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Lia

Estou trancada na biblioteca desde a hora que eu acordei- que foi tarde por sinal- tomei um remédio pra dor de cabeça que por sorte não estava tão forte.
Cheguei ontem do baile de máscaras já era tarde então a única coisa que fiz foi tirar a roupa, maquiagem e me jogar na cama.

A porta é aberta revelando a Dora Aventureira- Nanda depois que fez franja ficou parecendo a personagem do desenho- e a loira da Amanda. Elas não iam me encontrar assim tão fácil já que a biblioteca é enorme e meio que tem uma espécie de esconderijo.

Bem, foi o que eu pensei.

-A gente já te viu- berrou Nanda.

Continuei onde estava enquanto elas se aproximavam.

-Bom dia, Dora Aventureira- falei pra Nanda quando se sentou ao meu lado.

-Combinei com a Nanda de nós quatro fazer alguma coisa hoje, mas a Elisa não deu as caras. Não ta na casa dela e sua mae disse que ela não dormiu aqui- a cachinhos dourados comenta se sentando também.

Fechei o livro. Elisa desde mês passado está dormindo aqui, parece que houve uma briga com a mãe. E, desde ontem não a vi.

-Acreditem se quiser, mas eu sou o problema mais lindo que vocês já tiveram- a porta é aberta e Elisa passa por ela.

-Acho que narcisismo é pouco pra você- eu disse rindo.

Elisa revirou os olhos.

-Isso é auto estima, priminha. E como podem ver estou inteira aqui e sem ressaca- comentou se gabando.

Amanda olhou para ela de cima abaixo franzindo as sombrancelhas. Depois voltou a olhar para Nanda e eu chamando nossa atenção pra roupa da Elisa.

Nanda arregalou os olhos reconhecendo ser uma camisa masculina a qual a cunhada usava.

-Sua doida, você transou estando bebada?- Nanda praticamente gritou.

-Obvio que não. Jackson teve a bondade de me levar pra casa. Não fui pra minha por motivos que vocês sabem e nem vim pra cá porque não tinha a chave- deu de ombros.

Elisa contou o que aconteceu ontem, confesso que não prestei muita atenção no que ela falava. Estava focada demais no meu livro.

-Ta agora que estamos as duas pode começar a falar porque ta com essa cara azeda pro meu lado.

Elisa retirou o livro da minha mão assim que as meninas sairam. Ergui a sombrancelha, ela estava em pé parada com os braços cruzados.

Suspirei.

-Elisa, você é minha amiga mas eu não gostei do que você fez.

Ela apertou os lábios pensando. Obviamente não vai se lembrar já que estava bêbada.

-Você mandou eu ir até uma sala porque o Gabriel queria falar comigo o que não era verdade- continuei.

O rosto de Elisa se iluminou e antes que ela pudesse abrir a boca a campainha começou tocar sem parar.
Saímos da biblioteca e na metade do caminho se ouvia os gritos da Amanda mandando a pessoa do lado de fora esperar.

Celeste havia pegado folga nesse fim de semana e minha mãe ainda não contratou um mordomo.

Nanda se senta na ponta do sofá, eu na outra. Amanda abre a porta e quase leva um tombo pra trás quando a desesperada entra empurrando a porta.

Ficamos todas confusas, porém a confusão foi desfeita quando Gabriel apareceu.

As meninas olharam para eles com cara de interrogação. Desviei meu olhar pra um ponto aleatório da sala.

Sem delongas os dois saíram sem falarem nada entre si.

Amanda ficou parada ao pé da porta, sua expressão era de surpresa e deboche.

-Quando alguém tiver a audácia de falar do meu cabelo. Lembrem-se dessa que acabou de sair daqui.- Apontou pra porta atrás de si.- Loiro tingido, daquelas tinta de farmácia, as mais baratas inclusive.

Ela parecia indignada.

-Quem é a perua?- Nanda interroga.

Elisa balança a cabeça indicando não saber de quem se tratava. Eu sim, era a garota com quem Gabriel estava aos beijos ontem.

Mudamos o assunto quando Amanda comentou sobre os meninos estarem jogando em uma praça da cidade, como não tinhamos nada pra fazer fomos até lá. Fomos a pé mesmo, não era tão longe.

Quando chegamos encontramos os quatro brigando- o que eles mais sabem fazer quando estão jogando.

-Olhem só se não são as donzelas.- Samuel falou após nos aproximarmos.- Só não estão em perigo.

Nanda empurrou o namorado para o lado.

-Você ta fedendo a maconha.

Os outros riram discretamente, menos o Paul.

-Fernanda.- A voz dele ecoou entre nós.- Saiba que se algum dia você errar na vida, eu vou lhe perdoar.- Paul pôs a mão na cintura.- Só porque você agora tem franja.- Ergueu o polegar.

Nanda revirou os olhos. Nos sentamos em um banco ali perto, a torcida mais morta que os jogadores.
A cada segundo Amanda e Elisa filmavam eles somente quando eles erravam algo.

Tentei acompanhar os movimentos mas de basquete eu não entendo nada. No final do jogo Kevin foi o único a conseguir fazer uma cesta. Paul ficava mais parado que uma estátua, Jackson quase arranca o aro, Samuel só balançava a cabeça decepcionado.

-Por que o Gabriel não veio?- Kevin pergunta, recuperando o fôlego.

-Ele ta desaparecido desde quando chegamos aqui.- Elisa responde olhando para as unhas.- Saiu com uma garota que ninguém conhece.- Levantou os olhos encarando Jackson.

-Esqueçam dele, vamos falar do quanto vocês foram péssimos- falei mudando a conversa.

Foi só eu falar sobre isso que os quatro começaram a falar ao mesmo tempo argumentando ser apenas um treino.

Mesmo em meio as gargalhadas e tudo eu não consegui parar de pensar um segundo no Gabriel saindo com aquela loira. Por que isso ta me incomodando tanto?

XXXXX

Lia confusa me lembrou a autora aqui😃

Vou postar mais dois capítulos nessa madrugada de agr e mais alguns outros na madrugada de domingo pra segunda👍

O Filho Do Meu PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora