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Gabriel

Assim que acordei passei a mão na cama sentindo o outro lado vazio, Luna havia saido. Abri os olhos ainda meio sonolento e fiquei encarando o nada até que meu sistema pudesse completar o download.

Passei a mão nos olhos e segui para o banheiro, tomei um banho gelado- já que eu fiz o favor de quebrar o regulador de água do chuveiro- que quase me congelou. Enrolei a toalha na cintura e sai após terminar de fazer minha higiene pessoal.

Escolhi uma roupa mais esportiva já que marquei com o pessoal de irmos saltar de bungee jump. Terminei de me arrumar e fui tomar café da manhã no restaurante do hotel.

Assim que liguei o celular começou a chegar várias mensagens do meu pai que obviamente ignorei todas.
Estava há quase um ano morando no México, e fiz meu pai pensar que ia focar nos estudos. Coitado.

Senti braços rodeando meu pescoço e um cheiro de perfume doce invadir minhas narinas.

Luna me deu um beijo se sentando ao meu lado, ela estava muito bem para quem praticamente não dormiu na noite anterior.

—Bom dia docinho.

Suspirei quando ela falou o apelido brega que me deu.

—Bom dia, Luna

Tomamos nosso café da manhã em um silêncio sagrado. Quando deu a hora fomos encontrar o resto do grupo.

Descemos do carro e Luna foi correndo ao encontro da amiga que estava praticamente agarrada ao pescoço do Jackson.

Me aproximei dos dois e meu amigo veio até mim.

—Pensei que não iam vim nunca– nos cumprimentamos com um tipico abraço masculino- não estava mais aguentando ela–inclinou a cabeça na direção das duas.

Sorri debochando e o lembrei de quem teve a ideia do "quatro é par" foi ele.

Não enrolamos muito na conversa fomos logo nos equipar, colocamos toda proteção necessária pra pular desse penhasco. Jackson foi o primeiro.

—Olha docinho, eu pensei melhor e não vou–escutei Luna dizendo.

A encarei de cenho franzido.

—Como não, Luna?–Alterei um pouco a voz.– Você disse que ia.

—É, mas não vou deixa para uma próxima vez– apertei os lábios e as duas sairam.

Tempo depois estavamos em um bar conversando, bebendo e paquerando. Decidi não beber muito até porque mais tarde teria uma balada então, o melhor é sempre no final.

Ficamos por mais algumas horas ali até que resolvi voltar para o hotel para me arrumar.

Tomei um banho extremamente demorado, coloquei uma calça jeans preta, camisa branca e uma jaqueta de couro por cima para dar um toque diferente. Calcei o tênis, peguei um taxi e quando cheguei entrei sem pegar fila ou algo assim.

Fui direto pra onde meu amigo disse que estaria, junto dele estava meu primo, Samuel, Luna e duas amigas sentados ao redor de uma mesa bebendo o que seria a terceira garrafa de vodka.

—Achei que não ia vim– Samuel falou me entregando disfarçadamente um pacote pequeno_ não conta que eu te entreguei isso– sussurrou e voltou pra sentar perto de Jackson.

Guardei o material no bolsa da jaqueta e me sentei perto da Luna. Jackson me encarou serio.

Coloquei um pouco de uísque que também tinha ali em um copo e virei com tudo na boca, sentindo o gosto amargo da bebida.

A meninas resolveram ir dançar deixando a gente em paz.

—Vocês não tomam jeito mesmo não é!?–Jackson falou.

—O quê?

—Acha que eu não vi o que você entrou pro Gabriel?– indagou, Samuel deu de ombros.

Dei outro gole na bebida.

—Qual é, para de ser careta. Se divirta.– Dei um tapinha de leve em seu ombro.

Jackson revirou os olhos.

—Bem meus companheiros, eu vou ao banheiro não esperem por mim.–Samuel disse indo embora.

Eu e Jackson ficamos ali jogando conversa fora e flertando com algumas meninas, quase me rendi aos encantos de uma loira mas resisti.

Hoje não to afim de nada disso.

—Já que estamos sozinhos preciso te dizer uma coisa.

—Fale.– Balbuciei.

—Seu pai me ligou, e disse que você volta daqui a pouco para Londres– soltou a bomba sem mais nem menos.

Larguei o copo em cima da mesa o encarando seriamente.

—Eu acho que não entendi.– Ergui a sobrancelha.

Ele passou a mão nos cabelos.

—Seu pai me contou que você não responde e nem retorna nenhuma das ligações, então ele resolveu falar comigo para te avisar que seu vôo sai às onze.– Deu de ombros.

Meu pai só pode ter enlouquecido.

Passei a língua nos labios. Olhei para meu amigo que continuava sem esboçar expressão alguma.

Vi que já se passava das dez e decidi voltar para o hotel. Só tinha uma hora para arrumar as coisas e me mandar.

Tentei falar com meu querido pai que me ignorou por completo. Há um ano ele havia se casado novamente depois de mais de dez anos viúvo, e há um ano eu não mantive mais contato com ele.

Quando cheguei ao aeroporto já era por volta das 10:50pm fiz o chek-in e fui direto para o desembarque. Horas depois já estava casa.

Como era madrugada não liguei para mandarem o motorista vim me buscar, paguei um taxi que não demorou muito para chegar em Egerton Crescent.

Larguei a mala em um canto qualquer da sala e fui pra cozinha beber um pouco d'agua. Esse lugar continuava a mesma coisa.

—Ladrão!– escultei uma voz feminina falando.

Me virei pra ver de quem se tratava, de princípio pensei ser minha prima ou a Helena só que não era nenhuma das duas. A garota era baixa, com o cabelo médio quase na cintura na cor mel, o rosto muito definido e simétrico. E muito bonita por sinal.

Só que maluca porque ela estava segurando uma faca de cortar alimentos.

—Mas que caralhos. Garota larga essa faca– falei quase suplicando.

—Pra quê? Pra você ter tempo e fazer alguma coisa contra mim?– ergueu mais ainda a faca.

—Escuta. A única pessoa estranha aqui é você que está na minha casa a essa hora da noite.

Ela soltou uma risada histérica.

—Você que invadiu minha casa.

—Sua casa?

—Teoricamente– respondeu.

Coloquei o copo na ilha da cozinha; voltei minha atenção àquela doida.

—Olha, eu não sei quem você é e não me interessa. Só peço que você abaixe essa arma, não vou fazer nada.– Afirmei.

Com muito hesitação ela deixou o objeto de lado, cruzou os braços que fez com que seus seios se destacassem por baixo da blusa.

—Comece a se explicar sobre quem é você e o que faz aqui.

Cocei o nariz.

—Não! E boa noite.– Sai a deixando com cara de paisagem.

Não fiz questão de pegar a mala, subi pro quarto me jogando na cama esperando só o dia amanhecer para ouvir a voz do meu pai me dando sermão.

XXXXX

Melhor maneira de conhecer alguém kkkk

Último capitulo da madrugada meus amores. Pouco maior que os outros.

Comentem e votem muito pois ajuda a amiga aqui a receber o pão de cada dia🤚😔

Espero que tenham gostado dessa pequena introdução meus amores🤍

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora