XXVII

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Jungkook já não sabia mais o que fazer para amenizar as dores nas costas do loiro.

Taehyung passou a noite gemendo de dor. Tentou todos os tutorias do YouTube de como fazer suas cólicas passarem — deitar em posição fetal, andar de um lado para o outro, apelou até para um banho quente.

Pior, o loiro negava-se a ir ao hospital — para o Kim, aquela dor seria frequente, segundo o médico.

Tinham consulta com a obstetra naquela manhã, todavia, foi necessário remarcarem para o horário da tarde — as dores faziam com que Taehyung ficasse impaciente até mesmo com a forma que o outro respirava.

O celular de Jungkook não parava de tocar, o toque insuportável do IPhone fez com que Taehyung explodisse, descontando suas dores, frustrações e mágoas no outro.

— Da pra atender essa porra? — Gritou. — Eu não suporto o toque do seu celular, não tô suportando o cheiro do seu perfume. Eu não tô suportando a sua presença, Jungkook.

O Jeon estava parado no meio do quarto, segurando um roupão de banho e uma pomada de massagem: viu no Twitter algo relacionado ao milagre feito pela pomada negra no alívio de dores.

— Você precisa relaxar um pouco, Taehyung. — Grunhiu

As olheiras profundas, cabelos desgrenhados e roupa amarrotada não contrastava em nada com o Jeon Jungkook de outrora.

— Nossa, como não pensei nisso antes? — Deu um sorriso irônico. — Eu só preciso relaxar, uma coisa tão simples e que eu posso fazer a qualquer momento, não é? — Acariciou a barriguinha pontuda. — Não fode, Jungkook. Se for pra ficar aqui dando conselhos inúteis de ajuda, eu dispenso. Prefiro a companhia da Hwasa do que ficar olhando pra sua cara de bunda.

Jungkook assentiu, deixando o roupão e o tubo da pomada massageadora em cima da cama.

— E-eu vou dar um banho no Jae. — Sussurrou. — Quer que eu prepare algo para o seu pai comer?

Taehyung se odiou por ter tratado o moreno mal.

Mas, como não fazê-lo?

Era ele quem estava sentindo dores insuportáveis em suas costas.

Além disto, vomitava a cada três horas.

Estar grávido era cansativo.

Parece que o bebê zombava de si — antes, quando não sabia sobre, não sentia nada daquilo.

Agora, tudo estava intensificado.

— Não precisa! — Mordeu o lábio inferior. — Pode deixar que eu preparo algo pra ele.

Jungkook deu um sorriso miúdo e saiu do quarto.

Taehyung caminhou lentamente até a cama, deitando-se de lado, as pernas esticadas, procurando a melhor posição para que suas cólicas aliviassem.

Era cansativo tudo aquilo.

Não que odiasse o fato de estar grávido, nunca!

Mas sua rotina estava bagunçada.

Aliado a todos os obstáculos, o loiro não conseguia parar de projetar seu futuro.

Seu bebê conseguiria resistir ao parto?

Se sim, como tudo ficaria?

Se não, como ele reagiria?

Viu alguns relatos de mães e pais que deram à luz, mas que, infelizmente, os bebês não conseguiram sobreviver.

Muitos não superaram, tendo de passar por psicólogos e psiquiatras.

Tomavam remédios ou entupiam-se de drogas e bebidas, com um objetivo claro:

Blood, Sweat & TearsOnde histórias criam vida. Descubra agora