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" 𝐐𝐮𝐞𝐫𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐥𝐞𝐦𝐛𝐫𝐞 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐯𝐨𝐜ê é, 𝐚𝐩𝐞𝐬𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐭𝐨𝐝𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐢𝐬𝐚𝐬 𝐫𝐮𝐢𝐧𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐭ã𝐨 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐯𝐨𝐜ê. 𝐏𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐢𝐬𝐚𝐬 𝐫𝐮𝐢𝐧𝐬 𝐧ã𝐨 𝐬ã𝐨 𝐯𝐨𝐜ê. 𝐒ã𝐨 𝐚𝐩𝐞𝐧𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐢𝐬𝐚𝐬 𝐫𝐮𝐢𝐧𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐜𝐨𝐦 𝐯𝐨𝐜ê. "- 𝐂𝐨𝐥𝐥𝐞𝐞𝐧 𝐇𝐨𝐨𝐯𝐞𝐫

Karol ficou tentada a ir atrás de Ruggero quando ele foi embora da floricultura, mas desistiu. Ela entrou na sala de Kyara e ficou perambulando por ali até a hora em que precisasse levar a entrega de Bernard.

De forma alguma daria o braço a torcer assim.

Mesmo sentindo aquela emoção violenta que a deixava tão fora de si perto do rapaz, ela se negava a simplesmente ignorar o fato de que ele poderia ser mais um homem daqueles que acham que é só jogar um charme barato para as mulheres caírem aos seus pés.

Isso não. Pensou. Eu não vou me deixar levar.

- Ué, o que está fazendo aqui? - Kyara indagou, surpresa ao ver a irmã ali.

Karol geralmente era como Bruno, a diferença era que o pai preferia ficar com a cara nas flores, enquanto ela optava por estar sempre na estrada. Contudo, nunca nenhum dos dois ia para a sala da administração a não ser que fosse completamente necessário.

- Estou esperando o papai terminar de aprontar uma encomenda. Ele foi com o Samuel lá atrás buscar as flores.

- E você resolveu esperar aqui dentro?

Karol encarou a sobrancelha arqueada da irmã e simplesmente abanou a cabeça com indiferença.

Talvez fizesse bastante sentido a desconfiança de Kyara. Na verdade, fazia todo o sentido do mundo. Por várias vezes Karol deixou bem claro que aquela salinha sem janelas lhe deixava sufocada.

O pai já havia estudado a possibilidade de quebrar a parede para colocar ao menos um cobogó, afinal seria ótimo trocar o ar-condicionado por um pouco de ar puro, porém, Kyara tinha explicado que estava tudo bem do jeito que estava e que, aliás, não tinham dinheiro para uma obra.

- Me diz uma coisa, você viu alguém lá fora?

- Cliente? Não, nenhum. Mas ainda está muito cedo, ? Vamos esperar. - Kyara foi até sua mesa abarrotada de pastas e ligou o computador. O monitor costumava demorar uns bons minutos para dar sinal de vida.

Inquieta, Karol sorriu sem mostrar os dentes e cruzou os braços.

Talvez fosse a hora de sair e voltar para o balcão. Já que Ruggero não voltou isso queria dizer que ele havia desistido. Ótimo, pensou.

- Muito trabalho pra hoje? - Desconversou, chegando perto da mesa para pegar uma pasta aleatória. Só queria desanuviar a mente e ganhar coragem para sair dali. - Tem alguma fatura pra pagar? Eu posso passar no banco pra você, se quiser.

- Vai, fala, o que aconteceu? - Kyara puxou a pasta da mão da irmã.

- Como assim?

- Acha que eu não te conheço, Karol? Pelo amor de Deus, desembucha logo.

- Não sei do que está falando. Eu só vim aqui com todo o carinho e amor me oferecer para passar horas em pé numa fila de banco por você, e você fica aí me questionando? Nossa, você já foi uma irmã melhor, Ky.

A Menina Raposa - Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora