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Lia

-Não sei, Paul-beberico um pouco do meu suco.

- Como assim não sabe? Precisamos relaxar.

Olhei pra ele por sobre o copo erguendo a sombrancelha, estávamos no estacionamento e ele estava tentando me fazer aderir a ideia de uma balada na sexta agora.

-Se você não sabe neste final de semana passado eu fui para uma balada e acabei sendo detida.

Ele abriu a boca e fechou várias vezes para poder processar alguma frase. Paul passou a mão na nuca terminando de comer o lanche que era somente composto por proteína e carboidrato. Segundo ele é porque está com dois dias na academia.

Entramos no carro e ele deu partida. Paul continuava berrando no meu ouvido para que eu o acompanhasse sexta.

-Primeiro que não é uma balada. É um pub-falou virando a esquina.

O encarei de lado.

-Vá você- retruquei.

Paul fez a típica cara de cachorro que foi abandonado na mudança, a cada cinco segundos me olhava daquele jeito tentando me convencer a participar de suas loucuras.

Na segunda eu mal pisei em solo acadêmico ele me obrigou a pedir o número de um garoto pra ele. Cadê a atitude de gay? Mas ajudei por ser meu amigo.

Na terça, ele invadiu a secretária e eu que tive de inventar desculpas sobre o porquê dele ta saindo de lá com uma pasta de documentos. Sendo que nem eu sabia sobre do que se tratava.

-Eu so queria saber algumas coisas sobre ele-se justificou.

-Uma atitude bem suspeita.

-Bem, eu sou formado em seis temporadas de Gossip Girl- falou se gabando.- Entregue na porta de casa.

Nos despedimos com aqueles beijinhos iguais aos de madames frescas. Acenei um tchau quando ele saiu cantando pneu.

Virei meus pés entrando na residência dos Herrera. Passei pelo enorme portão andando quilômetros pra chegar na porta principal. Medi mentalmente minha altura com a da porta quando entrei finalmente em casa. E percebi o quão baixa sou.

Joguei minhas coisas no sofá e tirei o tênis largando em um canto qualquer do hall.

Escutei alguém cantarolando e não duvidei ser o Gabriel. Ele andava plenamente rodando uma bola de basquete no dedo, ao menos tentando.
Ele estava bem relaxado pra quem habitualmente usa roupas quase totalmente sociais.

-Ai droga!- Resmungou quando me viu.

Coloquei a mão no quadril.

-Você matou aula pra ir jogar basquete?-Perguntei ao lembrar que desde ás sete da manha não vi mais ele.

Gabriel continuou rodando a bola no dedo como se fosse algum profissional nisso. Revirei os olhos já sem paciência e peguei a bola da mão dele.

-Matar aula é pra crianças de ensino médio. Eu não faço esse tipo de coisa-se justificou.- Agora devolve minha filha- apontou para a bola em minhas mãos.

Hesitei em entregar tentando uma posição pra esconde-la. Gabriel arqueou a sombrancelha e veio pra cima entando pegar o objeto. Me inclinei pra trás escondendo a bola atrás das costas, ele se esticou pegando- a finalmente de mim.

Antes que pudéssemos falar mais alguma coisa a porta foi aberta e a casa foi sendo invadida pela Amanda. Ela estava ofegante como se tivesse corrido uma maratona, coitada.

Ela se jogou no sofá tentando se acalmar o que demorou em torno de meio minuto, depois retocou a maquiagem e por fim se lembrou que invadiu uma propriedade privada.

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora