Capítulo 15

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  Estava deitada em minha cama com meu ursinho dourado, Freddy. Encarava o anel repassando tudo que havia acontecido neste dia cansativo. A noite estava se apossando do céu. Eu cubro-me com a coberta tentando fugir do frio do meu quarto. Nada tirava aquela cobra com olhos de rubi de minha mente. Estava assustada. Não havia falado com meu pai, nem queria falar.  Queria fechar meus olhos e fugir para um mundo fantasioso e distante daqui como eu sempre fazia, mas a criatividade não vinha em minha mente. Algo estranho realmente estava acontecendo em mim, eu sempre crio histórias, não entendo por que não consigo imaginar nada agora. A única coisa que se vem em minha mente é aquele anel carmesim, a cobra e aquele maldito demônio. Aposto que foi uma péssima ideia ter feito aquele contrato idiota. Eu quase morri hoje, se não fosse por Sora-sensei eu teria sido morta. 

 - No que o Leãozinho pensa tanto? - Perguntou-me o Uchiha que estava sentado em minha janela

 - O que esta fazendo aqui? - Eu pergunto sem direcionar meus olhos para ele.

 - Está de mau-humor? Deveria estar grata - Ele diz em um tom despreocupado olhando para a noite que se alastra no vasto céu.

 - Grata? Você ta brincando com a minha cara né? Eu quase morri! -Eu digo me sentando em minha cama para olhar o Uchiha. Seus olhos que costumam ser vermelhos estavam negros, tão negros quanto o abismo. Seus cabelos cor ônix eram balançados pelo vento. E seus traços eram lindos. Ele era quase um anjo de tão lindo que era.

Ele solta uma pequena e curta risada anasalada. - Leãozinho olha aqui. Quem fez a cobra ir até você fui eu!  Pensei que você fosse mais esperta

 - Eu sou esperta!

 - Hum... Não ta parecendo - ele pula de minha janela e começa a subir em minha cama vindo até mim.

 - O que pensa que ta fazendo?! Se afasta! 

 - Eu não posso te ajudar se eu não tiver força o suficiente, preciso me alimentar

 - Tem uma cozinha na minha casa sabia? - Eu pergunto um pouco irritada e me afasto. Seu rosto estava muito perto e isto me fez corar fortemente.

 - Deixe-me adivinhar... Você não leu o contrato?

 - Não... Por que?... - Eu balbucio envergonhada e intimidada com sua proximidade.

 - Você precisa me alimentar, e eu não me alimento apenas de comida humana. Eu me alimento com sua energia vital, seu sangue e sua energia sexual.

 - O que?! Por que não havia me dito isso antes?! Eu vou ter que te alimentar. Não boa sorte, encontre outra pessoa pra te alimentar. -Eu digo ficando com as bochechas mais avermelhadas. O que ele quis dizer com energia sexual?

 - Querida você esta conectada a mim agora, é só você que me alimenta. Escolha qual das opções você quer - Ele diz se aproximando ainda mais. Ele estava quase em cima de mim.

 - Não tem outra opção a não ser essas? - Eu pergunto com um pouco de medo. Senti-lo tão perto fazia meus pelinhos se arrepiarem, estava nervosa  e minhas orelhas começaram a ficar quentes e vermelhas. 

 - Não, não tem - Sasuke se aproxima um pouco mais e coloca um cacho para trás de minha orelha que estava vermelha e quente junto de minhas bochechas. Ele solta uma pequena risada e se aproxima mordendo a ponta de minha orelha. Eu me agarro ao meu ursinho o abraçando com força ao sentir seus dentes ali.

 Ele gentilmente coloca a sua mão sobre meus lábios abafando qualquer som que pudesse sair deles. E em um movimento rápido ele da uma forte mordida em meu pescoço me arrancando lágrimas e um pequeno gemido de dor. Eu tento afasta-lo sentindo sua língua lamber meu sangue que escorria por minha pele, mas meus esforços são inúteis. Ou quase. Eu dou-lhe uma joelhada fazendo ele gemer de dor e se afastar. 

- Não deixei que me mordesse! -Eu digo com um tom elevado revelando completamente meu nervosismo.

 - Ora sua... Quem você pensa que é? Eu salvei sua vida!-  Ele diz levemente arqueado por conta da dor que sentia no meio de suas pernas. 

 - Não me morda mais! - Eu exijo com a voz mais tranquila, ainda sentia raiva, mas ele realmente tinha me ajudado. Só Deus sabe o que aquele homem poderia ter feito comigo. - E... O-obrigada...

- Posso ao menos lamber o sangue que esta escorrendo? - Ele pergunta lambendo os lábios que estavam um pouco avermelhados por conta de meu sangue. 

- O que?! Claro que não! Você já me mordeu, contente-se!- Ele bufa e revira os olhos.

 - Que desperdício de alimento...

 - Eu vou ter que te alimentar toda vez que você me fizer um favor?

- Não, apenas quando eu me sentir cansado. É que faz tempo que eu não fico com uma alma.

 Eu passo a mão pela mordida que ardia. Vejo o sangue escorrer para minhas mãos.

- E agora? como vou esconder isso?

- Tsc... Deixa que eu curo.- Ele estende sua mão até a minha ferida e magicamente ela é curada. O sangue restante pinga e escorre em suas mãos e ele lambe seus dedos com um estranha felicidade.

- Isso é nojento... - Eu resmungo observando a cena com desgosto, mas vê-lo se saborear com meu sangue não me parecia tão perturbador, não como momentos atrás. Mas o que eu estou pensando? É claro que é. Como eu posso pensar algo assim? Ele deve estar manipulando meus pensamentos...

- Não é nojento. Seu gosto até que é bom. Até mais, vim aqui apenas para me deliciar, tenha bons pesadelos esta noite, meu leãozinho - Ele diz pulando a janela. Mal pude me despedir.

Olhos de Sangue (IMAGINE SASUKE)Onde histórias criam vida. Descubra agora