sentado com seus olhinhos e a pontinha do seu nariz vermelhos, além do outro policial e uma mulher abraçados no canto.