capítulo 10

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Podemos ir para o hotel agora? - ele pediu. - Está bem. - kira levantou-se, alisando a saia reta.
Estava nervosa, mas não tinha escapatória, tinha que se preparar para o segundo encontro com Zonar Mavrakis.
Não podia se esquecer daqueles olhos e da maneira como pareciam penetrar pelo tecido do uniforme do convento, uma sensação muito perturbadora para uma moça cujos únicos homens que conhecia eram os padres jesuítas que iam ao Santa Clara.
Ela e Aleko deixaram a casa banhada pelo sol da tarde, que já começava a tingir de cor-de-rosa a imensa baía onde as casas e os prédios acompanhavam as encostas das colinas.
Respirou fundo o ar do mar, olhando admirada para as palmeiras que cresciam na terra avermelhada de Tormont.
Aquela parte da costa era chamada de Riviera de Devon.
Era muito agradável e nem um pouco fria porque era protegida pelas colinas altas que rodeavam a baía. Promontórios de calcário faziam contraste com o arenito vermelho, criando um cenário perfeito para o mar azul e para as árvores tropicais. Kira sentiu-se excitada quando ela e o menino fizeram uma curva na estrada e chegaram à rampa que levava ao pátio do Monarch Hotel. O hotel tinha portas giratórias, janelas enormes que chegavam quase até o chão, subindo acima das paredes brancas muito sólidas, onde os quartos tinham balcões de ferro batido.
Alguns dos hóspedes estavam sentados nos balcões, abrigados do sol.
Aleko desceu a rampa correndo e Kira acompanhou-o com cuidado. O menino voou para o porteiro. - Vim ver papai - ele disse, impaciente. - Onde é que ele está? O porteiro levantou uma sobrancelha e olhou para kira ,que se aproximava das portas giratórias. - Este é o filho do Sr. Mavrakis - explicou kira, tentando desesperadamente não demonstrar seu nervosismo. -
Acabamos de chegar de Londres e Aleko quer cumprimentar o pai.
O porteiro lançou um olhar cauteloso para kira, com sua saia reta e sua blusa branca e sua forma delicada, e pensou que o patrão, tinha muita sorte,pq ela definitivamente era muito linda, mais tão jovem pra ser mãe e esposa,bem esses gregos se casavam muito jovens.
Ela teve vontade de rir, achando que o homem imaginava que ela era a mãe do menino. Que idéia! - Sou a governanta de Aleko - ela explicou ao porteiro. - Entendo. - Ele os levou para o saguão do hotel, uma sala redonda, rodeada por vitrinas de jóias, de objetos antigos e de casacos de cashmere.
Havia colunas de mármore, lustres enormes e um par de cartazes atrás de um balcão, que ficava diante de uma estante com centenas de chaves penduradas em ganchos. - Papai! -
O menino saiu correndo pelo saguão, pulando nos braços de Zonar Mavrakis.
O grego alto parecia ter estado trabalhando muito a maior parte do dia, sua gravata estava afrouxada no colarinho e seu cabelo preto despenteado, como se tivesse enfiado os dedos nele muitas vezes.
Com muito carinho, beijou o filho, que se pendurou em seus ombros fortes, encostando o rosto nele.
Kira ficou impressionada com a cena e logo seu coração começou a bater com mais força quando os olhos pretos fixaram-se nela.
Ele não sorriu, apenas olhou-a, observando o cabelo preto que contornava o rosto delicado.
Depois o olhar desceu para seu corpo e Íris percebeu que, agora que estava sem uniforme, parecia mais velha, não dando muito a impressão da aluna do convento que ele contratara para tomar conta do filho durante o verão. - Boa tarde, srta. Ardart. - Ele falava inglês com um tom ligeiramente áspero.
A voz combinava com sua aparência, pois no saguão abobadado do hotel ele parecia ainda mais alto, o cabelo tão escuro que parecia um corvo,os olhos e o maxilar forte sombreado pela barba que já precisava ser feita de novo. - Boa tarde, senhor. - Kira conseguiu falar com o tom frio que aprendera com as freiras. Ela manteve-se séria enquanto ele a examinava, conseguindo esconder seu nervosismo. - Espero que você tenha feito uma viagem interessante de Londres para cá. -
Havia alguma coisa nos olhos dele, um brilho de divertimento ou de zombaria. - Gostamos muito da viagem, senhor. - kira estava ficando tensa; tinha certeza de que parecia deslocada naquele ambiente luxuoso, com os cabelos sem corte, a saia comprida demais e os sapatos sem salto nenhum.
Mas Zonar Mavrakis sabia de onde ela vinha e era crueldade achá-la. cômica. - Vamos para o escritório.
Ele virou-se, ainda carregando Aleko. Por cima do ombro, pediu que mandassem servir café com biscoitos.
Depois passou pela recepção, onde uma das moças parou o que estava fazendo para acompanhá-lo com o olhar.
Kira sentiu algo estranho,que não soube bem denominar,uma sensação de desgosto,como se ele fosse dela o que era um absurdo,esse homem a fazia sentir coisas que ela não deveria nem pensar, ela seguiu-o, passando por uma porta bem atrás do balcão, e sentiu que sua mão tremia quando fechou a porta, começando a participar da intimidade do pai com o filho. - Bem, Aleko, o que você achou de sua governanta?
O menino inclinou-se para frente e murmurou alguma coisa no ouvido do pai.
Kira apertou as mãos por trás das costas, querendo protestar, dizer que não estava lá para divertir ninguém e que Zonar Mavrakis devia ensinar ao filho que não era delicado cochichar na frente de outras pessoas.
Mas, para seu espanto, ele falou: - Agora, Aleko, você vai dizer alto para a srta. Ardath o que acabou de me contar no ouvido. - Contei para papai que você vai se tornar freira, por isso era melhor ele não esperar que você se apaixonasse por ele. - Que idéia! - Ela corou, sem saber onde meter o rosto. - Não se preocupe, srta. Ardath. - Pôs o filho no chão. - As crianças têm o hábito desconcertante de revelar verdades que nós, adultos, preferimos esconder.
Garanto que você vai voltar para o convento tão pura quanto chegou aqui.
Um menino sem mãe está constantemente em alerta para ver se o pai está pensando em lhe arranjar uma nova mãe.
Mas eu lhe asseguro que a madre superiora deixou perfeitamente claro que você deve entrar para a Ordem de Santa Clara quando voltar, por isso faça o favor de não me olhar como se eu fosse atrapalhar seus planos.
Eu lhe asseguro, jovem, que isso nunca me passou pela cabeça.
Enquanto falava, seus olhos a examinaram da cabeça aos pés,ela não sabia explicar, mais sentiu que ele não estava dizendo a verdade, ele tinha um sorriso como se soubesse um segredo que somente ele sabia.
Mas felizmente alguém bateu na porta e ele afastou os olhos dela. - Entre! - Uma camareira entrou com uma bandeja onde havia um bule de café, xícaras grandes e um prato de biscoitos. - Por favor, deixe a bandeja ali. - O grego mostrou uma mesa perto da janela, que dava para a entrada do hotel. - Quer tomar alguma coisa, srta. Ardath? - Já tomamos chá, senhor. - Mas eu gostaria que me fizessem companhia.
Por favor, traga sorvete de chocolate para meu filho - disse para a camareira. - Sim, srta. Ardath, sei que ele já comeu balas e bolos, mas, só desta vez, deixe-me fazer a vontade dele. - Ele é seu filho, Sr. Mavrakis.
Sim! E porque é meu filho lembro-me que quando tinha a idade dele não tinha idéia de como era o gosto de chocolate ou de sorvete.
Sou grego, srta. Ardath, e meu filho é muito especial para mim. - Tenho certeza que. - Kira mordeu os lábios - que o senhor pode estragá-lo à vontade, naturalmente.
Estragar! ?
Kira olhou firmemente para o rosto moreno e distinto e viu que os olhos dele brilhavam de raiva. - Parece que ele vive fazendo o que quer, não é, senhor?
Você acha? - Foi o que me pareceu.
Você veio de um convento. - Isto não quer dizer que eu tenha sido chicoteada e me alimentado de pão e água, mas um pouco de disciplina não faz mal a ninguém.
Não contratei você para disciplinar meu filho.
Quero alguém que lhe faça companhia e que lhe dê um pouco de instrução quando ele perguntar alguma coisa, mas não quero, absolutamente, que ele tenha uma boba por governanta. -
Eu não sou. - Não? - Seus lábios moveram-se ligeiramente e ele olhou para Aleko, que estava sentado numa poltrona diante de uma escrivaninha, com ar aborrecido. - Aleko, o que você acha desta moça? Você gosta dela ou ela está sendo muito chata com você?
Aleko olhou para Kira depois sorriu, sacudindo a cabeça. - Ela é boa, papai. Mas me fez lavar as mãos e o rosto. - Fez mesmo? Aleko concordou e pegou uma caneta de ouro que estava na escrivaninha.
Posso ficar com ela, papai?
E acabar perdendo? - kira não pôde deixar de interferir. - Canetas de ouro não são para meninos.
Eu tenho certeza de que você tem lápis de cor na sua sala de jogos e, quando voltarmos, podemos nos distrair com eles.
Aleko ficou zangado por alguns instantes, mas pôs a caneta na mesa. Zonar Mavrakis ficou olhando e kira percebeu logo que ele a julgava.
Se quisesse mandá-la de volta para o convento, que o fizesse logo, mas ela tinha razão em ser firme com o menino.
