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Alguns meses depois

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Alguns meses depois...

Fiz um sinal para avançarmos, eu e ela nos armamos as bombas e sorrimos uma para a outra quando nos afastamos.

A porta explodiu e nós entramos em fila única, eu e ela na frente já que éramos suas superiores. Quando chegamos no local, vimos eles carregando o caminhão.

— Aquela é a caixa — Ela sussurrou e eu olhei pra ela, confirmando com um aceno de cabeça.

— Armas de choque, não esqueçam, precisamos deles para o interrogatório vivos — Eu avisei, pegando uma granada de luz na minha cintura e tirei o pino com a boca.

Joguei ela no chão e assim que ela explodiu, os tiros começaram.

Eu atirei em três, jogando a arma para as minhas costas e usando os caixotes para dar impulso e prender minhas pernas no pescoço de um. Segurei seu braço para cima e apertei minhas pernas ao redor de seu pescoço até o corpo ficar mole e ele apagar. Do outro lado, ela fazia o mesmo, como se estivéssemos sincronizadas.

Subi dentro do caminhão, destravando a caixa e a abri, mexendo no sistema. Eu dei um sorriso quando o sistema foi desbloqueado.

— Alvo capturado — Eu disse no rádio, a voz triunfante.

— M... I... 6 — Uma voz disse pausadamente e eu levantei meu olhar da caixa para um homem totalmente de preto.

Meu corpo congelou e foi Hattie, em pé, ao meu lado, que levantou a arma em sua direção.

— Brixton? — Minha voz era apenas um sussurro mal ouvido, fraco e sem vida enquanto todo o meu corpo se arrepiou de medo e minha mente era invadida pelas lembranças.

— Olá, Lottie — Brixton piscou pra mim, sorrindo como se só eu estivesse ali, não quase um esquadrão inteiro do MI6. Todos apontaram as armas para ele enquanto eu fiquei na mesma posição, como uma criança. — Ei ei, eu sou um fã. Trabalho fantástico. Acho que ficam ótimos nessa roupa — Ele disse para os soldados que o cercavam.

— Quem diabos é você? — Hattie disse, sua arma apontada para Brixton.

— O vilão — Foi tudo o que ele respondeu.

— Para o chão! Agora! — Um dos meus soldados gritou e Brixton olhou pra ele.

— Nah — Ele murmurou, agarrando sua arma e o socando.

Ignorando o medo, eu me levantei para ajudá-los, vendo Brixton matar um por um. Hattie entrou na minha frente, atirando contra Brixton que parou as balas com a palma da mão.

É a porra do Super Homem?!

Quando ele começou a correr na nossa direção, fechei a porta do caminhão, trancando por dentro.

— Tira a gente daqui! — Gritei pra Hattie que mexia na caixa de ferro.

Empurrei sua mão que estava prestes a injetar o vírus em si mesma. Hattie acenou com a cabeça, acatando minha ordem e correu para o volante. Eu olhei para a caixa de ferro, li a frase "cápsulas prontas para a injeção" no painel e então olhei para a porta do caminhão que estava ficando com os amassados dos socos de Brixton.

— Ah, quer saber? Foda-se! — Eu bati a minha mão nas agulhas e segurei o grito quando elas se cravaram em minha palma.

"Amostra de vírus removida."

Ouvi barulhos de tiros enquanto Hattie dava ré com o caminhão e então nós viramos, o caminhão derrapando no asfalto. Eu caí pra trás, batendo a cabeça contra uma das dezenas de caixas ali.

— Temos que ir! — Eu ouvi Hattie gritar pra mim, me ajudando a levantar.

Mesmo zonza, sentindo o sangue escorrer pela minha cabeça, me levantei e corri para fora do caminhão com ela. Não vimos Brixton, não vimos ninguém, apenas corremos pra longe, usando um caminho que as câmeras não nos pegavam.

Corremos para o apartamento que Hattie e eu dividiamos, o único lugar seguro para nós no momento, já que ninguém sabia da existência.

— E o vírus? — Ouvi Hattie perguntar enquanto ela colocava uma xícara de chá na minha frente.

Eu não disse uma palavra, apenas mostrei a palma da minha mão com a marca da injeção. Ouvi ela exclamar e evitei olhá-la nos olhos. Bebi um gole do chá, vendo Hattie se aproximar de mim pela visão periférica. Pensei que ela fosse me bater ou coisa assim, mas ela apenas começou a cuidar dos meus ferimentos.

— Eu teria feito o mesmo — Ela sussurrou. Eu não senti alívio, apenas um enorme pesar.

No noticiario, o rosto de Hattie e o meu estavam por todos os lados. Éramos fugitivas, acusadas de traição. Tínhamos matado nosso esquadrão e roubado um vírus mortal. Eu me sentia do outro lado de uma lembrança. Era irônico o quanto eu desejei saber como Deckard se sentia para agora eu estar na mesma posição que ele.

Eu e Hattie preparamos tudo para fugirmos e procurar uma forma de tirar o vírus de mim. Eu tomei o banho mais longo que eu poderia e coloquei uma roupa que não fazia parte do meu estilo, um vestido florido preto de rosas azuis.

— Toma — Hattie joga uma peruca preta pra mim. Eu faço uma careta de nojo. — Sem drama. — Ela dá as costas e sai andando.

Era inacreditável o quanto eles se pareciam. Coloquei a peruca a contra gosto, até que gostando de como eu ficava de cabelo preto. A peruca era longa mas eu fiz questão de prender em um rabo de cavalo.

— Eu não vou usar uma peruca pra sempre, vamos atrás de uma tinta — Eu falei saindo do quarto e Hattie me olhou antes de revirar os olhos.

— Como quiser, madame — Ela debochou e eu dei risada.

— Você sabe que o meu cabelo não é seu, né? — Eu perguntei, saindo com ela do apartamento.

— Quem faz hidratação nele? — Ela perguntou e eu a olhei totalmente ofendida.

— Você jurou nunca jogar na minha cara — Eu disse e ela me olhou com um sorrisinho.

— Sem tinta — Disse por fim e saiu andando na minha frente.

Hija de puta — Sussurrei e ela me olhou.

— O que disse? — Estreitou os olhos pra mim.

— Que você é linda e maravilhosa — Sorri pra ela, fazendo um coração na frente do peito e mandando um beijinho pra ela.

— Acho bom mesmo, Major — Apontou o dedo pra mim e subiu na moto.

Eu dei risada e subi na garupa, nós duas colocando o capacete em sincronia.

Eu amava essa maluca, mesmo me dando nos nervos.

Laços - Deckard Shaw (Livro Um)Onde histórias criam vida. Descubra agora