Prólogo

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"𝐄𝐮 𝐭𝐞 𝐚𝐦𝐨 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐨𝐝𝐨 𝐨 𝐮𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐩𝐢𝐫𝐨𝐮 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐮 𝐜𝐡𝐞𝐠𝐚𝐬𝐬𝐞 𝐚𝐭é 𝐯𝐨𝐜ê." - 𝐏𝐚𝐮𝐥𝐨 𝐂𝐨𝐞𝐥𝐡𝐨

𝐋𝐨𝐧𝐝𝐫𝐞𝐬 - 𝐈𝐧𝐠𝐥𝐚𝐭𝐞𝐫𝐫𝐚

𝐌𝐞𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟐

Ruggero percebeu a enrascada em que estava metido assim que abriu os olhos.

Aquela não era sua cama e aquele definitivamente não era seu quarto. Que merda!

- Não acorda, não acorda, não acorda... - Repetia baixinho por entre os dentes enquanto tentava, com toda a delicadeza possível, se desenroscar do lençol que envolvia seu corpo nu.

Ele praguejou por entre os dentes quando seu dedão do pé ficou preso ao elástico do lençol, e ao tentar soltá-lo, se desequilibrou na beirada da cama e caiu. Seu corpo grande e pesado despencou contra o piso em um barulho oco.

A dor foi instantânea, mas o rapaz mordeu o lábio inferior com força, prendendo o resmungo.

- Ótimo. - Conseguiu dizer por entre caretas ao dar-se conta de que a moça com quem havia passado a noite continuava dormindo.

A última coisa da qual preciso, ele pensou, é de mais problemas.

Sem esboçar nenhum ruído se levantou, apanhou a cueca e ... onde estava a calça? E a camisa? Ele tinha quase certeza de que havia deixado por ali em algum lugar....

- Eu não acredito que você ia fugir!

- Anjo! - Ele exclamou com um sorriso assustado, virando-se para a bela loira sentada na cama. - Que linda que você é, hein? Então, eu não ia fugir, claro que não. Eu só... eu... - Pigarreou, vestindo a cueca. - Eu ia buscar algo para comermos.

- Ruggero Pasquarelli, o maior playboy da Inglaterra ia preparar café da manhã pra mim? Eu duvido! - Ela começou a dizer claramente irritada. - Bem que me disseram! As minhas amigas avisaram para não sair daquele bar com você ontem. Todo mundo fala que você não vale um centavo! Você usa as mulheres e depois foge! Seu canalha!

- Eu? - O rapaz guinchou levando a mão ao peito nu onde havia uma grande tatuagem de corvo. - Eu sou um canalha? Eu jamais seria um canalha. Que coisa feia me chamar assim, anjo!

- Anjo? - A mulher rebateu, enrolando o lençol em volta do corpo ao se levantar. - Você nem sequer se lembra do meu nome!

- Claro que eu me lembro! Você é a.... Glau... Glaucea... Glenda... Glen!

- EU ME CHAMO GABY! GA-BY!

- Ah. - Murmurou ele, assentindo vagamente. - Eu sou péssimo com nomes. Esqueço até o meu, acredita? Deve ser aquela coisa, como é mesmo? Aquilo lá que faz a gente se esquecer das coisas.... é.....

- Mal caráter? Canalhice? Covardia? Se for, você tem isso aos montes!

- Muito feio dizer isso, anjo. Muito feio!

- CALA A BOCA, SEU IMBECIL! Você me enganou!

Ruggero respirou fundo enquanto vasculhava o quarto com o olhar procurando as roupas, mas nem sinal.

- Escuta, rapidinho, você me viu as minhas calças? A camisa? Eu realmente estou precisando disso tudo.

Estupefata com o fato de ele não se importar com seus sentimentos feridos, Gaby estreitou os olhos azuis.

A Menina Raposa - Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora