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Lia

Depois que aquele idiota desconhecido foi embora me deixando ali parada como uma tocha, resolvi ir fazer o motivo que fez eu vim parar nessa cozinha as três da madrugada.

Vi que ainda tinha pizza de mais cedo na geladeira, peguei duas fatias junto com um pouco de suco.

Comi, lavei a louça que sujei e retornei para o quarto. Como estava sem sono fiquei mexendo no celular por um tempo, quando resolvi dormir os passarinhos estavam quase cantando.

Acordei porque algum enviado do satanás chegou no quarto abrindo as janelas. Que sem educação.

—Bom dia, meu amor– ouvi a voz da minha mãe. Me repreendo pelos pensamentos que tive.

Ela me deu uns chacoalhões na tentativa de me fazer acordar. Até que retirou o lençol de cima de mim.

—Mãe!

—Acorda, Lia, já são quase meio dia e você ainda está na cama.

Me sentei olhando para absolutamente nada naquele quarto enquanto reiniciava. Passei a mão nos olhos fazendo ficar mais acordada.

—Sorte que todos acordamos tarde por ser domingo. Você tem cinco minutos pra ficar pronta e descer, tenho uma surpresa– beijou o topo da minha cabeça e saiu saltitando.

Me arrastei da cama até o banheiro e tomei um susto quando vi minha aparência horrível no espelho. To parecendo a Samara daquele filme de terror.

Entrei no box ligando o chuveiro, ajustei a temperatura da água que desse pra lavar o cabelo sem fritar. Cinco minutos haviam se passado e eu só estava me vestido, optei por um short um pouquinho curto e uma blusa que cubria a metada do short, deixei o cabelo secar naturalmente.

Os cinco minutos que minha mãe me deu eu transformei em meia hora.

Desci e os encontrei na sala.

—Ótimo que você chegou, Lia.– Disse Joseph animado, como sempre.– Quero que você conheça uma pessoa.

Tinha um menino virado de costas pra gente, e eu me vi secando as costas definidas dele. Alto até de mais pro meu gosto.

—Filha esse aqui é o Gabriel– o garoto se virou assim que minha mae pronunciou seu nome guardando o celular no bolso.– E Gabriel, essa é a Lia.

Arregalei os olhos quando percebi que o tal do Gabriel era o idiota da noite anterior, só não posso negar que ele é bonito. Alto, o corpo malhado, com o cabelo bem preto. A pele parda e, ele parecia um pouco com o Shawn Mendes.

Uma cópia falsa daquelas bem baratas eu diria.

Gabriel deu um sorrio ladino do típico cafajeste me fazendo revirar os olhos.

—Helena, sua filha toma remédio controlado para esquizofrenia?– Senti um tom sarcástico na voz dele.

Minha mãe franziu a testa.

—Como eu cheguei essa madrugada, fui até a cozinha buscar um copo d'agua e quando vi estava sendo ameaçado com uma faca por essa dai– inclinou o queixo em minha direção.

Cruzei os braços.

Os adultos que se faziam presentes me olharam como se eu fosse uma assassina em série. Ou uma doida mesmo.

—Bem, acho que foi apenas um mau entendido. A Lia não te conhecia então...

—Exatamente, me senti ameaçada por um desconhecido invadindo uma residência privada tremenda madrugada.– Argumentei.

—Você é uma doida isso sim– o Shawn Mendes do Paraguai se pronunciou.

Joseph interveio nos lembrando de irmos tomar café da manhã, no caso seria café da tarde.

Fomos para o jardim cada um se sentando no seu lugar. Fiquei de frente para Gabriel.

Fizemos a refeição em um silêncio não tão confortável mas também nem tão insuportável, normal eu diria

De vez em quando sentia os olhares do Gabriel em mim. Teve até um momento em que tivemos uma intensa troca de olhares que o fez desviar quando ele piscou.

—Pai, você sabe da Elisa?– meu querido irmão quebrou o silêncio.

—Ela esteve aqui ontem– Joseph respondeu.

Gabriel só balançou a cabeça e logo se retirou indo pro interior da casa.
Terminei minha refeição tranquilamente e após finalizar voltei para o quarto.

Único lugar de paz já que tudo aqui é um tédio. Mas antes passei na biblioteca.

—Você que contou não foi?– Escultei a voz do Gabriel.

Provavelmente discutindo com alguém sobre sei lá o que.

—Eu tenho mais o que fazer, não me corresponde o pouco tempo que tenho para ter que ficar fazendo fofoca sobre você, donzela.

E se não me falha a memória a dona da outra voz era Elisa.

Me escondi para poder ouvir toda a conversa, estava tudo bem até que deixei meu celular cair o que provocou um barulho chamando atenção dos dois.

Me fiz de sonsa o máximo que pude.

—Não se preocupem porque não ouvi nada da conversa de vocês– passei a mão no cabelo.

Gabriel bufou quando Elisa se aproximou de mim

—Oi, Lia, que tal de irmos pra piscina?– Sugeriu me puxando em direção ao jardim sem me dar tempo de responder.

Fomos até a área da piscina e nos sentamos, Elisa até pôs óculos de sol que tirou não faço ideia de onde.

—Obrigada por ter atrapalhado a conversa.– Disse.

—De nada?!

—Você só precisa ser mais discreta garota. Imagina se fosse alguma informação valiosa!?– ironizou.

Ri balançando a cabeça.

—Do que falavam?– eu e minha curiosidade.

—Nada de mais, só uns assuntos inacabados.
Deixando o assunto Gabriel de lado, o que pretende fazer hoje?– se deitou na espreguiçadeira.

Pensei por alguns segundos antes de responder.

—Obviamente nada, só aturar seu primo pelo resto do dia.

Elisa fez cara de tédio se colocando de pé, pegou o celular fazendo uma ligação.
Quando me dei conta estava no carro dela rumo ao shopping, obviamente fui contra minha vontade.

Chegamos e fomos direto para uma loja de sapatos. Não vou mentir que é minha parte favorita.
Compramos algumas coisas logo depois fomos pra praça de alimentação.

—Desculpem o atraso, minha tia me segurou em casa– Falou uma garota se aproximando de nós.

Elisa mordeu um pedaço do lanche, antes de responder.

—Deixa eu apresentá-las: Fernanda essa é a Lia, filha da esposa do meu tio.

A tal da Fernanda me analisou por completo antes de me cumprimentar. Juro que me senti desconfortável com aquele olhar de julgamento dela.

—Nada pros amigos, Elisa só esqueceu o detalhe de que sou namorada do irmão dela– se virou para a amiga.

Elisa deu de ombros voltando a atenção pro lanche.

Nanda é uma garota mais baixa que eu, cabelo na altura dos ombros. Com um corpo de dar inveja, rosto pouco redondo mas não tanto. Ela é bonita.

Em menos de dois dias já conheci metade da população dessa cidade, depois que saimos do shopping fomos dar uma volta, segunda Nanda eu precisava conhecer a capital britânica.
E nessa pequena volta Elisa falou com mais de vinte pessoas– sim, eu contei– a própria miss simpátia.

Quando decidiram me devolver para minha prisão já era tarde da noite. Só cheguei e me deitei, nem fiz questão de jantar.

XXXXX

Depois de quase um mês voltei! 🤡

Mais um capítulo pra vcs.

Votem bastante e comentem meu povo.

*Lia na mídia*

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora