Olhos de Sangue (IMAGINE SASUKE)

Capítulo 10

   Eu caminho lentamente pela ruas sem rumo. Estava com a cabeça cabisbaixa e as lágrimas rolavam livremente por minhas bochechas coradas. Me lembrei do momento que eu estava conversando com Fuyumi na mesa. Eu estava certa. Esta lembrança nunca iria morrer. Eu nunca iria me permitir esquecer da humilhação que passei. Eu vou me vingar.

   Meu peito se infla de mágoa e raiva. Eu queria poder socar a cara daquelas três. Dizer para elas e para meu pai que eu era forte. 

- Eu não tenho culpa... Eu sou apenas humana- Eu repito baixinho para mim mesma.

   As ruas estavam vazias e mal iluminadas por conta da noite. Eu estava fedendo e meu vestido estava sujo de lama. Estava exausta internamente. Tudo o que eu queria era me jogar nos braços de Sora-Sensei e chorar feito a criança que eu era.

- Naite Akachan...- Eu repito as ofensas em um sussurro quase inaudível.- Ó Deus me salve de mim mesma, eu sinto que estou afundando em meus fracassos...- Eu digo direcionando meus olhos esbranquiçados para os céus, onde as estrelas brilhavam com um brilho sutil.- Deus me de alguma luz... Por favor.- Eu imploro chorando, e como se fosse um milagre dos céus eu realmente vejo um brilho. Um pequeno brilho na coloração avermelhada reluz em meus olhos resplandecentes. Eu olho para o chão aonde havia vindo o brilho e me agacho exitante para ver a fonte reluzente. Eu pego em minhas mãos um pequeno anel, seu brilho era intenso em um tom avermelhado que me lembrava o sangue. Era um vermelho forte e intenso, em suas partes o vermelho era escuro, quase refletindo a escuridão e quando refletido na luz do poste acima de mim era na coloração semelhante ao sangue.

   O anel era lindo, era tão belo e delicado que parecia ser uma joia de uma mulher nobre. Eu olho ao meu redor para me certificar de que ninguém estaria o procurando, e percebo que eu estava sozinha e que provavelmente o anel foi abando nado ali. Hesitantemente eu coloco o anel de rubi em meu dedo anelar. O anel cabe perfeitamente em meu dedo, como se fosse feito para mim sobre medida.

 - Obrigada Deus, não era uma joia que eu esperava, mas ao menos ela é bonita...- Digo encarando a joia em meu dedo. 

    Cansada do dia exaustivo que tive, eu continuo a caminhar pelas ruas desertas de Konohagakure.  Eu caminho devagar cheia de pensamentos em minha pequena mente.  

    Depois de uma longa caminhada eu paro de frente para minha casa. Passo minhas mãos pelo meu rosto tirando todo o resquício de lágrimas que poderiam ter, mesmo que eu soubesse que era inútil. Meu rosto estava inchado por conta do chute e das lágrimas que ganhei neste dia tão "especial e memorável".

   Um suspiro de cansaço escapa de meus lábios e eu abro a porta da forma mais silenciosa possível. Eu adentro a casa com cuidado, mas a intenção de passar despercebido foi por água abaixo quando notei que meu pai estava sentado na poltrona da sala me esperando.

   Ele olha para minhas roupas sujas e para meu lábio cortado. A expressão em seu rosto era indecifrável, na verdade eu nem conseguia olhar para ele. Estava envergonhada de mim mesma, e meus olhos permaneciam no chão.

 - S-senhor...-  Eu sussurro com os olhos vidrados no chão, tomando cuidado para não chorar e aborrece-lo mais ainda.

   Esperando ouvir uma bronca de meu pai. Eu vejo ele correr até mim com os braços abertos e me selar em um abraço apertado. 

  - Fiquei preocupado...

  Meu coração palpitou de forma desesperada em meu peito.

 - Pai... Eu to suja- Foi a única explicação que eu pude dar.

 - Tudo bem- Ele diz baixinho em meu ouvido- Vá tomar um banho Youko...

  Olhei na face de meu pai e vi seus traços. Abaixo de seus olhos havia olheiras, sua face já tinha rugas e seu semblante parecia cansado, papai estava me esperando voltar.

 - Obrigada pai.- Eu digo olhando em seus olhos esbranquiçados como os meus. Tentava não chorar. Papai, eu vou ser um orgulho pra você e para a mamãe.

 [...]

    Eu me deito em minha cama logo após um delicioso banho. Estava com meu pijama quentinho e confortável. Eu abraço Freddy, meu ursinho dourado e fecho meus olhos pronta para dormir e ir para um mundo fantasioso onde todos esses acontecimentos de um dia ruim não existiram.

  O quarto estava rodeado pela escuridão, exceto, os olhos de sangue que me observavam na escuridão de meu quarto.