Confiar

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N/A:Capítulo não revisado!

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Alexandre fitou o rosto de traços finos e suspirou em derrota. Tinha preparado uma abordagem, que julgara ser excelente e bons argumentos e se fosse parar para pensar, a condição das fadas em troca de sua liberdade era até plausível, se Abel não fosse casado e ele pudesse ter relações sexuais com pessoas do gênero feminino. Também havia Petros, que ainda era uma criança, então...ele seguia preso naquele acordo feito por um antepassado machote.

Xingou baixinho, o que fez os olhos da fada girarem em sua direção.

— Você realmente está surpreso? –Nearth, a fada com quem negociava, perguntou.

Surpreso não, pouco frustrado pelo empecilho imposto, o que já era infantil demais para seu gosto, afinal nada em sua vida fora fácil, por que um rompimento de um acordo que atravessou gerações seria?

Estavam em uma hospedaria no Reino Mariano, de onde partiriam atrás de homens para enganar. Eram entre três e cinco da manhã e fazia pouco mais de meia hora que a fada chegara, anunciando que iria com ele na busca.

Alexandre até tentou negar, porém a mulher alada fingiu não ouvir e se acomodou sentada na cama de solteiro, onde ele dormira desde que chegara naquele reino.

Agora, depois de ter a resposta da rainha sobre a proposta que fizera, sentia um misto eufórico de alívio e esperança. Dali alguns anos estaria livre daquela tarefa odiosa.

— Minha rainha é muito generosa – disse ela com admiração.

A frase o fez rolar os olhos, pois quando deixou de fazer as entregas, quatro anos atrás; a tal Rainha Generosa mandou um esquadrão assassinar inúmeros compradores das pedras preciosas. Pegando as gemas de volta. Se fosse só pelo prejuízo financeiro ele teria mantido a não entrega de homens, porém foram mais de vinte Sobrenaturais decapitados, cujas cabeças foram entregues em um baú na porta de sua casa.

Alexandre estudou o rosto jovem da fada e torceu o nariz.

— Por que você quer ir comigo?

— A último remessa foi um fracasso. Nenhum deles gerou boas crias, e culpo sua incompetência para escolher homens por isso.

Imagina se ela soubesse que ele não escolhia.

— Como pretende esconder suas asas? – apontou as costas dela.

— Não acho que tal questão seja de seu interesse.

— Óbvio que é do meu interesse – estreitou os olhos. — estará viajando comigo. E o fato de seu cabelo ser preto? Ou você não sabe que não existe um Sobrenatural adulto de cabelo preto?

— Me tomas por idiota, machote?

— Você que decidiu me seguir e se sua imprudência entregar-nos, vamos ver se sua rainha será tão generosa.

Ele mal fechou a boca quando um punhal rasgou o ar e ele teve que proferir rápido um feitiço escudo, porém a arma ainda abriu um diminuto corte na lateral de seu pescoço.

— Não aja como se fosse indispensável! – Nearth o encarava com frieza.

O silêncio ganhou espaço no quarto ao mesmo tempo que impotência e ódio ganhava força dentro do homem. A odiava tanto que por vezes sonhava com a doce possibilidade de mata-la, mesmo que isso lhe custasse a própria vida.

— eu sou uma Natural viúva – ela respondeu a pergunta feita antes. — meu marido morreu recentemente. Assassinado por um ogro.

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