Aleko não a respeitaria se pudesse fazer o que quisesse com ela, mas se era esse tipo de governanta que seu pai queria, então era melhor mandá-la embora naquele mesmo instante. -
Tenho um livro de colorir cheio de trens. - Aleko desceu da cadeira e correu para ela. - Podemos colorir quando chegarmos em casa? Podemos, srta. Kira? - E claro. - Ela sorriu, dando a mão para o menino. -
Também gosto de trens. Não que tenha viajado muito, só quando fizemos um passeio de um dia com as irmãs.
Eles são muito emocionantes, você não acha? O menino concordou e então o pai dirigiu-se de repente para a mesa perto da janela.
A senhorita poderia me servir o café? Eu também gosto de ser mimado.
Sim, senhor. Ela largou a mão do menino e, quando se aproximou da figura alta, enquadrada pela janela, percebeu que ali estava um homem complexo e que não ia ser fácil lidar com ele.
Ele fazia sempre o que queria! E também estava acostumado com isto, pelo menos no que se referia às mulheres.
Entretanto kira era diferente de todas as outras mulheres que ele tinha conhecido.
Ela estava do outro lado de uma cerca que ele estava proibido de atravessar. O senhor quer creme e açúcar?
O creme esfria o café - ele respondeu. - O café deste bule é grego e não quero estragar seu sabor com açúcar.
Então o senhor gosta de café ao natural? - Como a maioria das coisas - ele acrescentou. - A vida é um desafio neste mundo cruel. como você vai acabar descobrindo.
A disciplina manteve a mão de Íris firme enquanto ela servia o café, mas quando estendeu a xícara e teve que olhar para ele. os olhos escuros não estavam caçoando dela e sim a desafiando, e kira sentiu que seu coração batia com força.
Por um instante, quase pediu para ser mandada de volta para trás dos muros do Santa Clara, onde ficaria a salvo da obstinação e do domínio daquele homem que conhecia o mundo bem demais.
Ela respirou fundo, mas, antes que pudesse falar, a camareira entrou com o sorvete de Aleko.
Se fosse você, também tomaria sorvete - ele observou. - Você iria achar o café grego forte demais.
Acho que sim, senhor. Especialmente da maneira como o senhor toma.
É claro que você poderia pôr creme e açúcar. Pelo que parece você não deve pesar muito.
Você trabalha muito no convento?
Sim, senhor. O diabo sempre encontra serviço para mãos indolentes.
Você me olha como se achasse que sou aliado dele.
De jeito nenhum, senhor.
O protesto saiu rápido demais, senhorita. - Ele esvaziou a xícara, estendendo-a depois para ser enchida novamente.
Kira, instintivamente obediente, pegou a xícara e despejou o café forte do bule.
Quando a devolveu, teve novamente que retesar os nervos para enfrentar aqueles olhos caçoístas.
Você tem olhos cautelosos, srta. Ardath, como acho que devem ser os olhos de uma moça que cresce atrás dos muros de um convento.
Como é que você se sente ,livre no mundo, sem ninguém para vigiá-la? - É estranho - ela admitiu -, mas interessante.
Tormont parece ser muito pitoresca.
Sim, é pitoresco e eu acho que foi por isso que sugeri a meus irmãos que comprássemos o Monarch.
É bem bonito, não? Foi construído nesta costa no fim do século passado, quando era usado para receber membros da família real.
Ainda tem sua fama e as partes que não foram modernizadas são magníficas.
Esta tarde, fui olhar as dependências dos empregados e não gostei. São tristes, parecem um quartel.
Há empregados que dormem aqui e eles devem ter mais conforto.
Também não gostei muito da sala onde tomam as refeições.
Estou mexendo em tudo.
De repente ele sorriu e kira entendeu imediatamente por que as mulheres se sentiam atraídas por ele.
O sorriso aprofundou as linhas de seu rosto e brincou em seus olhos, mostrando um homem que gostava de aproveitar a vida com o mesmo vigor com que trabalhava.
Seus olhos se encontraram com os dela e kira sentiu uma faísca elétrica percorrendo sua espinha.
O instinto lhe contou que muitos anos atrás ele tinha percorrido um corredor escuro de dores emocionais, que a tristeza havia penetrado em seus ossos, em sua medula, alimentando suas recordações talvez por muito tempo.
E que ele tinha saído daquele túnel muito forte, mas cínico, como se realmente não acreditasse que poderia reencontrar a felicidade.
Por isso ele trabalhava e se divertia muito e kira, apesar de toda a sua ingenuidade, soube reconhecer tudo isso naquele rosto anguloso, curtido pelos ventos do destino.
Naquelas feições estavam gravados anos de luta, de determinação tenaz e uma certa rudeza que é uma espécie de verniz no rosto do homem que se fez sozinho.
Olhar nos olhos dele, kira tornou a pensar, era como voar na noite.
