VIII

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SEIS MESES DEPOIS

Seis meses haviam se passado — Jungkook não conseguia mais ficar longe do Kim. O homem de cabelos loiro e olhos claros estava tomando todo o espaço no coração de Jungkook.

Jeon o levava a encontros, dormiam juntos quase todas as noites e até marcaram uma viagem à Jeju — insistência de Jungkook.

Queria mostrar a Taehyung todas as suas intenções, gostaria de um relacionamento mais sério com o homem. Não via motivos para enrolar ou fazer pouco caso — estava na casa dos 30, perder tempo era algo inviável.

Nos negócios, as coisas estavam um pouco fora de controle — com o relacionamento de Jungkook exposto, conselheiros do Cartel se negavam a ceder votos ou negociar diretamente com o Jeon mais novo. Para eles, era uma afronta que Jungkook escolhesse um "mestiço" ao invés de coreanos puros.

Jungkook estava de saco cheio desses velhos filhos da puta.

Era hora de agir.

Estavam no complexo do Razer — o local mais parecia uma base militar. Carros blindados, homens armados em toda a propriedade — até mesmo nos telhados. Dois helicópteros também estavam pousados nos heliportos.

A academia de artes marciais ficava dentro do complexo, assim como os estandes de tiros e a sala de armas — Durante os seis meses, Jungkook alocou todos os homens importantes e de alto escalão para servir na base do complexo. Apenas homens de sua confiança.

— Resolveu ouvir seus conselheiros e casar-se com um dos nossos, Jeon? — Lee, um homem de cabelos grisalhos e barba rala direcionou um olhar indignado para Jungkook.

Lee era o conselheiro mais antigo do Cartel — junto ao Jeon mais velho — sua filha, Haru, fora prometida a Jeon Wonwon — infelizmente, com a morte precoce do primogênito, a mulher havia sido prometida a Jungkook. Entretanto, Jungkook se negou a casar-se com ela. Escolhendo um relacionamento com alguém de fora do Cartel, pior — com um americano.

Os velhos conselheiros prezavam muito pela cultura e respeito entre os membros — uma união entre seus filhos era benéfico para todos. Fortaleceria ainda mais as relações.

— Eu não vim aqui para falar de minha vida íntima, Lee. — Jungkook grunhiu. A dor de cabeça era sua amiga constante. — Por qual motivo estão barrando meus carregamentos? O Cartel de Sinaloa não recebeu a carga de armas e metanfetamina. Alguém poderia me explicar que porra aconteceu?

— É simples, Jeon... — Minho, outro conselheiro, sorriu.
Aquele sorriso amarelo e cheio de desprezo — Nós concordamos que você não está em um momento lúcido, desta forma, não pode tomar decisões importantes. Sendo assim, não exportaremos e nem importaremos nada que vier dos mexicanos. Que eles enfiem a porra de cocaína no cu. — O homem bateu com a mão na mesa, assustando os presentes.

Jungkook deu um sorriso ladino. Um cigarro de menta pairava em seus lábios — ainda apagado.

Ele caminhou lentamente até uma das janelas, encarando alguns homens lutando boxe — do lado de fora.

— É melhor mantermos a decência, senhores. Não precisamos nos exaltar. Todos nós queremos os mesmos objetivos! — Yoongi suspirou.

Hoseok encarava Jungkook dos pés a cabeça — seu amigo não era um homem paciente. Ainda mais se estivessem querendo minar seus planos.

— Diga a ele, Sunwoo. — Jungkook encarou o pai. Este permanecia com as mãos cruzadas, em cima da mesa, analisando a cena — Diga que nós fizemos uma votação para afastá-lo do comando. Jungkook já não nos serve mais.

Blood, Sweat & TearsOnde histórias criam vida. Descubra agora