Capítulo 5

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Liliana Denver








O dia seguinte foi cheio de novidades, o Rick se levantou e disse que queria ir até a delegacia que ele trabalhava, queria buscar alguma pista de onde a esposa e seu filho poderiam estar além de, pegar algumas armas. Todos nós fomos com ele, chegando na delegacia ela estava vazia, nenhum morto por perto e nem dentro dela, ela foi até sua sala e viu tudo bagunçado, alguns papéis espalhados pelo chão, ela abriu uma gaveta e tirou uma foto do Carl bebê, ele era lindo, um bebê gorduchinho e sorridente, eu sabia que o Rick não ficaria por aqui, ele iria até Atlanta procurar pela família.

O Rick nos levou até o vestiário e simplesmente ligou os chuveiros e saiu água, na hora eu não acreditei, faz duas semanas que o mais perto que eu chego de um banho é um pano úmido e bastante perfume. O Duane passou por todos nós tirando a roupa e indo em direção ao chuveiro.

- Duane, temos uma mulher aqui - O Morgan disse quando o Duane ia tirando sua calça, ele me olhou desconfiado e eu sorri pra os homens na minha frente.

- Vocês podem tomar banho primeiro, eu fico de vigia - Falei sorrindo e saindo de lá. Os meninos demoraram no banho, eu fiquei na recepção, eu olhei todas as mesas que tinham lá, alguma ainda tinham retratos de famílias ou xícaras de café deixadas na hora da pressa. Me peguei pensando o que poderia ter acontecido com essas pessoas, não é possível que todas estejam mortas.

Me sentei em uma banco que tinha ali e comecei a chorar, chorei porque esse mundo está uma loucura e não sei quando vamos voltar ao normal ou se vamos voltar, chorei com saudades dos meus irmãos, eu devia ter ido procurá-los assim que as coisas enlouqueceram, devia ter tido coragem de sair de casa e ir até eles, agora eles podem estar em qualquer lugar, são bons em caçar, tenho certeza que estão na floresta ou na pedreira que costumávamos acampar, eu decidi que iria até eles, toda essa história do Rick me fez perceber que não posso ficar sentada e esperar eles me acharem, preciso fazer alguma coisa, eu iria com o xerife até Atlanta, se ele concordasse, vou procurar pelos meus irmãos.

A voz do xerife me tirou dos meus pensamentos, quando eu levantei a cabeça senti minhas bochechas arderem, o Rick estava vindo em minha direção só com uma toalha enrolada na cintura, eu já tinha visto ele sem camisa várias vezes mas, saber que ele estava sem nada por baixo da toalha me fez ficar com vergonha. Ainda tinha água pelo seu corpo e eu me peguei pensando em como ele seria por baixo da toalha, eu podia sentir minhas bochechas queimando e baixei minha cabeça quando ele se aproximou mais de mim.

- Você já pode ir, o Duane passou um bom tempo embaixo da água e não quis sair de jeito nenhum - Ele estava em pé na minha frente, se formava uma pequena poça de água nos seus pés, sua mão estava na cintura e ele tinha um sorriso inocente pra mim - A água só está gelada, algo aconteceu com o gerador e ele não está a funcionando.

Me forcei a olhar apenas para o seu rosto, não é possível que esse homem ache normal estar só de toalha na minha frente.

- Tudo bem, é um banho com água, sabonete e shampoo, não importa muito se a água está fria - Eu disse me levantando e me controlando pra não rir de nervoso.

- O que foi Ana ? Por que está vermelha ? - Ele usou o mesmo apelido que o filho me chamou, senti borboletas no meu estômago e amaldiçoei para que elas morram, ele é casado, está procurando pela esposa e o filho e eu pensando em como o homem é pelado.

- Seu filho me chamava assim também, Ana, é um ótimo apelido xerife - Falei pra e ele e sai de lá o mais rápido possível, não olhei pra trás pra ver se ele estava me olhando mas, pude sentir seu olhar nas minhas costas. Quando eu entrei no vestiário, fechei a porta e pude respirar um pouco.

NOVA CHANCE • RICK GRIMES Onde histórias criam vida. Descubra agora