XXIII

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Há bastante dicas neste capítulo. Espero que pesquem todas 🗣️🗣️

Yuna sempre foi uma mulher bonita e elegante — ao contrário de muitas mulheres da elite sul coreana, ela não pensava em casar ou ser a famosa "esposa troféu".  A mulher sempre teve ambições demais, não somente no quesito profissional.

Sua boate era famosa dentro e fora da Coreia — o local contava com strippers masculinos e femininos. Quartos privativos voltados para práticas de BDSM, além de muitas drogas, álcool e sexo.

Mas, como toda dona de boate, era obrigatório pagar uma taxa ao Razer, afinal, nenhum comércio poderia funcionar sem o devido aval de Jungkook. E, falando no homem, a mulher tinha uma ambição perigosa demais.

E essa ambição consistia em seduzir o herdeiro da máfia sul coreana — apesar de não querer ser uma esposa troféu, a mulher não se importaria em ser amante do chefe. Na realidade, em sua cabeça, teria privilégios e regalias.

Assim como tinha privilégios ao dormir com Yoongi — o de olhos pequenos não cobrava taxa alguma da boate, pelo contrário, enviava toneladas de cocaína como "presente" para a amante. E tudo estava muito bem, obrigada. Mas Yuna não se contenta com pouco.

Lá estava ela, esparramada na poltrona de seu escritório, conferindo o livro de anotações — lucros, gastos e nomes de clientes vip faziam parte daquele livro.

Clientes como o Presidente da Coreia: um homem de família tradicional, com esposa, filhos, netos e aliado ao partido conservador. Defensor da moral e bons costumes, mas que, ao entrar na boate de Yuna, parecia tirar a máscara de bom samaritano, ali, o homem se entregava aos prazeres da carne, explicitando sua luxúria e vício em sexo anal e participando de diversas orgias: todas elas contendo somente homens.

Sim.

O Presidente da Coreia do Sul era hipócrita o suficiente para cuspir homofobia, machismo e tantos outros preconceitos, mas, entre quatro paredes, virava a "putinha" dos stripers da boate.

A mulher não reclamaria, quanto maior os fetiches e frequência daquele homem, mais dinheiro ela arrecadava. Ele extravasava seus desejos sexuais obscuros e ela garantia a privacidade dele.

Era uma via de mão dupla.

Seu celular vibrou, mostrando a foto de um moreno tatuado, de fios negros e sorriso charmoso.

Jeon Jungkook havia acabado de lhe enviar mensagem pedindo para encontra-la no local de sempre.

Sem se fazer de rogada, fechou o livro de anotações, pegou sua Soho Disco — presente de  Jungkook — e saiu porta a fora. Com um sorriso lascivo adornando seus lábios.

                                         💸

Jungkook vestia uma camisa social preta, as mangas arregaçadas até os cotovelos e dois botões abertos, mostrando um pouco do seu peitoral malhado. Estava encontrando-se com Yuna às escondidas, claro.

A porta da suíte foi aberta bruscamente, o perfume doce demais adentrou as narinas do Jeon antes mesmo que ele pudesse notar a presença da mulher.

— Achei que não te veria hoje. — A voz mais fina que o comum fez o Jeon quase revirar os olhos. Odiava como a mulher tentava parecer fofa para chamar sua atenção.

Blood, Sweat & TearsOnde histórias criam vida. Descubra agora