capítulo 6

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Depois do almoço o menino ficou sonolento e acabou dormindo entre os braços dela.
    Kira examinou o rostinho e os cílios longos que cobriam os olhos enquanto o garoto dormia.
     Ela ainda estranhava estar tomando conta de uma criança e se perguntava o que as semanas seguintes trariam.             No começo tudo deveria parecer confuso, sentiria falta da rotina a que estava acostumada e teria que se adaptar à vida de uma casa estranha.          

     Nas feições de Aleko via traços do pai, aquele homem cuja estrutura tinha que ser muito firme. Os homens não se tornavam bem-sucedidos nos negócios se não tivessem nervos de aços, cérebros agudos e um corpo que resistisse à pressão. 
      Zonar Mavrakis lhe pareceu um homem muito grande porque estava acostumada a ver apenas os padres idosos que iam ao convento. 
    Tinha notado os ombros fortes e flexíveis, o ar confiante e seu jeito mundano. o olhar que dominava uma mulher.
    Ele não teve dificuldade em dobrar a madre superiora, uma mulher de caráter firme que nem as outras freiras nem as moças jamais pensaram em desobedecer.
    Somente Colette foi atrevida com ela, mas não tinha sido punida porque era tão bonita que as pessoas costumavam lhe perdoar tudo, como se fosse um gatinho levado.
    Kira quis desobedecer à madre superiora quando o grego a examinou como se fosse um objeto numa prateleira que talvez comprasse.       

    Lembrava que ele estava usando um terno escuro de listras finas, uma camisa cinza e uma gravata de seda. Roupas caras, que lhe caíam muito bem. Ele podia ter o que desejava e agora queria ter uma governanta inglesa entre seus empregados durante o verão.
   Kira esperava que ele não reparasse nela, desde que cuidasse bem do menino. Seis anos parecia muito tempo para um homem tão vigoroso ficar viúvo.
    Kira tinha ouvido dizer que as mulheres gregas raramente casavam de novo quando perdiam o marido. será que os homens daquele país também agiam assim? Ou convinha a Zonar Mavrakis satisfazer seu desejo como fosse mais fácil? Uma onda de calor percorreu o corpo de Kira.
     Geralmente ela não pensava nessas coisas, por isso achou que tinha alguma coisa a ver com o fato de estar fora do convento.
    Quer aquele homem reparasse nela ou não, iria viver sob seu teto. Ela, uma moça que sempre morou entre mulheres que tinham feito voto de castidade. Aleko estremeceu, aproximando-se mais dela, encostando a cabeça em seu peito.
    Kira mordeu os lábios. os contatos físicos não eram encorajados no convento e nunca ninguém estivera tão perto dela assim.
    O menino que estava entre seus braços era filho de um homem cuja aparência dominadora a deixava muito insegura. Ele poderia facilmente ignorar a presença dela, mas kira tinha a estranha sensação de que viver na mesma casa com ele não ia ser uma experiência tranqüila.
    Ele era muito grande e másculo demais, e tinha uma personalidade tão definida que não podia deixar de impressioná-la.
    Mas agora era tarde demais para desejar ter tido a coragem de recusar o emprego. Ela e Aleko já eram amigos, mas kira desejava ardentemente que ele tivesse um pai menos perturbador. O menino se mexeu, meio acordado, e olhou para ela. — Já estamos perto? — ele bocejou.
    Kira olhou pela janela do carro e viu palmeiras ao lado da estrada que subia em direção a penhascos e a um céu muito azul. Seu coração quase parou de bater. sim, estavam perto! Logo estariam chegando!

Pecado E Amor :A Noviça E O Grego Onde histórias criam vida. Descubra agora