Capítulo 6

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    Meu sensei me olha com carinho e ternura.

 - Youko eu sei que você odeia o seu mundo, mas você não pode chorar e tentar fujir nas páginas de suas histórias sempre que algo não saí como você gostaria. Você é a princesa dos Hyugas. Não pode fujir pra sempre e eu não posso te acolher toda vez que você quer chorar...- As palavras de Sora doíam tanto em mim quanto nele. E ele sabia que aquelas palavras havia me despedaçado, mas ele estava certo, e era isso o que mais me doía. Ao ver meu silêncio como resposta ele prosseguiu.- Asami disse que queria te convidar para comer no Ichiraku com ela e com algumas de suas amigas as 18:00 como forma de se desculpar.

 - Se desculpar? - Eu o olhei desconfiada. Asami era um ano mais velha que eu e desde o momento em que eu nasci nunca havia presenciado ela pedindo desculpas para mim. Até quando ela arrancou  de propósito a cabeça de minhas bonecas quando eramos crianças.- O senhor tem certeza?...

 - Youko dê uma chance a ela

 - ... Tudo bem, mas só por que o senhor pediu. - Eu me forço a dar um pequeno sorrisinho.

   Sora sorri de forma radiante e me da leves tapinhas no topo da cabeça, esta era a sua forma de demonstrar carinho e eu me sentia lisonjeada por recebe-los, nunca vi Sora demonstrar muito carinho pelas pessoas, ao menos, não no toque físico.

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    Eu fico de frente para a minha casa, eu tinha que entrar, mas se meu pai soubesse do que aconteceu, ele com certeza me xingaria. É cansativo ser sol quando brilhar passa a ser uma obrigação e não algo de seu coração.

    Criando coragem e me agarrando as palavras de meu sensei, eu adentro minha casa tentando parecer o mais serena possível. A casa estava um pouco silênciosa e ao adentrar a casa eu pude ver o primeiro cômodo que era a sala e ali estava meu pai com uma cara de decepção. Minha prima, Asami, que estava envenenando a mente do meu pai com suas palavras cruéis sobre mim. Hanabi, minha irmãzinha de 4 anos estava sentada no chão sobre o tapete brincando com alguns de seus brinquedos, ela estava submersa em seus contos de fantasia, eu achava lindo de se ver. Neji estava observando a rua de frente a janela, ele parecia distante, mas eu sabia que ele estava prestando atenção em tudo.

 - Oi pa-

- Cale a boca e vá para seu quarto.- Ele me impede de terminar minha fala sem olhar em meus olhos. Estava com nojo demais para isso.

 - Si-

 - Eu mandei ir!- Mais uma vez ele me corta de forma ríspida.

     Sem tentar dizer mais nada eu subo as escadas indo para meu quarto. Durante o caminho não pude ouvir nenhuma fala de minha prima o que eu achei bem estranho,  pois ela sempre costuma mandar piadinhas cruéis.

    Eu vou direto para o banheiro e me livro de minhas vestes sujas e amarrotadas me aprontando para me banhar e me livrar da sujeira agarrada ao meu corpo. Eu sinto a água quente escorrer pelo meu corpo levando minha sujeira e minha lágrimas.

   Termino meu banho e me dirijo para meu quarto adentrando o cômodo e fechando a porta com cuidado para não fazer barulho. Eu me jogo em cima de meu leito e pego meu livro que pousava sobre meu bidê e começo a folhe-alo e a me enterrar dentro de sua história, onde eu não era mais a herdeira do clã, não era mias ninja, não era nada além de uma garota que usava capa vermelha e se apaixonava pelo lobisomem que matou minha avó. E assim eu permaneço lendo até ouvir uma batida em minha porta, enquanto eu lia eu estava me preparando para o pior, e me parece que o pior chegou.

Olhos de Sangue (IMAGINE SASUKE)Onde histórias criam vida. Descubra agora