Trair

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Sem revisão

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Dia 1

O sol descia no horizonte, fazendo a penumbra ganhar densidade. Os passos em um ritmo moderado para não cansar rápido, criavam uma melodia constante de folhas secas arrastadas. O ar parado e abafado não permitia a movimentação das árvores nativas. Era como se a própria mata prendesse a respiração.

O grupo de nove pessoas sabia que uma quantidade grande de Sobrenaturais acabaria chamando atenção, por isso optaram pela caminhada, pois assim poderiam dobrar a atenção, principalmente a noite.

Carregavam espadas, lanças e flechas, assim não ficariam reféns de magia e feitiços.

Saíram do reino ao nascer do sol, já somando uma considerável distância percorrida. E naquele ritmo, não esgotariam suas forças, detalhe que poderia ser vantajoso em confrontos.

Não houveram conversas, nem mesmo Nearth se atrevia a tentar diálogos, uma vez que era enjoado ter de ficar imitando o sotaque dos Naturais.

Morgan liderava o caminho ao lado de um Alexandre cinco vezes mais atento. Seus instintos ligados no máximo, pois ele não costumava fazer aquela trilha e muito menos com tantas pessoas.

A alguns passos atrás, Erik, Nearth e Patrício andavam praticamente ombro a ombro, o mais novo encenando bem uma  tensão, enquanto a fada tentava não retorcer a cara a cada cinco minutos, pelo tempo que as asas estavam prensadas. Patrício, por outro lado, seguia relaxado e confiante; como qualquer outro predador sexual.

Mais atrás seguiam os outros em fila, mas unidos o suficiente para conversarem, sempre mantendo a fachada de desconhecidos.

Menos de meia hora depois, acenderam uma fogueira para assarem um casal de coelhos, recém caçados.

Dia 5

Eram dez horas da manhã. O clima abafados e seco fora substituído por um agradável e ameno, mas era apenas pela aproximação do fino córrego onde eles enchiam as cumbucas; missão dada a Patrício e José.

Ambos carregavam três recipientes feito de couro de carneiro costurado, que comportava quatro litros, no mínimo.

Desceram a ribanceira para chegarem a água, mas apenas Patrício se curvou para encher as vasilhas, enquanto o outro sentou no chão, visivelmente irritado.

— Não vai me ajudar?

— Não sou obrigado a nada! – e como se tivesse seis anos, cruzou os braços. — Desgraçado! Fica me dando ordens.

— Bertrand acha que é o líder da expedição.

— Meu pau na tua mão que é.

O Louco riu da infantilidade.

— É uma merda mesmo – concordou. — mas o S' disse que era para obedecer, Porco.

José suspirou alto e mesmo não querendo, se levantou para encher a água.

— Outra coisa que está errada. Se você que é o nojento, por que meu apelido que tem que ser porco?

Patrício girou os olhos, impaciente.

— O que tem de errado? Você nunca reclamou disso antes, o que aconteceu?

— Ah, Louco. Todo mundo se zanga!

— Mentira! – riu arteiro e cutucou o outro com o indicador. — Você está com ciúmes!

— Que ciúmes, o quê?

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