Capítulo 16

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   Estava sentada a mesa para mais uma reunião de família. Ali se encontrava meu pai, minha irmã Hinata, meu irmão Neji e meus tios, tias, primos e primas, e infelizmente Asami estava entre eles. Ela direcionava um olhar presunçoso para mim. A mesa estava posta de diversas comidas, uma delas era Sashimi,  o prato traz tiras finas de peixe cru, que geralmente são salmão, atum e outros peixes, mas este era de longe um dos meus favoritos. O meu favorito é lamen, mas papai jamais serviria este prato nesta noite onde vários familiares se encontram.

 - Youko como foi na sua missão? - Neji, que estava sentado ao meu lado esquerdo me pergunta sem tirar os olhos de seu prato.

 - Fui bem - Eu digo um pouco tímida. Falar sobre minhas missões era horrível, eu sempre fugia ou então era salva por alguém do meu time.

 - Mentirosa...-Asami sussurra sem que ninguém possa ver ou ouvir, além de mim, Neji e meu pai que direcionou um olhar para mim

 "Mentirosa" dessa vez eu não podia culpa-la realmente havia mentido, só não morri por que Sora-sensei me tirou do caminho.

 -Sinto vontade de calar a boca dessa garota com um tapa- Sasuke sussurra em meus pensamentos. Eu não julgo o Uchiha, faria o mesmo se eu pudesse.

  Agari, um homem velho já de cabelos brancos e muito feliz e sorridente. Suas vestes eram bonitas e continham o símbolo do nosso clã. Seus cabelos eram curtos e espetados. Um tio distante e muito legal. Legal por sua alegria contagiante sua aparência diferente dos outros homens de nosso clã. Ele se direciona a mim com um lindo sorriso

 - Conte-me minha adorável jovem, já esta conseguindo usar seu Byakugan? - Ele me pergunta com entusiasmo em sua voz

 - A-ainda não tio- Eu respondo um pouco desanimada, mas fico feliz que tio Agari seja um tio legal e não um juiz.

- Ó minha pequena não desanime, aposto que tu irás conseguir uma hora dessas. - Ele me da um sorriso que é retribuído com outro sorriso um pouco tímido.- Eu soube que você anda escrevendo em! o que você escreve? - Um grande sorriso se alastra por meu rosto. Finalmente alguém me via, finalmente alguém legal que não estava ali para me fazer mal. 

 - Estou escrevendo poemas e fazendo pinturas também- Eu respondo com alacridade.

 - Então temos uma artista na família? Teremos a melhor governanta não tenho certeza! - Ele diz com convicção e alegria.

 - Papai você esta falando da Youko. Infelizmente uma artista não pode comandar um clã inteiro e ajudar como ninja, artistas são artistas, ninjas são ninjas e Youko é apenas a Youko - Alírio, seu filho responde seco. Infelizmente ele não era legal como seu pai. Ele era desinteressado tanto quanto é desinteressante. Seus cabelos são negros e bem curtos como o do pai. Sua pele era clara e havia uma cicatriz em baixo de sua sobrancelha. Ele encarava tudo com tédio.

- Respeite sua prima Alírio! Não foi essa educação que eu te dei! Senhorita Youko me perdoe- Ele diz com as bochechas coradas de vergonha.

- Tudo bem tio, não tem problema - Eu respondo com um sorriso um pouco tímida. Nós voltamos a comer o jantar e a conversar sobre outras coisas. Conversamos muito sobre como andam as coisas em Konoha, eu podia não ser a melhor ninja de nosso clã, mas eu era uma moça esperta, principalmente com certas jogadas de estado e etc.

 Depois de um longo tempo na sala de jantar com meus familiares e parentes. Eu me alevanto de meu acento pela primeira vez. Revelando um lindo vestido social dourado. Sua saia ia até meus pés e suas mangas eram curtas. 

- Com a permissão de meu pai eu irei me retirar. Eu agradeço pela presença de todos vocês, tenham uma boa noite. - Eu digo com um pequeno sorriso. Meus irmãos já haviam se retirado a um tempinho, Neji foi o primeiro. Como a próxima governanta, havia me obrigado  a ficar ali para ouvir as coisas mais interessantes do clã e coisas que pudessem me ajudar a evoluir, após ter pegado todas as informações que eu poderia pegar eu me retirar do local. Alguns tios se despedem de minha presença e outros apenas dispensam.

  Eu caminho até meu quarto, eu passo pelos corredores vendo os quadros da família em alguns retratos, até ver um quadro de minha mãe. Sinto saudades, mas não permaneço muito tempo ali observando seu quadro. É apenas uma foto... Não é ela de verdade, e sendo sincera, não quero me lembrar dela, não quero mais chorar. Se eu quiser crescer não posso olhar pra menina do passado. Eu caminho novamente em direção ao meu quarto enquanto observo distraidamente o anel de rubi em meu dedo. 

  Eu adentro meu quarto e fecho a porta. A janela estava fechada. Desde a aparição do Uchiha eu havia feito questão de deixar a janela fechada a noite. Eu retiro o lindo vestido e coloco uma camisola branca de dormir. Ela era confortável para minha noite de sono. Eu desfaço meu coque deixando todos os meus cachos caírem sobre meus ombros. Eles eram longos e meu cabelo tinha volume. Parecia mesmo um leão, talvez eu devesse deixa-lo preso durante o dia, ele não era bonito e atrapalhava um pouco minha visão na hora de lutar, talvez eu até o corte, mas vou deixar para depois. Eu me deito em minha cama abraçando meu urso e apago o abajur em cima do bidê. Eu me cubro com as quentinhas cobertas pronta para cair em meu mundo de sonhos. 

   No meio da escuridão do meu quarto seus olhos vermelhos aparecem.

 - Olá meu leãozinho. - Ele me cumprimenta da escuridão com uma voz doce e aveludada.  Eu solto um suspiro. O que esse demônio quer agora?



Alacridade¹ = grande alegria, animação intensa; vivacidade, jovialidade.

Olhos de Sangue (IMAGINE SASUKE)Onde histórias criam vida. Descubra agora