XII

1K 143 33
                                    

⚠️ATENÇÃO ⚠️

Este capítulo contém:

Palavras de baixo calão
Tortura
Parricídio: ato de matar o próprio pai ou pais

Lembrando que toda a obra é fictícia — não quero, de maneira alguma, manchar a imagem dos meninos.


Taehyung sentia o gosto amargo na boca; o gosto da traição e farsa. Em mãos, o porta retrato de tamanho médio parecia pesar uma tonelada; o trio estava na sala de cinema do orfanato, assistindo ao Rei Leão — escolha do Jeon. O pequeno Jae dividia um balde de pipoca com o moreno, os óculos 3D pareciam grandes demais para o rostinho minúsculo. Jungkook abraçava Taehyung de lado, ao passo em que toda a sua atenção era voltada para as reações impagáveis do pequeno, a cada efeito especial mais nítido, o garotinho levantava as mãozinhas, tentando alcançar o focinho de Simba ou puxar o rabo do pobre Timão. Jae havia se empolgado tanto que, em dado momento, ficou de pé na poltrona e tentou segurar Zazu, o passarinho engraçado e fiel escudeiro do rei, que voava para encontrar o herdeiro do trono. Jae acabou tropeçando na poltrona e, se não fosse pela reação rápida de Jungkook, o garotinho teria ido com a face de encontro ao chão.

Não viu o momento em que Hoseok havia capturado a cena; mas escutou alguns funcionários cochichando, após o filme:

Eles fazem uma família linda.

Será que o senhor Jeon vai adotar o garotinho?

Espero que o bebê não fique mais apegado do que já está, afinal, o senhor Jeon é um homem ocupado e não perderia tempo cuidando de um órfão.

Sabia o quanto Jungkook era apegado ao garotinho, da mesma forma que a criança sempre buscava conforto, segurança e lar nos braços do moreno tatuado.

Faziam uma bela dupla.

Quem cuidaria do pequeno Jae quando Jungkook fosse preso?

Quem acalmaria o pequenino durante as crises de choro e febre?

Jae conseguiria superar a ausência inesperada de Jungkook?

Jungkook sofreria com o afastamento repentino?

Alguma família, disposta a adotar o pequeno, forneceria todo amor, cuidado, proteção e risos fáceis que só Jungkook conseguia prover ao garoto?

Taehyung era um monstro.

Ele sabia disso.

Mas, estava feito; ao acordar, não se deparou com a personificação de Narciso ao seu lado. Jungkook partiu antes do nascer do sol, mas o cheiro de perfume caro, loção pós barba e sexo, permaneciam no cômodo, lembrando ao homem de fios loiros que sim, a noite passada não foi uma miragem.

Foi real.

Era real.

Jungkook havia retirado toda a armadura de homem impenetrável; declarando-se em um momento íntimo. Num emaranhado de gemidos roucos, chupões, respirações descompassadas, arremetidas certeiras e orgasmos avassaladores. E o pior, Taehyung se deixou levar; enquanto encarava o par de ônix, também abriu seu coração, declarando-se pela primeira e última vez.

Blood, Sweat & TearsOnde histórias criam vida. Descubra agora