Embora fosse um homem que conhecia muita gente, ele sempre conservaria sua reserva, longe do contato íntimo de dois corações.
No que se referia às mulheres, ele tomava e em troca dava muitos presentes caros, mas nunca se entregava.
Que olhar profundo - ele murmurou. - Você está tentando examinar minha alma, freirinha?
Kira ficou confusa, porque era exatamente aquilo que tentava fazer. - As pessoas por enquanto estão me deixando curiosa.
A atmosfera dentro de um convento é muito fechada.
Por causa da castidade? - ele murmurou. Onde os instintos da carne são reprimidos?
Você fica amedrontada, srta. Ardath, por estar na companhia de um homem que acha o autocontrole um mistério? - Ser casta não é ser puritana - ela respondeu. - Não saí para o mundo esperando que os homens fossem como os jesuítas.
Não sou criança, sr. Mavrakis.
Mas realmente sabe o que quer?
Ele a examinou através de seus olhos semicerrados.
Olhe para Aleko se divertindo com o sorvete de chocolate e se lambuzando todo.
Encantador, não é? Pois ele é algo que freira nenhuma pode ter.
Você vai se privar disso? - Serei recompensada de outras maneiras, senhor. - kira levantou o queixo e enfrentou o olhar cínico. - O senhor não entenderia. - Não tenho estofo para mártir, não é?
Zonar Mavrakis tinha trinta e cinco anos e não parecia ter um ano a menos.
Kira sentiu um temor estranho ao pensar em como ele era experiente em contraste com ela, uma moça de quase dezoito anos que nunca se entregaria a um homem.
Atrás da cabeça escura o sol brilhava como fogo, a autoridade e a força do homem eram assustadoras naquele momento, e pela primeira vez, kira sentiu as diferenças entre um homem e uma mulher.
Em pensamentos, palavras e atos eles estavam em lados opostos.
Eram um penhasco rochoso e a água profunda.
Eram a elasticidade do tigre e o vôo da andorinha.
Enquanto a sala mergulhava numa sombra avermelhada, Kira não conseguia tirar os olhos da figura alta.
Ele era um pagão e ela ia viver em sua casa.
Seus dedos prenderam a cruz que trazia pendurada no pescoço.
Aleko está quieto demais. De repente Zonar atravessou a sala com passos largos. Depois riu indulgentemente. Meu filho dormiu.
Devia estar muito cansado da viagem de carro e empanturrado de sorvete. Meu carro está lá fora, no pátio, srta. Ardath, por isso vou levá-los para casa. Casa! Era uma palavra estranha para Íris.
O convento não era uma casa no sentido mais verdadeiro da palavra, era uma casa de oração e trabalho, onde o amor físico estava excluído.
NVenha! Zonar Mavrakis carregou o menino.
Vamos para casa. Kira saiu do escritório com eles, fechando cuidadosamente a porta.
No pátio, a brisa do mar tinha ficado mais fria e ela estremeceu.
O sol tinha desaparecido e as luzes brilhavam nas casas do outro lado da baía. - Vá depressa para o carro - o grego ordenou e ela obedeceu.
Ele colocou Aleko a seu lado, de modo que a cabecinha adormecida encostou-se nela. - O mar está escuro. - As palavras vieram de cima dos ombros largos enquanto subiam a rampa com o carro. - Você sabe nadar, srta. Ardath? - Sim - ela respondeu. - Aprendemos numa piscina, mas acho que o mar nesse pedaço da costa é mais perigoso. - É, sim, e às vezes parece o mar da Grécia.
Com certeza você não anda a cavalo? - Não. - Então precisa aprender. - Preciso, senhor? - Sim, você terá aulas com Aleko.
Você não tem medo de cavalos, não é?
Acho que não, senhor.
Mas tem medo de homens, hein?
Não.
Freirinhas não devem mentir , ele a censurou.
Sei perfeitamente que você tem medo de mim.
E natural, para uma moça que sempre viveu entre religiosas.
Não sou santo nem monge, nem tenho intenção de me comportar como um deles por sua causa.
Você sabe disso, não é verdade?
Sei, sim.
É bom assim para que tudo fique claro e você não espere que eu controle cada palavra ou ação.
Falo o que me passa pela cabeça, srta. Ardath, e às vezes perco a paciência.
Gosto de tomar uísque e de receber amigos para jogar baralho.
Também convido mulheres.
Você pode desaprovar meus hábitos, mas não tente me reformar, ouviu?
Não ousaria nem tentar, senhor.
Você teria muito que fazer, caso tentasse!
Firmemente entranhado na pele , ela disse com serenidade.
Hein? O que foi que você disse?
Que um tigre não pode tirar suas listras, senhor. - Você tem medo de tigres?
Ela ouviu a voz suave e insinuante na escuridão.

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