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Gabriel

Não sei o que é pior: o final de mês ou o começo de outro, ou a bagunça de quando me junto com meus amigos.
Fim de semana e cá estamos nós esparramados por todo canto do apartamento do Jackson parecendo defuntos.

A televisão ligada tocando poesia acústica só fazia eu querer invocar a Lia pra entrar num coma de sono. Enfim a ressaca que niguém merece.

A porta foi aberta de maneira abrupta e o apartamento sendo invadido por um ser totalmente desconhecido por nós.

-Levantem suas bundas dai porque vamos sair.- Fechei os olhos minimamente pra tentar enxergar melhor. Era o Kevin.

Todos viramos em direção a ele tentando entender o que estava acontecendo.
Kevin tinha literalmente mudado o visual, no caso o cabelo, que antes tava sabe Deus qual a cor e agora ele resolveu pintar de azul. Só não sei qual a tonalidade de azul.

Amanda virou a cabeça pro lado analisando melhor o namorado, desistiu de tentar entender nos últimos dois segundos.

-Ah gente parem de me olhar assim. Eu to ficando tímido- passou o cabelo inexistente por de trás da orelha.

Samuel engoliu o último pedaço de torrada sendo o primeiro a se pronunciar:

-Kevin. Até anteontem você estava com o cabelo branco, agora ta azul.

-Isso é um estilo de vida- Kevin retrucou.

Só se ouvia neste momento a risada histerica da Nanda misturada com a da Lia. Jackson ainda permanecia petrificado na mesma posição, já Elisa só sabia comer.

-Só vim para avisar que mandei fechar o club só pra gente passar o dia inteiro longe dos perigos diurnos- o do cabelo azul diz, roubando um muffin da Elisa.- Aquele que nossos pais frenquenta- explicou.

Nanda e Amanda se entreolharam rindo se maneira irônica.

-Se o Kevin falar que eu sou pobre mais uma vez eu bato nele- Nanda disse sorrindo falsamente.

-Vamos logo se arrumar que é melhor- pulei do sofá indo pro banheiro. No caminho travei uma luta com Jackson pra ver quem chegava primeiro.

Cerca de horas depois estávamos nós quatro sentados no sofá todos na mesma posição esperando as madames ficarem prontas.

Juro que acabei cochilando.

O som do alarme tocou pela quarta vez- tempo de dezoito minutos para as meninas ficarem prontas- e nada delas aparecerem.

-Não é preciso querer fazer a terceira guerra, já estamos aqui.- A voz da minha prima soou em nossos ouvidos, agradecemos ao mesmo tempo pelo milagre.

Ainda bem que não ocorreu nenhuma discordia sobre quem iria dirigindo.
O caminho até o clube como sempre repleto de caos, demoramos cerca de uma hora até chegarmos. O que demorou foi o fato da Amanda não saber estacionar um carro no lugar certo, por milímetros a doida não pegava uma multa por estar na vaga errada.

Fomos recebidos pela recepcionista que nos acompanhou até uma mesa reservada- fora que o lugar todo foi reservado- nos acomodamos enquanto esperávamos nosso almoço.

-Sabe jogar tênis, Lia?- Nanda perguntou mastigando uma uva.

-Não.

-Lia é mais sedentária que a Elisa- falei.

Lia me fuzilou com os olhos.

-Pelo menos eu treino ok.- Retrucou.

-Só se for a língua.- Rebati.

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora