capítulo 11

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     O carro entrou no jardim da casa e de repente a luz começou a jorrar de suas janelas.
    O barulho do carro tinha sido ouvido e a porta da frente foi aberta.  
    Kira sentiu que o menino se mexia, aconchegando-se mais.
    Ela ficou sentada enquanto Zonar Mavrakis saía de seu lugar e, quando ele se aproximou para pegar o menino, seus olhos se encontraram.    
     Você tem medo? — ele tornou a perguntar.
    Uma irmã do convento uma vez nos levou ao zoológico — ela contou.  Os tigres estavam atrás das grades e eu. eu achei que era uma pena.
    Ah — disse ele suavemente. Em você há mais do que salta à vista, não é verdade?
    É, senhor?
    Não finja que é tão inocente — ele caçoou.
     Você parece que foi alimentada de folhas de limoeiro e de ervas, mas, como dizemos na Grécia, uma dieta frugal alimenta a mente.
    Já vou lhe avisando, senhorita, pode ser que eu a convide algumas vezes para meu covil.
    Você ousaria entrar nele? Se o senhor me ordenar, terei que obedecer. 
     A obediência é uma regra fundamental no Santa Clara?
    Faz parte da autodisciplina — ela respondeu e, encostado na porta do carro, ele parecia encher o mundo, grande e autoritário, e curioso porque ela tinha levado uma vida tão enclausurada. afastada de homens como ele.
     Sua autodisciplina é completa, srta. Ardath? — Ele carregou o menino.
    Ninguém pode dizer isso — ela respondeu cuidadosamente.
    Não sou um camundongo, se é isto que o senhor está imaginando, sr. Mavrakis.
    O que é que a faz pensar que imagino coisas a seu respeito. srta. Ardath?
    Ele a examinou enquanto subiam os degraus de entrada.
    Depois, ficaram embaixo de um lustre que lançava uma luz ardente e a empregada fechou a porta atrás deles, silenciosamente.
     Acho que o senhor sente muita curiosidade sobre tudo e sobre todos kira respondeu.
     Aleko começou a piscar, acordando. Seu pai o olhou e um sorriso suavizou o contorno firme de sua boca.
    Já para a cama, menino, seu dia foi cheio demais. Você pode jantar na cama.
    Preciso mesmo ir me deitar, papai?   
    O menino não parava de bocejar. Não posso jantar com você?  Vou ter que sair, kalo pedhi.  Negócios?
   Aleko olhou para o pai, emburrado.
   É claro. Eles subiram a escada, acompanhados por Kira
    Negócios, ela se perguntou, ou uma mulher com longos cabelos sedosos, usando um vestido que mostrava os ombros e sapatos com saltos tão altos que a aproximavam daquela boca atrevida que parecia não tolerar nenhuma desculpa quando ele se sentia ardente?
    Kira ficou com o rosto vermelho. aquele homem provocava pensamentos que ela não podia controlar e seus olhos ficaram perturbados.
   Ela parou, segurando a balaustrada e olhando em redor, enquanto ele entrava no quarto de Aleko.
   Aquele mundo não era o seu, mas ela estava ali.
   O barulho do mar penetrava por uma das janelas da galeria e ela se sentiu presa num sonho estranho.   
   "Deixe-nos por três meses", a madre superiora tinha dito, "e descubra um pouco da vida, antes de se entregar a nós.
    Descubra se o mundo além de nossos muros tem mais a lhe oferecer.
    Você tem que saber a resposta nesse período". Seria impossível?
    Kira refletia, esbelta e delicada em suas roupas modestas, poupada pelas emoções e experiências que invadiram a natureza daquele homem que tinha penetrado autoritariamente em sua vida reclusa.
    Um suspiro perplexo saiu de seus lábios.
    Ela estava indecisa entre o desejo de explorar aquele mundo desconhecido e uma necessidade de se refugiar atrás dos muros do convento.
    Ela sentia-se como uma criatura marinha que tivesse sido lançada numa praia estranha e que tivesse que esperar até que a maré a devolvesse para seu habitat.
    Enquanto isso, tinha que enfrentar os azares do desconhecido e possivelmente até a falta de escrúpulos.
     Quando a madre Superiora disse que a família Mavrakis era muito respeitada, ela tinha falado de uma maneira geral, da reputação que eles tinham como homens de negócios.  
    Como era grande e cheio de vida aquele grego que tinha acabado de levar o filho para a cama, para poder gozar a vida noturna de Tormont. sem dúvida como tinha gozado os prazeres mais sofisticados de Atenas, de Paris e de Londres! A madre superiora não podia imaginar uma coisa destas, kira refletiu.
    Ela achava que todos os homens eram iguais aos padres que visitavam o convento.
    Mas kira não tinha dúvida nenhuma de que Zonar Mavrakis era totalmente diferente deles

Pecado E Amor :A Noviça E O Grego Onde histórias criam vida. Descubra agora