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Lia

Não sei o que é pior: ter aguentando uma reunião em uma agência de viagens ou minha mãe ter ido me buscar na faculdade como se eu tivesse no fundamental.

-Não é um máximo.

Continuei olhando para as unhas pensando em quando elas vão ver um esmalte descente. Porque definitivamente rosa bebê não faz parte da minha cartela de cores para unha.

-Liana eu estou falando com você.

Senti um beliscão no braço que me fez soltar um gritinho de dor. Levantei o olhar encontrando minha mãe parada me encarando com o famoso olhar de mãe. Ela segurava a bolsa Chanel de uma maneira tão impressionante que esqueci o que tava pensando.

-Ah, oi- disse saindo do meu mundinho paralelo.

Ela revirou os olhos.

Isso deve ser mal de família.

-Como eu dizia. Não é um maximo essa viagem?- Falou em êxtase.

-Muito ótimo. Maravilhoso. Perfeito. Muito, mais muito legal- balancei a cabeça repetidas vezes.

Ela me olhava com desdém.

-Para de deboche, Lia- resmungou.

-Quem disse que to debochando de algo? Eu hein- pigarreio.

Após sairmos da agência de viagens fomos ao shopping no meu caso fui contra vontade porque queria apenas estar em casa dormindo.

Sorte de que nessas lojas gran finas servem alguns petiscos para os clientes, única coisa que se salva.

Passamos duas horas certinho em uma loja para no fim dona Helena decidir que nada lhe agradava, simples assim.

Seguimos para outra loja e meus pés já estavam doendo de tanto andar. Segui outra direção indo até a sorveteria comprar uma casquinha de menta com chocolate.
Mandei uma mensagem para minha mãe tentando a localizar antes que eu começasse a andar igual barata tonta.

-Nada me agradou e eu preciso fezer compras- disse ela no instante que cheguei.

A encarei terminando de tomar meu sorvete em silêncio.

-Mãe, eu estou aqui para lembrá-la de que está havendo uma reforma na nossa casa para ser possível aumentar seu lindo closet que mais parece um shopping- sorri sarcástica.

Ela me analisou por completo pensando em algum argumento mas se deu por vencida balançando a cabeça em concordância.

Caminhamos loja a fora e fomos para um restaurante almoçar. Até que enfim uma coisa boa.

Fizemos nossos pedidos e ficamos jogando conversa fora enquanto a comida não chegava.

-Eu vi um biquíni tão incrível que eu preciso...- a interrompi antes que continuasse.

-Querida, não é necessário. Neste cruzeiro provavelmente você vai fazer várias compras. E, se for por isso eu lhe dou os que eu nunca usei.

Dei de ombros, ela continuava com a expressão de desdém.

-Esse seu ar de deboche, irônico e sarcástico só tinha que ser coisa do seu pai- revirou os olhos.

Mais uma vez dei de ombros e foi quando o garçom chegou com nosso almoço. Minha felicidade triplicou.

Minha mãe olhou pela janela refletindo sobre algo depois voltou sua atenção para mim. Ela parecia espantada.

-Laiana...- engoli em seco sabendo que vem bomba por ai-... Você já se comunicou com seu pai?- Perguntou de sobrancelha levantada.

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora