A Menina Raposa - Vol 2

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"Ter fé era um ato de coragem. " — Era Uma Vez Um Coração Partido

Karol Sevilla

Dois dias depois...

De longe Richard e eu observamos Kyara e papai dando uma entrevista para a revista onde Aina trabalha.

Na verdade, é a própria Aina que os entrevista.

Nem posso medir o tamanho do meu orgulho. E sim, foram dias complicados, mas esse pequeno momento me parece com a paz que não tempos há muito tempo.

Por sorte conseguimos protelar a entrevista, porque a Aina entendeu perfeitamente as nossas situações.
Nem eu, nem a Kyara e nem o papai estávamos com cabeça pra tudo isso.

Eu não queria sair do lado do Ruggero, assim como a minha irmã que passava o tempo inteiro com Richard. Até o meu pai e Antonella pareciam entrosados.

Ela até foi com ele à igreja uma vez. E quando retornou parecia mais calma.

— O que achou dessa foto?

Estico o pescoço e encaro o celular de Richard.

Ele parece um paparazzo da minha irmã.

— Bom, já é a sexta foto e, assim como as outras, está ótima.

Ele ri meio encabulado e encara a imagem.

— A Kyara está radiante. — Logo seus olhos vão até ela. — Está vendo? Parece que ela nasceu pra isso. O jeito como ela fala, como explica tudo... é encantador.

Dou uma batidinha nas costas dele.

— Limpa a baba, porque está escorrendo.

Não sei se falei de um jeito muito sério ou se ele é ingênuo mesmo, mas é exatamente o que Richard faz.

Ele puxa a manga da camisa e limpa a boca.

Não posso não rir.

Até Samuel que vai chegando ri também.

— Não implique com o rapaz, Karol...

— Não fiz nada, Samuca.

Sei que fiz, mas é engraçado fingir, porque de uma maneira um tanto desesperada, estamos nos agarrando a qualquer sombra de alegria.
É bom, por pelo menos um dia, fingir que não estamos com medo que Javier apareça e faça algo, que não doeu imensamente para Richard ser filho daquele homem e irmão de Damian e que o meu querido Ruggero não está ficando maluco de tanto revirar a empresa em busca dos malditos documentos.

A única coisa que eu queria era que esse inferno acabasse...

Eu queria ir para um lugar bem distante com o único homem que faz o meu coração acelerar no peito, e que todos pudessem viver livremente, sem a sombra de um abutre sobre nós.

A polícia ainda está fazendo buscas, mas Javier parece ter evaporado.

As denúncias de sua agressão contra Antonella e Helen seguem servindo de base, mas o meu pai está disposto a falar sobre o acidente e mostrar os papéis que precisou assinar.