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Sem revisão
⚠️ Atenção⚠️ Este capítulo contém descrição de violência ⚠️ e é o penúltimo capítulo



Abel sentiu apreensão tomar sua garganta com um aperto sombrio, quando a esposa lhe contou sobre Alexandre levar Petros, provavelmente era uma intuição ruim falsa, já que o irmão jamais machucaria sua criança, mas foi aquela intuição ruim que impulsionou a cautela através de suas veias e o mandou refazer o caminho de volta, pois passara a tarde toda na casa do mais velho e este nunca chegou, muito menos acompanhado de Petros.

Deixou um carinhoso beijo sobre os lábios de Yumi, talvez em uma premonição inconsciente do próprio destino e retornou.

Retornou para que aquela intuição se provasse verdadeira quando Nearth abriu a porta ao invés de Jesus.

— Abel – ela cumprimentou, sorrindo. — Você sabia que do Lado de Fora os Naturais se cumprimentam apertando as mãos? – estendeu a destra na direção do homem.

Ele ignorou, avançando o corpo para entrar na residência. Não estava diferente de uma hora atrás, a não ser pelas velas iluminando a escuridão e por Jesus caído perto da lareira, com sangue espirrado ao redor dele.

— Ele não está morto – ela tratou de tranquilizar.

— Não me importo – deu de ombros, tentando disfarçar a apreensão. — Alexandre já voltou?

Nearth estava descalço, por isso foi perceptível a forma que tensionou os dedos contra o assoalho, enquanto continuava a encarar as costas largas do Leneu. Ele devia ser muito confiante de si mesmo para lhe dar as costas assim.

— Não vai me responder? — Abel moveu o corpo, até está parcialmente virado para a mulher.

Ela piscou, batendo os cílios fartos com indiferença abrilhantando seu rosto. Entretanto, toda a jocosidade sumiu quando sentiu o corpo maior se lançar contra o seu e as mãos másculas lhe circularem o pescoço.

Por um breve instante ele ficou confuso, tanto por ter conseguido surpreendê-la quanto por ver medo surgir na face sempre tão arrogante, um medo inédito que logo foi dissipado.

— Alexandre levou Petros – respondeu ela.

— Para onde? O que aconteceu com eles?

Nearth não respondeu, encarou o homem com um sorrisinho enviesado, que ateou ira à pouca paciência que o cabia. Abel jogou-a no chão com força, fazendo ecoar pela casa um som oco de crânio caindo.

— Diga!

O sorriso dela vacilou, mas ainda assim permaneceu em silêncio.

Ele apertou ainda mais o pescoço feminino, pressionando o joelho destro entre os seios protuberantes.

— Machote desgraçada! Fala!

A dor da fada aumentou e ela esqueceu-se da indiferença soberba e se obrigou a lutar, movendo as pernas para dificultar o domínio dele e as mãos para tentar tirar as que lhe apertavam.

Enfurecido, Abel desistiu do enforcamento e a segurou pelas laterais da cabeça, girando tão forte e bruscamente, que o estalo anunciou a quebra do pescoço e por consequência, a morte. Assim como revelou o verdadeiro rosto dela; que ele reconheceu como uma das criadas do irmão. Chegou a provável conclusão de que precisava de um feitiço. Recitou as palavras de um localizador, sexta classe, do ar, mas ao contrário do que se esperava, sua magia no evidenciou a poeira do rastro de Petros, o que significava que ele não estiveram ali. Então teve de partir para outro elemento.

— Shicoi gisunpi meantro colt, colt shicoi sso biutć san kisá blas selesi ticopo, shicoi ( feitiço de localização, do fogo de sexta classe).

Sua magia rosada juntou-se na palma de sua mão, brotando de seus poros como mercúrio, quente e dolorido, e quando já tinha o bastante para ser considerado um punhado, escorreu para o pulso, fazendo-o puxar a manga da camisa branca, até a pele ficar exposta. Ali a magia se alinhou, erguendo uma haste endurecida, que apontava para a saída da residência.

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