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Lia

—Paul, se você tocar em mim mais uma vez eu juro que te jogo pela janela.–Ergo a sombrancelha dando ênfase na ameaça.

Ele põe as mãos no quadril me olhando com desdém.

—O que eu mais quero é fazer você errar esse delineado– diz óbvio.– Mas não pretendo morrer sendo arremessado pela janela– coloca uma das mãos no peito sendo dramático.

Reviro meus olhos que quasem saltam das órbitas oculares. Paul força um sorriso e sai de trás de mim indo se deitar na cama.
Olho o horário no celular, já estamos atrasados tem cerca de uma hora e as mensagens perguntando se nós estamos vivos não param de chegar.

Depois de quase uma semana planejando uma ida à balada finalmente o dia chegou. Isso seria na semana passada mas teve tantos impedimentos que foi remacado. Combinamos de encontrar cada uma na boate que Amanda escolheu, o horário seria as oito e meia e já são quase dez.

Paul da um pulo da cama quando cutuco o tornozelo dele. Xinga baixinho e dou de ombros feliz, nada mais justo pra quem fez eu errar um delineado umas quatro vezes.

A essas horas minha mãe e Joseph já devem estar quase dormindo e Gabriel saiu pra sabe Deus onde, então a paz reina aqui. Paul vem logo atrás de mim.

—O que fazemos quando seu motorista está de folga?– Pergunta me tirando do transe.

—Nao vai me dizer que você sequer pediu um taxi?!–Ergo a sombrancelha.

Me detenho em da um tapa no braço dele quando avisto o carro do Gabriel, ele não está em casa então não irá se importar se o carro sumir por algumas horas. Peço a Deus que ele não volte hoje.

Entro em casa procurando a chave reserva que ele deixa guardado em uma caixinha em cima do piano. Agradeço aos céus por ainda está ali, quando retorno Paul continua na mesma posição; mãos no quadril e sobrancelhas franzidas.

—Você é uma peste, agora sei porque ele te ama–diz entrando no carro.

Ignoro sua fala.

Passo as mãos no volante e um suspiro sai dos meus lábios. Dei partida me sentindo em um racha.

Minutos depois já estávamos enfrentando uma pequena fila na entrada da balada. De longe avistamos Elisa que mexia no celular, a cara de poucos amigos, quando ergueu a cabeça passando os olhos pelo local ela pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha e veio andando até nós. Cochichou algo com o segurança e logo indicou com o queixo para que a seguissemos.

—Pensei que teria de mandar os elfos domésticos irem buscar vocês pelas orelhas– fala encarando Paul. Por culpa dele que nos atrasamos.

Quando passamos por uma pequena luz, a silhueta de Elisa fica em contraste evidente. O vestido preto justo realçando as curvas, o cabelo recém pintado de castanho com um brilho.

—E você, estava conversando com quem no celular?– Paul indaga, ela abre um sorriso minúsculo e olha pra mim.

Pessoas apaixonadas.

Finalmente chegamos na parte mais calma da boate, Amanda e Nanda estavam conversando sobre algo muito animado. Me sentei ao lado delas me servindo um pouco de vodka.

—Até que fim vocês resolveram aparecer– Nanda é a primeira falar.

—Culpa desse gay ai– aponto com o queixo.

Paul resmunga com deboche.

—Agora eu me pergunto porque vocês não disseram nada pros outros quatro que iríamos vim.

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora