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Tudo estava escuro, não tinha nem um pingo de luz pra iluminar aquele lugar

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Tudo estava escuro, não tinha nem um pingo de luz pra iluminar aquele lugar. Eu tinha sido uma das pessoas encarregadas de eliminar Deckard Shaw, Brixton sendo o líder daquele esquadrão.

Eu me sentia quebrada. Sentia que minha alma estava com ele, me deixando vazia enquanto eu pairava a deriva até ele estar disposto a me entregar ela de volta.

Eu não acreditei, nem por um segundo, que Decks tinha matado todo o nosso esquadrão.

A desculpa que deram, esse mísero pretexto para matá-lo não foi o suficiente pra me convencer de que ele é o mal da história.

A ordem vinha do governo britânico. Disseram ser uma ordem oficial da Rainha Elizabeth. Essa era uma ordem que eu não poderia desobedecer.

Mas que eu iria.

Eu tentava a todo custo enxergar no escuro, a falta de lua no céu impedia de iluminar o caminho naquela floresta, as árvores enormes também não ajudava em nada.

Estávamos andando a pelo menos uma hora, atentos a qualquer som. A única coisa que eu ouvia eram as cigarras e o barulho do riacho ali perto.

— Vamos acampar aqui essa noite — Brixton disse, fazendo todos começarem a armarem barracas.

Eu era a única do esquadrão antigo, a única mulher do esquadrão atual, a única que sobrou além de Brixton. Eu estava visitando minha irmã na Califórnia quando a "rebeldia" de Deckard aconteceu. Brixton disse que ele estava indomável, queria a todo custo informações confidenciais e que ele parecia outra pessoa.

Meu Decks nunca faria isso.

Faria?

Não, claro que não!

Enquanto armava minha barraca, ouvi risadinhas, mas ignorei. Era comum pra mim.

Foi apenas quando eu me virei que percebi que as risadas estavam próximas demais. Todos do esquadrão, Brixton no meio, estavam ao meu redor, formando uma barreira.

— Perderam alguma coisa, soldados? — Eu perguntei, a postura tensa enquanto via a rodinha ficar da vez menor enquanto eles se aproximavam.

Só queremos brincar com você, sargento. — Brixton disse em um sussurro, tocando minha bochecha.

Eu tentei me afastar, tentei lutar, tentei gritar mas nada os impediu de meu corpo ficar à mercê deles.

Eu apaguei logo no começo, acordando ao amanhecer, jogada no chão e nua.

Se me vissem nesse momento, me comparariam com a moça de Doce vingança 1.

Eu não via a minha pele. Eu via lama ou hematoma, eu via arranhões ou plantas. O interior das minhas pernas doíam e eu me lembro vagamente de terem usado uma AK ali, eu não precisei olhar pra baixo para saber que sangrava.

Eu fiquei com medo de que aquilo tivesse sido apenas o começo, mas ao olhar pro acampamento, eu o vi vazio, apenas a minha barraca armada e minhas coisas espalhadas.

Me deixaram para morrer.

Eu pulei de susto ao ouvir sons de tiros. Três. Pelo tempo entre eles eu poderia facilmente dizer que tinha sido dois no coração e um na cabeça.

Por favor, que Deckard esteja vivo.

— Vai atirar em mim agora? — Eu perguntei olhando pra G17 na mesa

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— Vai atirar em mim agora? — Eu perguntei olhando pra G17 na mesa.

— Você sabe o que eu quero saber, Toretto

Meu coração se partiu naquele momento.

— Eu não transei com ninguém depois de você — Eu dei um sorrisinho inocente, como se estivesse contando a maior verdade da minha vida. Eu não estava. A tristeza enterrada em meu coração partido.

Deckard suspirou alto e se levantou da sua cadeira, vindo em minha direção. Eu sabia que ele não me machucaria, pelo menos não pra me matar, mas não consegui evitar me encolher diante daquela muralha de músculos. Ele percebeu, pois parou de se aproximar.

— Qual o próximo passo do seu irmão? — Ele perguntou, a voz rouca e com o sotaque britânico nas alturas.

Eu nunca sei se é de propósito.

— Vamos lá Decks, você não é burro ao ponto. Não precisa de mim pra somar dois mais dois — Eu cruzei os braços, ou ao menos tentei. Minhas mãos estavam algemadas naquele sofazinho de metal que eu estava deitada antes. Uma mão em cada braço. Me sentia em uma sessão de BDSM.

— Tanto faz, quero saber o porquê está se metendo no meio disso tudo, porque saiu do MI6 e das Forças Armadas — Ele deu um passo na minha direção e eu me encolhi de novo, fazendo ele parar.

A culpa não era dele dessa vez.

A culpa era das lembranças que invadiram a minha mente com a pergunta dele.

— Meu irmão precisava de mim. Eu saí logo depois da missão secreta de executar você — Eu não o olhava enquanto dizia, não era uma mentira, pelo menos não tudo. Eu realmente sai depois daquela missão.

— Você estava lá? — Ele se aproximou de novo, suas mãos agora apoiadas no encosto do sofá atrás de mim. Uma de cada lado da minha cabeça. Mais um pouco e eu estaria beijando ele.

— Não. Eu nunca acreditei que você tivesse matado eles — Eu voltei a olhá-lo e o movimento da minha cabeça fez nossos narizes se tocarem.

Acho que esqueci como se respira.

— Nunca?

— Nem por um segundo — Eu sussurrei de volta.

Só mais um pouco.

Ele olhou para os meus lábios e mordeu o seu, ele voltou a me olhar nos olhos e sorriu antes de se afastar totalmente e voltar a se sentar.

Filho da puta.

— Se está preocupada que eu te use para chantagear seu irmão, fique tranquila, eu não sou tão baixo — Ele riu, desmontando e montando a G17.

— Então porque me trouxe aqui? — Eu realmente estava curiosa.

— Quero que fique segura — Então ele ainda se importa, afinal.

Um barulho irritante de metal ecoa por aquele lugar que eu ainda não sei o que é. Logo em seguida vem passos, muitos passos. Parecia ter um exército entrando ali.

Deckard me olhou, parecia pedir desculpas enquanto se levantava e ia pra longe, sumindo entre as pilastras.

— Jakande, pelo visto, minha oferta chamou sua atenção — A voz de Deckard soou longe e eu travei no lugar com o nome.

Mose Jakande.

Deckard se aliou ao Mose Jakande. Isso só significava uma coisa.

Deckard já tinha um plano e estava colocando ele em prática.

Deckard Shaw quer Dominic Toretto morto.

E eu não vou conseguir impedir.

Laços - Deckard Shaw (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora